Apesar da compra do Instagram pelo Facebook ter outrora sido por muitos considerada como demasiado dispendiosa, parece que valeu a pena. Qual será então a contribuição de valor do Instagram para o Facebook?
Adquirido há três anos com menos de 80 milhões de utilizadores, o Instagram possui agora mais de 300 milhões de utilizadores ativos em todo o mundo. E está a mostrar sinais de se tornar um negócio a sério.
O Instagram pode gerar pelo menos $2 mil milhões em receitas de publicidade no próximo ano, estima o analista da RBC Mark Mahaney hoje num relatório de pesquisa sobre oportunidades inexploradas do Facebook. Para contexto, $2 mil milhões é quase 10% do montante que Wall Street estima para a receita do Facebook (NASDAQ: FB) em 2016. Também é o dobro dos mil milhões que o Facebook famosamente ofereceu pelo Instagram, em 2012, que foi um número surpreendente na altura.
"Isto pode soar demasiado agressivo, e é altamente dependente de quão rápido o Facebook decide rentabilizar o Instagram," escreve Mahaney. "Mas acreditamos que representa com precisão a contribuição potencial da monetização do Instagram."
Para o Facebook, isto representa outro potencial exemplo da sua execução bem-sucedida na construção de um negócio de publicidade móvel. O Facebook tinha efetivamente zero receitas de publicidade móvel, no início de 2012, e agora esta representa quase três quartos das suas vendas de anúncios.
O Facebook tem introduzido lenta e cuidadosamente anúncios no Instagram, o que foi a decisão certa. Os utilizadores do Instagram vêem o seu feed de fotografias como um lugar altamente pessoal, e anúncios indesejados – ou conteúdos de anúncios destoantes – podem facilmente estragar a experiência.
Facebook ultrapassa os "unicórnios" europeus
O GP Bullhound, um banco de investimento que incide sobre o setor da tecnologia, teve um novo relatório divulgado hoje que se debruça sobre os "unicórnios” europeus da tecnologia, o termo que a indústria insiste em utilizar para as startups avaliadas em mil milhões de dólares ou mais.
A boa notícia é que, neste ano até Abril, 13 empresas europeias de tecnologia cruzaram a barreira dos mil milhões, através da angariação de fundos privados e emissões de ações públicas. Estas incluem empresas bem estabelecidas, como a Rocket Internet e a Shazam, bem como operadores mais recentes, como o TransferWise, uma empresa de remessas, e a BlaBlaCar, uma empresa comutas de viagens. Isto eleva o número total de startups de mil milhões de dólares incubadas na Europa para 40, um número respeitável para um continente constantemente preocupado com ser deixado para trás por Silicon Valley.
No entanto, essas preocupações permanecem legítimas. No mesmo período de 12 meses, os Estados Unidos produziram 22 startups de mil milhões de dólares. E as empresas de tecnologia dos Estados Unidos continuam muito mais valorizadas que as da Europa. O valor da Airbnb de $20 mil milhões é muito mais do que todos os quatro unicórnios da Alemanha. Com $40 mil milhões, a Uber sozinha vale tanto quanto todas as empresas de tecnologia de mil milhões de dólares na Grã-Bretanha (das quais existem 17). O valor de mercado do Facebook, nos $275 mil milhões, é mais do que o dobro do valor de $120 mil milhões de todos os unicórnios europeus juntos.
Além disso, três empresas europeias perderam as suas avaliações de mil milhões em relação ao ano passado, saindo do "clube dos unicórnios" (tornando-os não-unicórnios? Cavalos?). As três empresas são a boohoo.com, um retalhista on-line; a eDreams, uma empresa de viagens; e a Monitise, uma empresa de pagamentos.
O relatório irá gerar emoções misturadas em Bruxelas, onde a Comissão Europeia está no meio de um esforço enorme para tornar a indústria de tecnologia da Europa mais competitiva a nível mundial, e para reduzir a dependência de empresas locais e dos consumidores das empresas americanas.
Ter uma dúzia de empresas altamente valorizadas em relação ao ano passado é um bom começo. Mas não será até a Comissão Europeia reduzir as barreiras do comércio no interior da UE que se vão ver as empresas a atingir a escala e valor da Uber, do Facebook, e dos outros unicórnios criados no outro lado do Atlântico.