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Tim Cook previu que 2015 seria o ano do triunfo do serviço de pagamento da Apple. Estará certo?

Em janeiro, o chefe da Apple Tim Cook chamou ao ano de 2015 “o ano do Apple Pay”. Esta previsão audaz sobre a carteira móvel da Apple, que completou um ano há pouco tempo, talvez tenha sido demasiado otimista.

Mas não nos devemos precipitar em subestimar a declaração de Cook. 2015 pode realmente tornar-se num momento de inflexão para as carteiras móveis. Se tal acontecer, o que importa é a prontidão dos fabricantes norte-americanos dos cartões de crédito desistirem da tecnologia de bandas magnéticas.

A transição para os cartões com chip que se tornaram no padrão para os Estados Unidos a 1 de Outubro, deveria, com certeza, animar a indústria. Mas também oferece uma oportunidade extraordinária de distribuição da tecnologia de pagamentos sem contacto (ou seja, pagamentos móveis).

Embora os cartões com chip sejam mais seguros, as operações efetuadas demoram mais para serem realizadas: às vezes, a diferença é de 20 segundos, dizem os analistas. Apenas isso já pode incentivar os compradores a usar os sistemas de pagamento móvel de velocidade mais alta.

Ao mesmo tempo, a atualização do equipamento de pagamento capaz de “ler” os cartões novos, pode facilitar a introdução de outras várias formas de pagamento, tal como carteiras móveis. Foi o que aconteceu quando os cartões com chip se tornaram num padrão em tais países como a Grã-Bretanha e Austrália — hoje esse países ultrapassam os EUA na área de introdução de tecnologias de pagamento móvel.

As carteiras móveis não só são mais rápidas que os cartões com chip, mas também têm vantagens do ponto de vista de segurança. A base dos sistemas de pagamento sem contacto como o Apple Pay (e também o Android Pay e Samsung Pay que usam as mesmas tecnologias) é o processo de tokenização, durante o qual o número do cartão de crédito ou de débito se transforma num conjunto de simbolos aleatórios que é enviado para o vendedor em vez do número real do cartão.

A tokenização diminui bastante as possibilidades de fraude, pois o número do cartão permanece nas mãos do portador do cartão e da emissora do mesmo, deixando nos dados da transação muito menos “buracos” para os criminosos obterem acesso à informação. Por isso, embora os cartões com chip sejam mais seguros do que os com bandas magnéticas, as carteiras móveis que usam a tokenização são muito mais seguras do que os dois outros métodos.

Apesar das vantagens óbvias em velocidade, segurança e o desenvolvimento constante da infraestrutura, o surto de interesse pelos pagamentos sem contacto depende muito dos consumidores — e eles podem ser imprevisíveis nas suas escolhas. No entanto, o ano de 2015 pode sim tornar-se no ano em que o Apple Pay vai começar o seu caminho glorioso, como tinha previsto Tim Cook.

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