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Há quem lhe chame geração rasca, geração à rasca ou geração Y. É a geração que cresceu com as tecnologias de informação e que se vê frequentemente confrontada com precariedade laboral. Como se refletem as idiossincrasias dos membros da geração do milénio na forma como investem?

Como membro da geração do milénio, conheço muito bem os estereótipos não-tão-lisonjeiros associados à minha geração: somos os que crescemos na era dos troféus de participação, por isso, somos atormentados pela ideia de que temos direito a tudo e somos desconetados da realidade.

Ao trabalhar na BlackRock como pertencente à geração do milénio, aprendi que estas mesmas características aplicadas ao investimento podem levar a resultados realmente desastrosos.

Vamos abordar um pouco mais esse estereótipo.

Posso garantir-vos em meu nome e em nome dos meus contemporâneos que não estamos todos propriamente a viver na ignorância do dólar e do sentido do mundo real: muitos de nós estávamos a começar a ter os nossos primeiros trabalhos quando a crise financeira se alastrou pelo mundo.

Lembro-me de na altura falar com os meus pais sobre a recessão e as suas poupanças para a reforma, temendo pela sua situação e ao mesmo tempo aperceber-me da importância de um 401(k). Hoje em dia, muitos dos meus amigos são forçados a escolher entre poupar e pagar dívidas que tenham de empréstimos a estudantes universitários, o que aqui nos E.U. equivale a mais de $1 bilião de dólares. Todos sabemos que nunca iremos ter uma pensão tradicional. Conclusão: nenhum de nós acredita naquilo que a minha colega Heather Pelant chama de “fada da reforma”.

Agora, voltando à parte do investimento, quando descobrimos por fim a luz ao fundo do túnel. As falências dos bancos e as poupanças e contas bancárias arruinadas forçaram-nos a todos – e não exclusivamente a que é ada geração do milénio – a pensar numa forma nova e diferente de ver o investimento.

Não se trata de fazer negócios únicos; mas sim de conceber um plano de longo prazo de acordo com as nossas necessidades e objetivos. Fico feliz por ser um investidor no ambiente pós-crise atual, uma vez que a minha experiência da década passada levou-me a ter uma abordagem mais prática dos meus investimentos. Existem vários recursos que são utilizados por muitos pertencentes à geração do milénio, tal como eu, para ajudar no investimento:

1. Incentivar o mercado das tecnologias

Vários recursos, desde os fóruns online a calculadoras de poupanças, são essenciais e óbvios para uma geração que começou a explorar o mundo online na escola primária. Os investidores atuais podem encontrar muitas explicações e conceitos que precisam instantaneamente a partir de motores de busca, blogs e de sites semelhantes à Investopedia.

2. Criar uma relação consultiva

De facto, quando alguém da geração do milénio não consegue encontrar uma resposta online, dirige-se a peritos em busca de orientação – mas um novo tipo de perito: a ascensão de consultores online e outros recursos tornaram este processo muito mais fácil do que nunca. E como se prevê que $30 biliões de ativos irão passar dos Baby Boomers para os seus herdeiros nos próximos 20 a 30 anos, cada vez mais consultores vão começar a focar a sua atenção nesta geração.

3. Utilizar novas ferramentas

Uma investigação realizada pela BlackRock indica que quase 2 em 5 jovens investidores (com idades entre os 25 e os 49 anos) apresentam fundos de índices (ETF) nos seus portefólios. Não é algo muito surpreendente, uma vez que esses fundos custam menos do que outros tipos de investimento, tornando-se uma forma mais fácil de investir em categoriais mais amplas ou nichos de setores.

4. Investir por uma causa

Um estudo recente realizado por Nielsen descobriu que os membros da geração do milénio estão dispostos a pagar um prémio por bens e serviços que têm um efeito social e ambiental positivo. É a ascensão do investimento responsável ou de impacto, que nos permite não só investir para o futuro, como também investir no futuro.

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