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No seguimento dos atentados de Bruxelas, ministros de toda a União Europeia irão reunir-se na capital belga para discutir a segurança europeia.

Dois dias depois dos ataques do Estado Islâmico em Bruxelas, os ministros da União Europeia irão tentar superar as suas diferenças e convencer os cidadãos de que podem impedir a onda de terrorismo que está a afetar as capitais do continente.

Enquanto a polícia continua a sua caça aos agressores sobreviventes, os ministros do Interior irão encontrar-se em Bruxelas esta quinta-feira à tarde para avaliar a luta contra o terrorismo e a segurança europeia depois das explosões no aeroporto e na estação de metro que fizeram 31 mortos e 270 feridos.

Os investigadores que identificaram os dois bombistas-suicidas como os irmãos Khalid e Ibrahim El Bakraoui - um no metro e outro no aeroporto - avançaram que encontraram material explosivo num esconderijo no Norte de Bruxelas.

Também encontraram um testamento no lixo - que tinha sido escrito a computador por Ibrahim - onde o mesmo se descreveu como um "louco que não sabe o que fazer e está a ser perseguido em todo o lado", disse o procurador federal Frederic Van Leeuw.

Treino de terrorismo

Depois dos dois ataques contra civis em Paris no ano passado, os atentados de Bruxelas revelaram como é difícil monitorizar o grande número de suspeitos de radicalismo islâmico. A Alemanha, até agora poupada de grandes ataques, avançou ter dados sobre 450 islâmicos perigosos. Muitos radicais de origem europeia passaram algum tempo na Síria, submetendo-se a treino do Estado Islâmico - que assumiu a responsabilidade pelas atrocidades em Bruxelas.

O outro bombista-suicida do ataque no aeroporto foi identificado como Najim Laachraoui, avançou o jornal belga De Standaard. Laachraoui deixou a Síria em 2013 e foi parado na fronteira entre a Áustria e Hungria em setembro, quando viajou com Salah Abdeslam - que foi detido na semana passada como suspeito dos massacres de Paris em novembro, que levaram a vida de 130 pessoas.

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan avançou numa conferência de imprensa na quarta-feira que um dos atacantes de Bruxelas tinha sido anteriormente detido em Gaziantep, no leste da Turquia, e mais tarde deportado.

O ministro da Justiça da Bélgica, Koen Geens, disse que não pode confirmar se o país sabia do aviso da Turquia quanto a Ibrahim.

Antecedentes criminais

Ibrahim el-Bakraoui, de 29 anos, fez-se explodir no aeroporto, enquanto o seu irmão Khalid, de 27 anos, realizou o ataque no metro. Os irmãos, nascidos em Bruxelas - logo cidadãos belgas - tinham "grandes antecedentes criminais mas não relacionados com terrorismo" avançou o procurador Van Leeuw.

Não muito longe da estação atacada fica o local onde os líderes europeus se têm encontrado mais vezes nos últimos meses - numa luta constante para encontrar uma resposta unida e eficaz para o fluxo de refugiados, terrorismo e fraco crescimento económico. No entanto, todas as cimeiras têm sido marcadas pela falta de união.

O Comissário Europeu responsável pelos Assuntos Internos, Dimitris Avramopoulos, apelou a "todos os estados-membros para começarem a trabalhar em conjunto, nomeadamente através da promoção de confiança mútua e troca de informações - o único caminho para seguir em frente".

Christian Hartmann/Reuters

A Bélgica fez um minuto de silêncio a nível nacional. O primeiro-ministro belga, Charles Michel, e o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, depuseram uma coroa de flores em homenagem às vítimas do ataque na estação de metro. Milhares de pessoas reuniram-se na bolsa de valores do século XIX, no centro da cidade, e rabiscaram mensagens no pavimento. Foram decretados três dias de luto nacional.

Plano de ataque

O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, chega a Bruxelas esta sexta-feira para expressar as suas condolências e apoio na investigação quanto aos ataques. Os grupos terroristas continuam a planear "eventos a curto prazo" em toda a Europa e os EUA não têm conhecimento de alguma ameaça específica quanto ao seu território - afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner, durante uma conferência de imprensa em Washington.

Entretanto, o sistema de transportes em Bruxelas voltou a funcionar: uma das principais linhas do metro foi reaberta e os serviços de comboios e autocarros foram restabelecidos. O aeroporto irá permanecer fechado enquanto os investigadores recolhem provas e tentam identificar as vítimas mortais.

Uma outra bomba, que disparou já depois dos especialistas em destruição de armas terem entrado, teve um maior poder explosivo. Os media belgas informaram ainda que o equipamento encontrado no bairro de Schaerbeek em Bruxelas tinha sido abandonado pois os atacantes - que tinham pedido uma carrinha ao serviço de táxis local - não conseguiram incluí-lo no carro enviado.

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