Vêm aí tempos complicados
Michael Dalder/Reuters
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A preocupação dos mercados já não recai sobre as economias dos PIIGS. A Alemanha poderá ser o próximo grande problema da Europa.

Há pouco tempo as preocupações dos mercados baseavam-se na dívida dos países periféricos da zona euro. Numa entrevista ao Business Insider o fundador do Geopolitcal Futures, George Friedman, declarou que a Europa tem agora um problema muito maior: a Alemanha. E no centro do iminente problema com a Alemanha e com a Europa está o sistema bancário italiano.

“[Os problemas dos bancos italianos] irão infiltrar-se na Holanda, irão transbordar para a Alemanha.” – Avançou Friedman. “A Alemanha é o novo PIIG. A Alemanha depende das exportações e os seus mercados estão a secar.”

As economias PIIGS – Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha – foram a principal preocupação durante a crise da dívida na Europa em 2011 e 2012. Com essas crises a, aparentemente, ficarem para trás e a Europa a voltar a um caminho de estabilidade económica, a Alemanha tem sido um grande vencedor –com uma economia muito forte e uma taxa de desemprego nos 4,5%.

A Alemanha tem, no entanto, executado superavit comercial – suportado por um euro fraco – a tocar um recorde de 23,9 mil milhões de dólares em junho. Friedman acha que as exportações da Alemanha estão a secar.

Friedman acredita que os problemas no sistema bancário italiano irão afetar a Alemanha – a mais forte economia da zona euro.

Dados divulgados no final de 2015 mostram que o incumprimento de crédito nos bancos italianos totalizou 300 mil milhões de euros, 17,3% em empréstimos pendentes. Trata-se de um número massivo considerando que a média para a zona euro é de 6,8% e para a Alemanha de apenas 2,3%.

De acordo com Friedman trata-se de uma grande questão pois Itália é a 4ª maior economia da Europa e a 8ª maior economia do mundo. A Itália é a casa do maior sistema bancário no leste europeu e há muita inter-conectividade em jogo.

Por exemplo, o maior banco alemão, o Deutsche Bank, encontra-se bastante exposto a Itália – bem como o resto da Europa. Em última análise Friedman considera que será a Alemanha a salvar Itália.

E isso irá custar muito dinheiro.

“Não é com os PIIGS que temos de nos preocupar.” – Avançou Friedman. “A Alemanha ainda nem começou a cair. Será quando a Alemanha cair - e irá cair - que o pânico se irá instalar.”

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