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Na gestão das suas finanças pessoais muitas pessoas tomam decisões em que as emoções são a força decisiva, fazendo com que o resultado das mesmas fique longe do ideal. E você, será que quando toma decisões económicas deixa as emoções prevalecerem sobre a razão?

Algumas coisas são aparentemente impossíveis de explicar. Quer dizer, como é que as aranhas sabem como tecer teias tão bonitas? O que é inspirou a construção de Stonehenge? E porque é que a Taylor Swift é tão popular?

Uma questão particularmente curiosa que os cientistas têm trabalhado para resolver é a razão por que as pessoas fazem estranhas decisões acerca de dinheiro.Tal como Michael Shermer explica no Los Angeles Times, têm sido conduzidas inúmeras experiências em economia comportamental que demonstram que no que toca ao dinheiro, a razão e a racionalidade são muitas vezes esquecidas em detrimento das nossas emoções e sentimentos.

Shermer destaca três experiências comportamentais que são utilizadas pelos cientistas para medir a racionalidade das pessoas relativamente ao dinheiro.

Eis os cenários. Que decisão tomaria em cada um deles?

1. Assumindo que os preços dos bens e serviços permanecem os mesmos, preferia ganhar:

A. 50 mil euros por ano enquanto as outras pessoas ganham 25 mil euros.

B. 100 mil euros por ano enquanto as outras pessoas ganham 250 mil.

Escolheu a opção A? Embora seja completamente irracional, estudos indicam que a maioria das pessoas preferiam ganhar o dobro das outras – mesmo que isso signifique ganhar metade do que poderiam ganhar se escolhessem a outra opção.

Bem, vamos ver como se sai com o próximo cenário:

2. A Ana e a Filipa estão na fila em diferentes cinemas. Quem preferia ser?

Ana: Ela chega à bilheteira e é lhe dito que ela é a 100ª mil cliente e que por isso ganhou 100 euros.

Filipa: Ela chega à bilheteira e ganha um prémio de consolação de 150 euros, após a pessoa à sua frente ter ganho mil euros por ter sido o milionésimo cliente do cinema.

Preferia estar no lugar da Filipa? Isso é o que uma pessoa com um pensamento racional diria, mas, mais uma vez, os pensadores racionais foram a minoria. A maioria preferia deixar para trás 50 euros de forma a aliviar o sentimento de infelicidade que teriam por não ganhar mil euros.

Eis um último cenário, baseado numa coisa chamada “O Jogo do Ultimato”.

3. Eu recebi 100 euros de um amigo, para dividir entre nós os dois. Mas há um senão: qualquer que seja a divisão do dinheiro que eu proponha, se você aceitar, ambos ficamos com a nossa parte. Contudo, se rejeitar a minha proposta, nenhum dos dois fica com o dinheiro. Eu estou a propor uma divisão de 90/10; claro, assim eu ficava com 90 euros e você ficava com 10 euros. Aceita ou recusa a minha proposta?

Pense nisto por um segundo. Se for racional irá aceitar a minha oferta, meter 10 euros ao bolso e sentir-se bem porque acabou de ganhar dinheiro sem fazer nada. Mas estudos indicam que as ofertas de menos de 30 euros são normalmente rejeitadas. Os cientistas comportamentais afirmam que isto se deve a uma emoção conhecida como o “altruísmo recíproco” e exige justiça por parte do nosso potencial parceiro de negócio.

Surpreendentemente, este sentido moral de justiça não está apenas registado no cérebro da maioria dos humanos, mas também no dos primatas.

Então, como se saiu? É uma pessoa racional ou irracional, quando o tema é dinheiro?

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