O impacto da desvalorização do euro na Alemanha
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O governo alemão era dos mais céticos a que o BCE pusesse em prática o plano de estímulo à economia europeia. Agora que o plano foi posto em marcha, como se está a dar a economia alemã? Aparentemente nada mal.

O sentimento económico alemão está a melhorar à medida que o Banco Central Europeu expande o seu programa de estimulação da economia.

Com a inflação a diminuir na zona euro e a atividade económica a enfraquecer, o BCE decidiu decretar um programa de estimulação alargado. O programa iria permitir que o BCE comprasse títulos públicos e privados no valor de 60 mil milhões de euros até setembro de 2016. Numa antecipação face a essas notícias, a CurrencyShares Euro Trust (NYSEARCA: FXE) diminuiu para quase 19% desde maio, tal como se pode ver no gráfico em baixo.

Entretanto, a economia alemã tem estado a melhorar de uma forma constante, impulsionando os níveis do sentimento e os mercados financeiros no país. Em dezembro, a taxa de desemprego alemã caiu para 4,8%, um nível abaixo do mês anterior em que se lia 4,9%, e melhorando ao mesmo tempo as estimativas para 5%. A figura do desemprego de dezembro marcou uma descida de 33 anos, assinalando a recuperação robusta que o mercado de trabalho tem vindo a ter desde a crise financeira.

A taxa de desemprego sazonalmente ajustada e harmonizada desceu para 4,8% em dezembro, atingindo o nível mais baixo desde 1981. As estimativas preliminares demonstraram que o emprego subiu por 0,2% e o desemprego caiu por 1,5%. Além disso, a taxa de desemprego jovem desceu para 7,2% em comparação com os 7,3% do mês anterior.

Com a descida do desemprego na Alemanha, o sentimento económico tem vindo a aumentar. Em janeiro, o Índice do Sentimento Económico da ZEW apresentou valores de 48,4, acima dos 34,9 do mês passado e excedendo as estimativas para 40.

Qualquer valor acima dos 0 assinala otimismo. Tal como se pode verificar pelo gráfico em baixo, na última metade de 2014, a figura passou de zero para quase 50. A descida dos preços da energia e as taxas de interesse mais baixas são citadas como razões para a melhoria das leituras do sentimento.

O sentimento analista e investidor da Alemanha aumentou em janeiro pelo terceiro mês consecutivo, graças aos preços baixos do petróleo e a um euro mais fraco que fazem fomentar as esperanças para uma recuperação forte na maior economia da Europa, após o escasso crescimento que se verificou na segunda metade do ano passado.

Com o sentimento económico a melhorar na Alemanha, o seu mercado de ações valorizou-se significativamente. O gráfico apresentado em baixo é da iShares MSCI Germany Index (NYSEARCA: EWG) sobre o euro, que cancela os efeitos da desvalorização da moeda em ações. Desde outubro que o valor das ações alemãs tem vindo a acelerar perto dos 30%, atingindo o seu nível mais alto dos últimos 15 anos. À medida que o otimismo prossegue, as ações alemãs ajustadas a um euro em queda, devem subir ainda mais.

Por último, um testamento para o crescimento económico e o otimismo na Alemanha, os riscos geopolíticos na Grécia ainda têm de descarrilar a tendência altista nas ações. Enquanto o rendimento das obrigações governamentais da Alemanha continuam a diminuir, as obrigações nas dívidas da Grécia aumentam. Desde de setembro que as obrigações da dívida da Grécia de 10 anos aumentou de quase 5% para os atuais 10,86%, tal como se pode verificar no gráfico em baixo. Esta elevada aceleração é devida, em grande medida, ao partido radical, anti-austeridade Syriza,que ganhou as eleições de janeiro.

Mesmo com os riscos geopolíticos a persistirem na Grécia, a economia alemã fortificou-se nos últimos meses. A atividade económica alemã deverá continuar a acelerar cada vez mais nos próximos meses.

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