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Obama sugeriu introduzir um imposto sobre o petróleo de $10 por barril para financiar transportes mais ecológicos. Perceba o que isto significa e por que é tão importante.

Este é o último ano da presidência de Obama. Em todo caso, o Congresso não concretizará nenhuma proposta dele. Por isso, ele pode propor tudo o que quiser.

Então, Obama sugere ao Congresso introduzir gradualmente durante cinco anos um imposto sobre o petróleo de $10 por barril para durante a próxima década financiar investimentos de $300 mil milhões em "transporte ecologicamente puro". Isto aumentará significativamente os gastos governamentais em transportes públicos, vias ferroviárias, carros auto-dirigíveis, modernização de transporte de mercadorias e assim por diante.

Num futuro mais ou menos previsível nada disso será aceite pelo Congresso: os Republicanos na Câmara dos Representantes já prometeram bloquear a oferta, e por isso todas as discussões têm um caráter puramente teórico. Porém, eis o que é preciso saber.

1. Não há diferença significativa entre um imposto amplo sobre o petróleo e um imposto sobre a gasolina.

O imposto sobre o petróleo pode parecer mais razoável — a Casa Branca afirma que "será pago pelas empresas petrolíferas". Mas é bem provável que as despesas em qualquer caso caibam aos consumidores. O aumento do preço do petróleo de $10 por barril provocará um crescimento do preço da gasolina em cerca de $0,62 por litro.

2. No entanto, há alguns detalhes.

O imposto sobre o petróleo afeta, em primeiro lugar, os motoristas; um imposto mais amplo sobre o petróleo terá impacto sobre o transporte aéreo, aquecimento de casas e outras áreas. Além disso, para introduzir o imposto sobre o petróleo com contagem por barril, é preciso um pouco mais de trabalho, pois nada disso tinha sido feito antes nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, nos EUA já há um imposto federal sobre a gasolina, e seria mais fácil simplesmente aumentá-lo.

3. Se o imposto realmente tivesse que ser introduzido, seria difícil escolher um momento melhor.

4. Ao mesmo tempo, qualquer imposto sobre o petróleo poderia agravar a situação para as empresas petrolíferas dos EUA.

As empresas já foram afetadas pelo colapso dos preços, pois os empregados já estão a ser demitidos e cada vez há mais equipamento parado. Sendo assim, é de esperar uma resistência maior a este passo por parte do ramo, e eis uma das razões para que esta proposta não tenha hipóteses de ser aceite no Congresso.

5. A parte mais ampla da proposta orçamental de Obama é o projeto "do sistema de transporte ecologicamente puro do século XXI."

Em geral, a política dos EUA na área do transporte nos últimos 50 anos foi focada principalmente no financiamento e construção de novas vias e estradas. Apenas uma parte pequena do dinheiro foi destinada aos transportes públicos. Esta tendência de construir muito fez com que as pessoas conduzissem mais carros, os subúrbios crescessem e o consumo da gasolina e emissões de dióxido de carbono aumantassem.

A Casa Branca quer destruir este modelo e dirigir uma parte do dinheiro federal para transporte de passageiros e vias ferroviárias.

6. Este projeto pode ser considerado como um programa mais amplo de Obama para combater as alterações climáticas.

A administração de Obama já introduziu medidas para combater as emissões de dióxido de carbono no setor de energia elétrica graças ao plano "Energia pura" e a outros programas da agência de defesa do ambiente.

Porém, a energia elétrica é a fonte de apenas 38% de todas as emissões. O transporte é responsável por mais 32% e, talvez, é com este setor que seja mais difícil trabalhar, pois não há muitos substitutos simples para carros a gasolina.

Até agora a estratégia de Obama para a luta contra as alterações climáticas na área dos transportes foi construida, principalmente, em redor dos padrões da Lei sobre os gastos médios de combustível dos carros lançados por corporações (CAFE) que devem aumentar a eficácia do consumo do combustível de veículos ligeiros e pesados. O novo plano do presidente sobre o transporte ecologicamente puro teria como objetivo mudanças mais radicais.

Provavelmente uma atitude complexa é necessária para reduzir realmente emissões na indústria dos transportes. É preciso mudanças no mercado imobiliário que permitam às pessoas morar mais perto do emprego e conduzir menos carros. Pesquisas e elaborações para criar um transporte novo ecologicamente puro assim como aeronaves. Uma infraestrutura que contribua para uma divulgação maior de carros elétricos.

No entanto, neste ano a proposta de Obama não será aceite. Mas se os membros do próximo Congresso tiverem interesse em livrar-se do sistema dos transportes ligado às estradas, talvez tenham que ponderar algumas destas ideias.

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