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Um estudo da empresa de análise de risco Verisk Maplecroft revela os países em que a corrupção é um fenómeno mais prevalencente.

O recente escândalo FIFA acendeu uma luz sobre a prevalência da corrupção global.

Um relatório recente da Verisk Maplecroft, uma empresa de análise de risco e previsão, identifica agora onde ocorrências semelhantes acontecem com mais frequência no mundo.

Definindo a corrupção como "exercício de influência, muitas vezes através do fornecimento de dinheiro ou favores, para obter um serviço," a Verisk examinou as economias de 198 países de Agosto de 2012 a Agosto 2014 com base em relatórios da Transparency International, Freedom House, e do Departamento de Estado dos EUA, e determinou que os países da África subsaariana e do Médio Oriente em desenvolvimento são os que mais sofrem com práticas corruptas.

Ao longo do período de dois anos, a Verisk seguiu cinco fatores:

  • a frequência da corrupção;
  • a duração da corrupção;
  • a propagação da corrupção;
  • a gravidade da corrupção;
  • a capacidade dos que cometem corrupção operarem com impunidade.

Os analistas da Verisk Maplecroft, de seguida, quantificaram estes dados num sistema de pontuação pré-definido numa escala de 0 a 10, sendo 0 o risco extremo de corrupção e 10 o baixo risco de corrupção.

Em particular, a Verisk determinou que 45% dos países considerados em risco "extremo" de corrupção estão localizados na África subsaariana. Além disso, as empresas de petróleo, gás e mineração são as empresas mais frequentemente expostas à procura de subornos, que arrastaram vários países do Médio Oriente, assim como a Rússia, para a parte inferior do ranking.

Trevor Slack, analista jurídico e regulamentar da Verisk Maplecroft, escreveu no relatório:

"Os riscos [de corrupção] são particularmente prevalecentes nas economias em desenvolvimento. Fatores como um fraco estado de direito e a falta de capacidade institucional nestes mercados enfraquecem os esforços para combater sistemas infestados de protecções interesseiras, enquanto a exposição a funcionários públicos corruptos e uma dependência de agentes terceiros também é maior."

Dos 198 países, Verisk encontrou 73 em risco "extremo" de corrupção, 64 em risco "elevado", 38 em situação de risco "médio", e 23 em risco "baixo". (A Dinamarca foi classificada como o país menos corrupto, e os EUA foram avaliados como os 23º menos corruptos).

Os países com o nível de risco de corrupção igual compartilham o mesmo lugar no ranking, porémo número dos mesmo é levado em conta de seguida. Assim, se o primeiro lugar foi partilhado por três países com a mesma nota, o país seguinte ficará no quarto lugar.

10. Sudão do Sul

O Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, assiste à assinatura do acordo Standard Gauge Railway com a China na Casa do Estado, em Nairobi, 11 de Maio de 2014

Avaliação: 0,15 / 10

Um filme recente da Al Jazeera, intitulado "Sudão do Sul: País dos Sonhos", examina como o mais novo país do mundo (criado em Julho de 2011) chegou a uma guerra civil.

"Apesar da sua riqueza petrolífera, a extensa corrupção atormentava a jovem democracia", informou a Al Jazeera. "Menos de três anos depois de ganhar a independência, o novo país entrou em guerra civil, levando à morte de dezenas de milhares do seu povo e ao deslocamento de quase dois milhões."

10. Rússia

O presidente russo, Vladimir Putin

Avaliação: 0,15 / 10

Aqui estão apenas alguns exemplos recentes de práticas obscuras russas:

  1. A prisão do político Alexei Navalny, um candidato a presidente da câmara de Moscou e um dos maiores críticos de Vladimir Putin.
  2. Ganhar o Mundial de Futebol de 2018 da FIFA por alegada compra de votos dos delegados da FIFA.
  3. A alegada relação próxima entre o governo russo e as empresas de construção envolvidas nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014 em Sochi.

10. Myanmar

Avaliação: 0,15 / 10

Um perfil de Maio de 2015 do país do sudeste asiático, feito pela BBC, informou que a economia birmanesa é "uma das menos desenvolvidas do mundo e está a sofrer os efeitos de décadas de estagnação, má gestão, e isolamento. As indústrias-chave têm sido controladas pelos militares, e a corrupção é abundante."

6. Líbia

Avaliação: 0,13 / 10

De acordo com um relatório de Abril do Financial Times, os administradores que estão a supervisionar a vasta riqueza de petróleo da Líbia, que corresponde a 90% das receitas da Líbia, foram acusados ​​de má gestão económica bruta. Outras acusações incluem funcionários a serem pressionados a nomear as pessoas certas para posições-chave do poder.

6. Iraque

Avaliação: 0,13 / 10

O Al Monitor falou com uma fonte anónima que trabalha no Iraque como engenheiro civil. A fonte descreveu uma cultura de corrupção que prevaleceu desde o fim da guerra dos EUA no Iraque

"Não se trata apenas de corrupção financeira, mas também corrupção administrativa e circundação da lei," disse a fonte ao Al Monitor. "Os funcionários estão a recorrer aos seus parentes e amigos para registarem empresas no seu nome pelo amor à formalidade, quando essas empresas não têm sequer técnicos ou mecanismos qualificados. Com a ajuda dos funcionários oficiais, [as empresas] assinam um contrato para reconstruir uma escola, por exemplo, e realizam os projectos vendendo-os a outro contratante ou recrutando trabalhadores e desenvolvendo mecanismos. E isso leva a projetos fracassados."

6. Guiné Equatorial

Presidente Nguema Mbasogo Teodoro Obiang

Avaliação: 0,13 / 10

Um perfil de 2014 da Guiné Equatorial feito pela Human Rights Watch descobriu que sob a vigia do presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, que está no poder desde 1979, a corrupção, a pobreza e a repressão assolam o pequeno país Africano.

"Vastas receitas do petróleo financiam estilos de vida luxuosos para a pequena elite em torno do presidente, enquanto uma grande parte da população continua a viver em situação de pobreza", segundo a Human Rights Watch. "A má gestão dos fundos públicos e alegações credíveis de corrupção de alto nível persistem, além de outros abusos graves, incluindo detenções arbitrárias, detenções secretas, e julgamentos injustos.”

6. Afeganistão

Presidente Mohammad Ashraf Ghani

Avaliação: 0,13 / 10

No início deste ano, o Fiscal Times relatou que o Afeganistão não seria capaz de cumprir as suas obrigações orçamentais para 2016, devido à queda das receitas internas. A razão? Metade da sua receita gerada pelos serviços aduaneiros, que corresponde a um terço da receita interna do Afeganistão, tinha sido roubada.

O Fiscal Times acrescentou que o Afeganistão tem um dos menores índices de cobrança de receitas no mundo.

4. Sudão

Presidente Omar al-Bashir

Avaliação: 0,12 / 10

Para encontrar um exemplo de corrupção sudanês ninguém precisa de ir mais longe do que o recente voo de saída da África do Sul do presidente sudanês al-Bashir antes que ele pudesse ser preso por genocídio.

Um ativista sudanês disse ao Guardian em Janeiro "nós somos as vítimas do nosso próprio governo corrupto".

4. República Centro-Africana

Avaliação: 0,12 / 10

Uma avaliação da BBC da República Centro-Africana (RCA) em Fevereiro constatou que a corrupção é desenfreada e enfraquece as muito lucrativas indústrias da madeira e dos diamantes. A BBC acrescentou que a RCA é um dos países menos desenvolvidos do mundo.

1. Somália

Presidente Hassan Sheikh Mohamoud

Avaliação: 0/10

Em 2013, a ONU divulgou um relatório mordaz sobre a corrupção somali. Destaca-se uma passagem em particular, conforme relatado pelo The Wall Street Journal: "O banco central da Somália tornou-se, essencialmente, num "fundo de subornos" para redes de patrocínio, com 80% dos levantamentos realizados para fins privados em vez de para executar os programas do governo, e grande parte dos fundos transferidos no banco não são rastreáveis ​​de todo."

1. Coreia do Norte

Líder Kim Jong-un

Avaliação: 0/10

Se precisava de mais exemplos para o convencer de que a Coreia do Norte é um estado corrupto e totalitário, aqui estão alguns do Índice de Liberdade Económica de 2015:

  1. O suborno é generalizado a todos os níveis do Estado e da economia.
  2. O Partido dos Trabalhadores, o Exército Popular coreano, e os funcionários do gabinete gerem as empresas que competem para ganhar câmbio.
  3. Quase toda a propriedade pertence ao Estado.
  4. O governo controla as exportações e importações, bem como os bens produzidos internamente.

1. República Democrática do Congo

O Presidente Joseph Kabila

Avaliação: 0/10

De acordo com um relatório de 2014 da Transparency Internacional, a corrupção está tão profundamente enraizada na RDC que há pouca motivação para tentar fazer alguma coisa para inverter a situação.

"O presidente Kabila proclamou em diversas ocasiões o seu compromisso de lutar contra a corrupção, mas não há nem indicação de vontade política firme, nem evidência de progresso para além da criação de um quadro jurídico sólido, mas que raramente é aplicado na prática", segundo a Transparency Internacional.

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