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Apresentamos os países que se destacam num índice que relaciona o aumento da taxa de desemprego com a inflação. Esta combinação tem um resultado claro: miséria.

A inflação é uma doença que pode destruir a sociedade. Ao adicionar-se o aumento do desemprego ao diagnóstico a sua declaração atribui um termo menos técnico ao efeito debilitante sobre as pessoas: miséria.

Este ano essa aflição será mais aguda na Venezuela, Argentina, África do Sul, Ucrânia e Grécia – as cinco economias mais difíceis para viver e trabalhar, de acordo com os resultados de uma pesquisa da Bloomberg que compõem o índice de miséria para 2015. Trata-se de uma equação simples:

Taxa de desemprego + alteração no índice de preços no consumidor = miséria

No caso da Ucrânia a guerra irá exigir maiores baixas económicas. A tensão com os rebeldes apoiados pela Rússia irá prolongar o desemprego neste país do leste europeu – e, segundo as pesquisas, a inflação não irá oferecer um grande alívio. O golpe duplo significa que os consumidores ucranianos serão os quartos mais descontentes entre 51 economias (incluindo a zona euro) com base em previsões para medir a miséria.

A somar à agonia encontra-se o crescimento de rendimento relativamente abismal que irá deixar de proteger as famílias ucranianas contra os preços ainda em aumento. Este ano, com um PIB per capita de 8.051€ a Ucrânia só ultrapassa as Filipinas, entre os países pesquisados e avaliados com a referência do Fundo Monetário Internacional para o rendimento de residentes.

O desemprego irá provavelmente subir para 9,5% na Ucrânia, este ano – a partir dos 8,9% do terceiro trimestre de 2014, segundo os dados da pesquisa realizada. A inflação deverá aumentar a um ritmo de 17,5% em 2015, comparando à taxa consecutiva de 24,9% dos últimos anos.

As expetativas deprimentes para a Ucrânia não são tão más com o que o país encarou em 2014, quando terminou em segundo lugar no índice de miséria. As projeções para 2015, sombrias como são, fazem a Ucrânia brilhar o suficiente para saltar a África do Sul e Argentina das leituras do índice de miséria do ano passado.

Os três países que provavelmente irão enfrentar a maior miséria económica em 2015 – África do Sul, Argentina e Venezuela – não se moverem muito do seu ranking de 2014, quando ocuparam três dos quatro lugares de topo, segundo os dados auferidos.

Com 78,5%, a taxa de inflação do IPC estimada consecutivamente, a mais-miserável-Venezuela mais do que quadruplica a taxa de inflação da Ucrânia. A terrível escassez de produtos básicos na Venezuela, na semana passada, levou a vizinha Trinidad & Tobago a oferecer lenços de papel por petróleo.

Cinco anos após os investidores terem popularizado o termo “PIIGS” para descrever um conjunto de países europeus com défices orçamentais inchados, quatro desses cinco países permanecem em apuros, de acordo com o previsto índice de miséria.

No ranking deste ano a Grécia encontra-se em 5º lugar, Espanha em 6º, Portugal em 10º e Itália em 11º, embora cada um demonstre uma projeção de níveis de rendimento médio em relação ao grupo de países alvo da pesquisa. (A Irlanda situa-se, feliz, na parte inferior da cadeia, no nº16 do ranking de miséria e com um PIB per capita de 46.241€, muito melhor do que a média. A média do PIB per capita das 51 economias no nosso índice de miséria é de 29.465€).

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