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Steve Jobs é insubstituível, sim – mas parece que Tim Cook também está fazendo um bom trabalho

Há cinco anos Steve Jobs perdeu a sua luta contra o câncer do pâncreas. A maioria dos observadores não considera cinco anos um período de tempo particularmente longo mas o mundo da tecnologia tende a se mover bastante depressa. Cinco anos são uma eternidade em Silicon Valley. É por isso que parece que Tim Cook é CEO da Apple (NASDAQ: AAPL) há muito tempo, tendo assumido o cargo apenas alguns meses antes da morte de Steve Jobs. Seguem-se cinco exemplos notáveis de como a Apple mudou sob a liderança de Cook.

1. Maior colaboração

AP Photo/Tony Avelar

Jobs tinha criado silos internos dentro da Apple na sua interminável busca por sigilo. Não existe escassez de histórias sobre as medidas de segurança que a Apple utilizava, especialmente ao redor de projetos super secretos. Embora não haja dúvidas de que algumas dessas estruturas ainda subsistem, é claro que Cook eliminou alguns desses muros com o objetivo de aumentar a colaboração.

O afastamento de Scott Forstall, antigo responsável pelo iOS, em 2012 foi realizado em nome da colaboração. Forstall não se dava bem com diversos outros executivos, incluindo Jony Ive. Além disso, se recusou a assumir a responsabilidade pelo desastroso lançamento do Apple Maps.

Reconhecendo que para alcançar o nível máximo de integração entre hardware, software e serviços não fazia muito sentido compartimentar os engenheiros, Cook procurou melhorar a capacidade da Apple para colaborar internamente. Provavelmente não é coincidência que os diversos serviços online da Apple funcionem melhor agora do que antes.

2. Mais amigo dos acionistas

Sendo um CEO mais tradicional, ao estilo MBA, Cook valoriza os acionistas e as suas opiniões. Jobs não tinha os investidores em conta e os tolerava meramente pela necessidade. Jobs também foi sempre avesso ao retorno de capital aos acionistas, preferindo acumular fundos. Também ignorou os conselhos de Warren Buffett quanto à questão.

O significativo programa de retorno de capital da Apple é facilmente o movimento mais shareholder-friendly que Cook realizou. A empresa tinha demasiado capital pairando no balanço patrimonial. Entre 2012 e junho de 2016, a Apple pagou um total acumulado de 177 bilhões de dólares em dividendos e recompras de ações. São 177 bilhões de dólares a mais do que a Apple pagou aos seus acionistas sob Jobs.

3. Maior envolvimento com a mídia

A Apple esteve afastada dos meios de comunicação, sob Jobs, ao longo de muito tempo. Sempre que se lia um artigo sobre a Apple encontrava-se a linha obrigatória de que a Apple se recusou a comentar. Era um aspeto estratégico para Jobs influenciar a mídia – recorrendo a favoritismo controlado. Não era qualquer meio de comunicação que tinha acesso à Apple.

Depois de se tornar CEO, Cook quis mudar ativamente a forma como a Apple interage com a mídia. A diretora de Relações Públicas da empresa, Katie Cotton, se aposentou em 2014 depois de 18 anos na Apple. Oficialmente, a reforma de Cotton foi atribuída a questões pessoais. No entanto, não oficialmente, houve uma clara mudança na forma como Cook queria que a Apple fosse encarada.

Hoje em dia a Apple responde a questões da mídia e garante mais entrevistas com executivos.

4. Mais rentável

RIA Novosti

Também pode surgir como um choque lembrar o quão mais modesto era o desempenho da Apple em 2011, relativamente falando. Nos quatro trimestres fiscais anteriores à morte de Jobs, a Apple vendeu 72,2 milhões de iPhones, gerando 108,2 bilhões de dólares em vendas totais e alcançando 25,9 bilhões de dólares em rendimento líquido. A empresa tinha 81,6 bilhões de dólares em caixa no seu balanço patrimonial alguns dias antes da sua morte.

A Apple alcançou agora um recorde trimestral de 74,8 milhões de iPhones, com as vendas dos últimos 12 meses a alcançarem mais de 220 bilhões de dólares e o rendimento líquido do último ano pairando em quase 50 bilhões de dólares. Os números falam por si: Cook tem gerido a empresa tremendamente bem.

5. Mais socialmente responsável

Cook também ajudou a inaugurar uma nova era de responsabilidade social na Apple, abordando questões ao redor dos direitos humanos na sua cadeia de fornecimento, implementando um programa de filantropia e reduzindo a sua responsabilidade ambiental. A Apple cresceu significativamente neste departamento. Não que a Apple de Jobs fosse particularmente irresponsável – mas Jobs estava mais preocupado com o desenvolvimento do produto.

Escusado será dizer que Jobs é insubstituível. Mas também não se podem questionar as contribuições de Cook, da sua própria marca, para a empresa.

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