Quais foram os maiores erros da história?
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Apresentamos-lhe uma lista de erros cometidos ao longo dos tempos com consequências bastante severas. E que grandes erros estarão a ser cometidos hoje?

Puneet Garg, usuário do Quora:

1. O capitão Edward Smith embate com o Titanic num iceberg

Dinheiro perdido: 7,5 milhões de dólares em custos de construção naval

Valor ajustado à inflação: 168 milhões de dólares

O transatlântico de passageiros, Titanic, afundou na sua viagem inaugural entre o Reino Unido e os Estados Unidos em 1912. O Titanic era conhecido como o navio impossível de afundar, especificamente desenhado para fazer a longa viagem para os EUA sem qualquer hipótese de afundar.

Contudo, numa noite, a tripulação do navio ignorou os avisos de icebergs no seu caminho e seguiu em frente. O navio bateu num iceberg, raspando todo o seu lado direito e fazendo com que se afundasse – causando a morte de 1.517 pessoas.

2. A NASA utiliza o sistema métrico enquanto a Lockheed Martin utiliza o sistema inglês aquando da construção de um satélite

Custo do satélite perdido: 125 milhões de dólares

Valor ajustado à inflação: 165,6 milhões de dólares

Em 1999 uma equipa de engenheiros da Lockheed Martin utilizou o sistema de medição inglês enquanto o resto da equipa utilizou o sistema métrico, relativamente a um satélite em Marte.

A utilização de dois sistemas de medição diferentes impediu a transferência das coordenadas de navegação da nave espacial da equipa em Denver para um laboratório na Califórnia. O satélite ficou, assim, perdido no espaço e a NASA perdeu 125 milhões de dólares.

3. A Sony compra a Columbia Pictures

Redução do valor em 1994: 3,2 mil milhões de dólares

Valor ajustado à inflação: 5,6 mil milhões de dólares

Em 1989 a Sony demonstrou o seu interesse pela Columbia Pictures, por 4.8 mil milhões de dólares. Contudo, o custo do negócio aumentou quando a Sony teve que gastar 200 milhões de dólares para comprar outra empresa de produção e 500 milhões de dólares para resolver uma ação judicial. Tudo isto para produzir filmes como Blankman. Em 1994 a Sony viu-se obrigada a reduzir o acordo em 3.2 mil milhões de dólares.

4. A Terra compra a Lycos

Pagamento em excesso em 2000: 11,6 mil milhões de dólaresValor ajustado à inflação: 15,7 mil milhões de dólaresNo ano 2000 a Terra, empresa de telecomunicações espanhola, fez uma aposta na Lycos, um motor de busca na internet. A Lycos era, na altura, o terceiro site mais visitado nos Estados Unidos mas após o estouro da bolha .com a Lycos perdeu a sua relevância. Em 2004, o motor de busca foi vendido à Daum Communications Corporation, baseada na Coreia do Sul, por 95.4 milhões de dólares em dinheiro.

5. A Mercedes-Benz compra a Chrysler

Pagamento em excesso em 1998: 20 mil milhões de dólares

Valor ajustado à inflação: 26,6 mil milhões de dólares

Em 1998 a Mercedes-Benz fundiu-se com a Chrysler para criar a Daimler Chrysler, por 37 mil milhões de dólares. No entanto, a fusão não correu como planeado e em 2007 a Mercedes vendeu a Chrysler Cerberus Capital Management por apenas 7 mil milhões de dólares.

6. A AOL compra a Time Warner

Pagamento em excesso no ano 2000: 146 mil milhões de dólares

Valor ajustado à inflação: 183 mil milhões de dólares

A AOL comprou a Time Warner for 182 mil milhões de dólares no pico da bolha .com. Nove anos depois, a Time Warner é desmembrada com uma capitalização de mercado de 36 mil milhões de dólares – uma perda de 178 mil milhões de dólares. A recém dividida AOL foi avaliada em apenas 2.5 mil milhões de dólares.

7. Equipamento defeituoso causa fusão nuclear em Chernobyl

Dinheiro perdido em 1986: 358 mil milhões de dólares em limpeza e terra perdida

Valor ajustado à inflação: 720 mil milhões de dólares

Em 1986 quatro reatores ficaram fora de controle durante um teste – o que conduziu a uma explosão e incêndio. O incêndio destruiu o edifício do reator na sua totalidade. A explosão também lançou uma perigosa quantidade de radiação no ar e causou a morte imediata de dois trabalhadores da fábrica. Nos meses seguintes 28 bombeiros e trabalhadores de limpeza morreram devido à exposição a radiação.

Jeff Kye, usuário do Quora:

A marinha japonesa ataca a base naval americana em Pearl Harbor em 1941

O erro não é necessariamente o ataque em si, sendo que o Japão sentiu que o mesmo se justificava em ação militar contra os EUA, mas o facto de os navios que mais queriam destruir, os porta-aviões, estarem fora em exercícios e terem sido poupados. A ação deu ao Presidente Roosevelt a desculpa de que precisava para entrar na guerra durante um período de isolamento – e terá eventualmente levado à queda dos impérios japonês e alemão, à despromoção do imperador japonês como divindade e à distinção do Japão como único país bombardeado por uma arma nuclear. Sem os americanos na guerra é pouco provável que tanto o Japão como a Alemanha tivessem sido detidos. Sem os seus porta-aviões no Pacífico os EUA teriam estado mais frágeis no início da guerra, possivelmente dando ao Japão uma vantagem que poderia ter conduzido a um resultado diferente.Como exemplo disto considere a situação que conduziu à saída dos EUA do império britânico. Embora hoje todos possamos rir da estupidez dessa decisão a realidade da época é que não se tratava de um grande problema.No final do século XVIII a riqueza dos britânicos era proveniente das Índias ocidentais. As plantações de açúcar eram muito mais valiosas do que o rendimento dos impostos proveniente dos Estados Unidos. Junte os problemas de ter que financiar a gestão de terras e torna-se fácil decidir não colocar muito esforço na manutenção dessa terra.Avance 150 anos e a maré começa a virar – com os EUA a financiarem o Reino Unido durante a Primeira Guerra Mundial. De repente, todo o dinheiro proveniente das plantações acabou nos bancos norte-americanos. A decisão há um século e meio atrás mostrou-se, de repente, bastante tonta e torna-se cada vez mais tonta à medida que os EUA ficam mais ricos.O ponto aqui é que uma decisão tonta somente o é no contexto da época. Em 150 anos poderá não parecer uma decisão tão tonta, mas só o tempo o dirá.

Abhinav Shahi, usuário do Quora

Em 1971 engenheiros soviéticos identificaram um local no Turquemenistão que se pensava ser um substancial campo de petróleo

Os engenheiros criaram uma plataforma de perfuração, acamparam nas proximidades e começaram as operações de perfuração para avaliar a quantidade de reserva de gás disponível no local. Satisfeitos com o sucesso de encontrar gás os soviéticos começaram a armazená-lo. O chão sob a plataforma de perfuração e do acompanhamento desabou numa grande cratera e desapareceu. Não se perdeu nenhuma vida no incidente.

Tudo estava bem até ao momento contudo os engenheiros temeram a libertação de gases tóxicos a partir da caverna e decidiram queimar o gás. Acreditaram que seria mais seguro queimá-lo do que extraí-lo do subsolo através de métodos caros. Nessa altura, esperava-se que o gás queimasse dentro de algumas semanas mas continuou a queimar mais de quatro décadas depois de ter sido incendiado.

Timothy James, usuário do Quora

O Challenger

Enquanto decidia se devia ou não lançar o Challenger a NASA tomou algumas decisões questionáveis com base no tempo e custo. Tratava-se de uma nave espacial a cujo lançamento muitos milhares de crianças em todo o país assistiam em direto na televisão – a nave levava um professor primário. Pouco tempo depois do lançamento a nave explodiu, terminando com as vidas das pessoas que se encontravam a bordo e encerrando o programa da NASA.

Tal como muitos erros fazem este conduziu a uma reação de más decisões em cadeia. A usina contratada para fornecer o oxidante de combustível para a nave, PEPCON, continuou a produzir enquanto as naves se encontravam paradas. Tendo ficado sem espaço para armazenamento o mesmo começou a ser armazenado, em grandes quantidades, em vários locais.

Decidiu-se armazenar este combustível em recipientes de alumínio e borracha. Talvez não tenha sido um fator do resultado mas o alumínio e a borracha são componentes de combustível para naves espaciais. De seguida, um soldador fez com que, de alguma forma, a estrutura que abrigava o oxidante entrasse em chamas. A explosão resultante rivalizava com a de uma bomba não nuclear de tamanho médio. Temos tentado recuperar a nossa superioridade em voos espaciais desde então.

Duvido que este venha a ser considerado o “maior” erro mas é certamente um bom exemplo de como uma má decisão pode levar a outra.

Aman Anand, usuário do Quoa

A criação e subsequente utilização de bombas nucleares em Hiroshima e Nagasaki

Assim começou o advento da corrida a armamento nuclear com os EUA e a URSS a produzir armas nucleares suficientes para destruir uma grande parte da humanidade.

E embora ambas as partes tenham reduzido significativamente o número de armas nucleares nos seus arsenais existe o medo de que terroristas tenham acesso a uma bomba ou tecnologia nuclear e detonem uma bomba nuclear, o que poderia levar a destruição inimaginável.

Além disso, países como o Irão e a Coreia do Norte estão a tentar alcançar a tecnologia necessária para criar uma bomba nuclear, enquanto a Índia e o Paquistão têm suficiente poder nuclear para matar centenas de milhões de pessoas se começarem outra guerra.

A bomba nuclear tornou o homem num destruidor de mundos e leva o mais ingénuo dos otimistas a pensar que não serão novamente utilizadas nas nossas vidas. Se forem utilizadas, irão trazer perdas de vidas sem precedentes. É por isso que a sua criação e utilização é o maior erro da nossa humanidade.

Murugan Raj, usuário do Quora

A Índia e os EUA comprometidos com a Primeira Guerra Mundial

Nenhum destes países se envolveu para ganhar alguma coisa com a Primeira Guerra Mundial e contra toda a lógica participaram e pagaram um elevado preço por isso, com impactos em ambos os países até aos dias de hoje.

A Primeira Guerra Mundial foi o cenário perfeito para a Índia se revoltar contra o Reino Unido, no entanto nunca o fez e decidiu apoiá-lo. Se a Índia se tivesse revoltado e juntado aos EUA ou Alemanha teria ganho a independência facilmente. Os ingleses nunca tiveram mais do que 70.000 tropas na Índia e a população muçulmana não era superior a 15%. Em vez disso, os ingleses jogaram bem as suas cartas ao negociarem separadamente com líderes muçulmanos e hindus, mantendo-os a ambos às cegas. Devido à desconfiança mútua a Índia acabou por apoiar o Reino Unido. Não atingiu o que se tinha proposto a atingir nem a Índia ganhou a independência de forma pacífica, pagando um elevado preço com sangue – graças aos líderes corruptos que ganharam a confiança das pessoas – que só queriam a autonomia.

A razão para os EUA se comprometerem com as Guerras Mundiais é igualmente desconcertante. A independência dos EUA foi sangrenta e a resultante guerra civil, que teve a sua raiz na independência, foi ainda mais sangrenta. No fundo, os EUA odiavam os poderes coloniais e queriam que os mesmos desaparecessem. Se os EUA simplesmente não tivessem participado na guerra a mesma poderia ter resultado em atrito entre poderes europeus, pondo assim um termo ao colonialismo para sempre.

Também poderá ter alcançado alguns dos seus posteriores ideais políticos – permitindo a democracia em todo o mundo, estabelecendo uma paz duradoura através de uma “organização mundial de manutenção da paz” e criando laços por todo o mundo através do comércio.

A participação dos EUA forçou uma atuação prematura – e os EUA financiaram, inevitavelmente, muitos movimentos por todo o mundo. Ao participar nas guerras os EUA perderam os elementos de escolha e negociação. Se os EUA se tivessem focado nos seus objetivos originais poderiam ter atingido os mesmos. Sou intencionalmente vago aqui para afastar trolls, teóricos da conspiração e bate-boca. Qualquer pessoa que perceba a história dos EUA e as suas relações saberá o que quero dizer.

Em vez disso temos umas Nações Unidas quase-asseguradoras de paz – que mostram algum elitismo na manutenção da mesma: uma longa e inquieta guerra fria que só atingiu o terrorismo militante no Médio Oriente, uma quase-democrática Índia e uma quase-comunista China. Um conjunto de pseudo-intelectuais a alimentar um rebanho com uma constante dieta de propaganda.

Fonte: Quora

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