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Os gregos foram às urnas no Domingo pela terceira vez em menos de três anos para eleger um novo governo. Os resultados podem determinar o futuro do país enquanto membro da Zona Euro e ter fortes efeitos na política europeia e na economia internacional. Estaremos prestes a atravessar tempos de mudança?

O partido Syriza, esquerdista radical, recebeu 36% dos votos. Este foi o resultado anunciado depois da contagem de, aproximadamente, 75% dos votos.

Syriza tem liderado firmemente os inquéritos de opinião no último ano, mas cresceu nos dias imediatamente antes do voto de Domingo. As sondagens colocam o partido entre os 29,6% e os 33,4% de votos, ultrapassando o partido Nova Democracia por 5 a 10 pontos percentuais.

O resultado pode ter profundas repercussões para a Grécia e a zona euro. Syriza emergiu como principal partido da oposição a meio de 2012, no fundo da crise da divida nacional.

O partido tem prometido combater a austeridade e o programa com que Atenas se comprometeu em troca de 240 biliões de euros como fiança dos credores internacionais.

Desde esse acordo, a Grécia tem levado a cabo um grande leque de restruturações e cortes que têm ajudado as finanças públicas e conduzido a economia de volta ao crescimento, depois de seis anos de uma profunda recessão. Esses cortes vieram com um custo: cerca de 25% dos gregos continua desempregado, enquanto um quarto das famílias vive perto da linha de pobreza.

Contudo, as promessas do Syriza de reverter muitas dessas medidas e exigência de que a Grécia seja “aliviada” da sua divida internacional, provocam medo de um confronto com os membros da zona euro, que pode levar a uma saída da moeda e mexer mais uma vez com os mercados mundiais. Nos passados três meses, os mercados financeiros gregos já perderam cerca de um quinto do seu valor, enquanto as pessoas com depósitos bancários já levantaram vários biliões de euros do sistema bancário do país.

No discurso diante dos seus eleitores, em Atenas no dia 25 de Janeiro, o líder do partido Syriza Alexis Tsipras disse que a Grécia abandonará o plano de austeridade, em que os credores internacionais haviam insistido.

Vão ter que fazer as pazes

Arvnick/Shutterstock.com

De acordo com a lei eleitoral grega, o partido vencedor recebe 50 lugares no parlamento de 300 membros, uma medida destinada a facilitar a estabilidade do governo eleito. Mas mesmo com esse bónus, o Syriza parece não ter lugares suficientes para formar um governo sozinho. As sondagens mostram que podem faltar dois a cinco lugares, e pode necessitar outro partido para ajudar a governar, colocando o partido que ficar em terceiro lugar numa posição de exercício da sua influência politica para apoiar um líder.

O favorito ao terceiro lugar é o To Potami, um partido lançado por um proeminente jornalista televisivo em Março que rapidamente ganhou eleitores desiludidos com os partidos tradicionais da Grécia. Este está a lutar pelo terceiro lugar com o partido ultra nacionalista Golden Dawn nas sondagens, entre 5% e 7%.

O líder do To Potami tem sido recatado sobre se concordaria em formar uma coligação com o Syriza, dizendo que preferia uma união nacional no governo dos partidos principais.

Outra possibilidade de aliança para o Syriza é o partido de direita, Gregos Independentes, com que tem pouco em comum a não ser a política de anti austeridade, mas não é claro que o partido consiga passar a linha do básico necessário para entrar no parlamento.

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