Colapso econômico dos EUA?

O nível astronómico de dívida dos EUA, assim como a tendência da mesma para aumentar, faz com que a maior economia do mundo esteja sob grande risco. Será possível que o colapso económico dos EUA seja iminente?

Segundo os principais meios de comunicação a economia encontra-se em modo de recuperação. Mas quando se olha para a realidade da situação, ou se tem em consideração os verdadeiros números da dívida e por fim se olha para a nossa própria situação financeira, a recuperação começa a parecer mais um conto de fadas dos meios de comunicação do que outra coisa. Um conto de fadas que a qualquer momento terá um final muito infeliz.

Os Estados Unidos da América têm a maior montanha de dívidas que o mundo já viu, e no entanto, os mandriões dos políticos de Washington D.C. parecem estar cada vez mais ignorantes do que nunca. Aliás, não estão só a ser ignorantes, estão completamente fora de controlo e a fazer tudo o que podem para nos prender a mais dívidas.

Enquanto escrevo este artigo, o governo dos Estados Unidos já acumulou cerca de $18,2 biliões em dívidas. O que corresponde a $154.161 por cada cidadão norte-americano.

De acordo com o Gabinete do Orçamento do Congresso, a dívida federal vai chegar quase aos $27,3 biliões nos próximos 10 anos.

Se $18 biliões parecem uma quantia da dívida impossível para se recuperar, a verdade é que esse número é apenas uma gota no oceano. Se tivermos em conta responsabilidades não financiadas tal como a Segurança Social, o Medicare, os planos de pensão governamentais e o Obamacare, a verdadeira dívida é na verdade muito maior do que isso. As estimativas vão dos $205 biliões aos $222 biliões.

Como é que isso pode ser? Bem, o Gabinete do Orçamento do Congresso tem na verdade dois conjuntos de livros – algo que todo o bom esquema Ponzi precisa. O primeiro conjunto de livros, conhecido como a Previsão de Base, são os livros apresentados aos idiotas dos órgãos de comunicação para estes relatarem os números à população ingénua.

O segundo conjunto de livros, o Cenário Fiscal Alternativo, são os livros que realmente importam. Se for ver esses livros, verá que o número de responsabilidades não financiadas é na realidade $205 biliões. Estes são os dados de que o GOC não quer que o público americano saiba.

Desde 2006 que as dívidas comerciais nos Estados Unidos aumentaram dos 2,6 biliões de dólares para uns surpreendentes 5,8 biliões de dólares de dívida. Só em 2014, os níveis da dívida total para as empresas não-financeiras dentro dos Estados Unidos aumentaram para $650 mil milhões – seis vezes mais rápido do que os $100 mil milhões que essas empresas conseguiram em dinheiro.

Atenção que a maior parte desta dívida foi feita após a crise económica de 2008, algo que devia ter servido para todas as pessoas deste país abrirem os olhos.

As turmas de 2015 vão deixar as universidades com muito mais do que apenas uma licenciatura. Vão sair com a maior dívida de estudantes da história dos E.U.A. A média dos estudantes finalistas ficará a dever algo como $35.000.

A dívida dos créditos a estudantes aumentou de uma forma completamente descontrolada. Os americanos ficaram com mais de $1,2 biliões de dívidas de créditos a estudantes excecionais, definindo uma potencial onda de incumprimentos, já que a maioria dos finalistas se encontra desempregada e por isso incapazes de pagar esses créditos.

Mas não são só os estudantes das universidades. De facto, alguns idosos estão a reformar-se por causa destas excecionais dívidas de créditos a estudantes. Segundo um novo estudo realizado pelo Instituto de Aposentação Segura LIMRA, os reformados estão a trazer para os seus anos de reforma níveis sem precedentes de dívidas de créditos a estudantes. Em 1989, as dívidas dos créditos a estudantes representavam apenas 1% de dívidas dos reformados, hoje em dia, as dívidas a estes créditos representam 15% da dívida destas pessoas.

Trinta e quatro porcento da dívida federal total pertence a governos estrangeiros e investidores internacionais, incluindo a China (que detém $1,3 biliões da dívida total ou cerca de 8%), seguida do Japão, que tem uma dívida de $1,1 biliões ou 7%.

Parece que o estado do Texas previu o que ia acontecer e vai retirar em breve mil milhões de dólares em ouro do Banco de Reserva Federal. Esta medida vai permitir ao Texas salvaguardar o seu ouro do governo federal e salienta o verdadeiro problema em que a nossa economia se encontra.

O economista-chefe do HSBC Stephen King tem vindo a avisar os seus clientes de que a economia mundial é como o Titanic e que tem falta de barcos salva-vidas para nos salvar a todos. King avisa de que a dita recuperação não passa de uma mentira e diz que “no caso de batermos no iceberg, não vão haver barcos salva-vidas suficientes para todos”.

Tanto J.P. Morgan Chase como o Citigroup estão a pedir que se bana o dinheiro em papel. Aliás, Chase deu o passo sem precedentes de restringir o dinheiro em certos mercados e recentemente começou a proibir o depósito de dinheiro em papel ou moedas nos seus cofres. Também vão impor políticas que vão proibir o dinheiro como forma de pagamento aceitável para cartões de crédito, hipotecas e créditos automóveis.

Alguns dos maiores investidores do mundo estão a tomar medidas para se prepararem para uma enorme crise nos mercados. Jeremy Grantham, cofundador e diretor estrategista de investimentos da Grantham Mayo van Otterloo, está a avisar os investidores de que as ações estão 65% sobrevalorizadas. Ele refere que a bolha deverá rebentar por volta de 2016 ou depois das eleições presidenciais de 2016.

Se acredita no governo federal, então provavelmente pensa que a taxa de desemprego se encontra próxima dos 5,5%. Mas se prestar um pouco mais de atenção aos números, verá que tal como a dívida federal, os dados foram aldrabados!

Os verdadeiros números do desemprego são uma completa fabricação; eles deixaram de contar aqueles que desistiram de procurar porque já não conseguem arranjar emprego.