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Vários indicadores mostram que as economias emergentes têm tido uma performance aquém das expectativas nos últimos meses. Além disso, essas economias beneficiaram muito menos que o esperado com as medidas de Quantitative Easing do Banco Central Europeu e do Banco do Japão. Qual será então o futuro das economias emergentes?

Os investidores ainda estão perplexos com o corte surpresa do rating da Indonésia na terça-feira quando o banco central baixou a taxa de referencia 25 pontos base para 7.5%. É mais provável eles encontrarem uma explicação em Frankfurt, Tóquio ou Washington do que em Jacarta.

Nos 6.96%, a inflação ultrapassa os 5% de crescimento na Indonésia. Talvez o diretor do Banco Da Indonésia Agus Martowardojo esteja preocupado com o acumular das deflações por todo o mundo. É mais provável que ele tenha reconhecido outro fator na equação: o boost de flexibilização quantitativa que as economias dos países desenvolvidos deram aos mercados emergentes como o da Indonésia podem estar a chegar ao fim.

Não estou a falar da possibilidade de um eventual aumento da taxa de juros por parte da Federal Reserve ou até da fracassada tentativa do Banco do Japão em expandir a sua base monetária atual. Há cada vez mais provas que os mercados emergentes estão simplesmente a beneficiar cada vez menos de programas existentes da Quantitative Easing. Além do mais, os EUA estão a começar a atrair grande parte do lucro líquido de que aqueles pequenos países se tornaram dependentes.

Adam Slater da Oxford Economics em Londres diz:

“Para 2015 a situação pode ser de um desempenho dos ativos de forma surpreendentemente forte nos EUA combinado com o fraco desempenho no mundo emergente.”

O pensamento comum ainda diz que os ativos de países em desenvolvimento vão beneficiar de qualquer estímulo da zona euro e do Japão. Num novo relatório, contudo, Slater avisa que a diminuição do diferencial do produto interno bruto entre economias desenvolvidas e economias em vias de desenvolvimento – está no seu ponto mais baixo desde 1999 – pode ate gerar liquidez para fora da Ásia. A diferença no crescimento em 2015 pode ser de 1,2 pontos percentuais, em comparação com os 4,5 pontos percentuais entre 2000 e 2014. De facto, excluindo a China, o crescimento das economias emergentes pode ficar nos 2,8% este ano, não muito mais do que o crescimento do G7.

Os diferenciais de rendimento podem também tornar as economias mais arriscadas ainda menos atraentes. Enquanto os rendimentos a 10 anos, digamos, na Indonésia, são mais altos que nos E.U.A (7,07% contra 2,12%), as taxas de juro reais estão a tornar-se num aborrecimento. Também não são nem insignificantes nem negativas na Argentina, México, Africa do Sul, Coreia do Sul, Tailândia e Turquia. A amostra de 13 economias emergentes providenciada pela Oxford mostra que as taxas verdadeiras são de 1% em 2014, quando comparado com os cerca de 3% desde 2000. Não é surpreendente que o fluxo de investimentos tenha diminuído. Numa base normal de seis meses, os fluxos para os mercados emergentes foram de apenas 11,6 mil milhões de dólares em Janeiro, o que equivale aproximadamente aos mínimos registados em 2013 quando no ar se podiam ouvir conversas sobre a crise desde Jacarta até Nova Deli.

As duas últimas ações de grandes injeções de flexibilização quantitativa – pelo Banco Central Europeu no mês passado e pelo Banco do Japão em outubro – resultaram apenas em aumentos menores para os mercados emergentes quando comparadas com as anteriores. Parte do problema são os retornos decrescentes; demasiada liquidez a perseguir muitos poucos bons investimentos. Pode também ser que, como o emissor da moeda em reserva, os E.U.A possuem mais estratégias monetárias que o Japão e a Europa. Ou estão os mercados emergentes a perder o seu encanto?

A resposta a esta questão deve preocupar os oficiais na Ásia e noutras regiões. De certa forma, o auge devido à flexibilização quantitativa dos anos recentes tornou-lhes as coisas demasiado fáceis.

Marshall Mays, diretor dos Consultores Alfa Emergentes em Hong Kong, declara:

"Financiou um crescimento global anormal, comparativamente aos ciclos do século passado."

O ressurgimento dos EUA tem os seus benefícios, obviamente. Enquanto a América apresenta uma taxa de crescimento de 2,5 por cento que está a aumentar, as casas norte americanas estão a comprar mais bens asiáticos. Mas a curto prazo, a Ásia pode ter crescimento económico em falta. Todo aquele “hot Money”, como referi anteriormente, destruiu a urgência de atualização da economia por parte dos governos. Enquanto a série de dados nas indústrias disparou, os líderes concentraram-se mais nas cerimônias de inauguração de novos arranha-céus e fábricas, carimbos de negócios de investimentos diretos do estrangeiro e vangloriarem-se em notícias acerca do aumento do preço das ações do que em estabilizarem a economia e fortificarem os sistemas financeiros.

Agora, com os fluxos de capital a baixar e a China a abrandar, os governos estão sob pressão para reduzir as imposições fiscais, intensificar os esforços para criação de empregos e reforçar o seu apelo como destinos de investimento. Isto é um trabalho árduo que deveriam ter feito quando estava tudo a correr bem. Seriam espertos em não esperar mais do que já fizeram.

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