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Abrandamento da economia chinesa irá afetar ainda mais as ações, obrigações e moedas dos mercados emergentes em 2016.

As moedas dos mercados emergentes caíram em 2015 como não caiam há quase duas décadas, e os analistas preveem mais quedas em 2016 devido ao abrandar da China e ao aumento das taxas de juro dos EUA.

O sentimento negativo também irá atingir ações e obrigações, com um índice de ações que cobre países em desenvolvimento a relatar a maior queda anual desde 2011. O premium que os investidores exigem para deter dívida soberana dos mercados emergentes aumentou por um terceiro ano sem precedentes depois de a Reserva Federal dos EUA ter tomado a decisão há muito esperada de subir as taxas de juro e de ter dado a entender que mais subidas se seguirão.

Os estrategistas da UBS AG e do Citigroup Inc. afirmaram no mês passada que mais agonia se avizinham pois os mercados em desenvolvimento não caíram o suficiente para refletir o crescimento global abaixo do esperado. Uma queda nas matérias-primas que levou o barril de petróleo Brent para mínimos de 11 anos também ajuda a minar a confiança, à medida que os economistas preveem que a China, a segunda maior economia do mundo e um dos principais compradores de matérias-primas, abrandará ainda mais em 2016.

Sim Moh Siong, um estrategista de divisas no Bank of Singapore Ltd., afirmou:

“Fundamentalmente, nenhuma das moedas dos mercados emergentes irá resistir à onda de um dólar fortalecido. O foco para a Fed alterou-se para a subida das taxas. Desse modo podemos estar presos num cenário de queda das matérias-primas a longo prazo.”

Uma medida das taxas de câmbio de 20 países emergentes depreciou 15% em 2015, a queda mais acentuada desde 1997. Apenas 6 das 24 moedas de mercados emergentes seguidas pela Bloomberg não deverão voltar a cair nos próximos 12 meses, sendo que o peso da Argentina, o real brasileiro e a rupia indonésia serão as moedas com quedas mais acentuadas. Foram precisamente as duas primeiras que mais cairam em 2015, juntamente com o rand da África do Sul e o peso colombiano.

O índice de matérias-primas da Bloomberg que segue 22 matérias primas caiu 25% este ano, enquanto o Brent caiu 36%, a sua maior queda anual desde 2008. Prevê-se que o PIB da China cresça 6,5% em 2016, caindo dos estimados 6,9% de 2015, de acordo com um inquérito da Bloomberg a economistas.

Ações

O índice de mercados emergentes MSCI caiu 17% em 2015. As ações chinesas negociadas em Hong Kong, e as ações da Tailândia, Indonésia e Taiwan encontram-se entre as que mais perderam no ano recém-terminado. A medida é avaliada em 11 vezes os ganhos projetados de 12 meses. O índice mundial MSCI caiu 1,9% e é avaliado em 16 vezes.

Nove dos dez indicadores da indústria dos países em desenvolvimento subiram no último dia de 2015, enquanto as empresas energéticas caíram. O índice de empresas Hang Seng da China subiu 0,1% depois de ter caído 1,3% 30 de dezembro, apresentando um declínio anual de 19%. Os mercados na Coreia do Sul, Filipinas, Indonésia e Tailândia estiveram fechados na época festiva.

“O abrandar da China, combinado com o medo da subida das taxas de juro por parte da Reserva Federal dos EUA assim como a fraqueza dos preços das matérias-primas levou a um ano mau para os investidores em mercados emergentes que não se focaram num mercado de nicho,” afirmou Attila Vajda, diretor da Project Asia Research & Consulting Pte, uma consultora baseada em Singapura.

“Os investidores deveriam escolher com critérios rigorosos em vez de tratar os mercados emergentes como se fossem todos iguais.”

Moedas

Na Ásia as moedas enfraqueceram este ano principalmente devido às fugas de capitais em antecipação da subida das taxas de juro dos EUA e do impacto do abrandar da China. O ringgit malaio liderou as perdas com um declínio de 19% pois a queda do petróleo também cortou as receitas estatais do único exportador significativo de petróleo da região. Foi o pior desempenho anual desde 1997. A rupia da Indonésia caiu 10%, o bath da Tailândia caiu 9% e won sul-coreano perdeu 6,3%. A rupia, o won e o dólar taiwanês deverão liderar as quedas em 2016.

Obrigações

O premium da yield da dívida soberana dos mercados emergentes sobre as Treasuries dos EUA aumentou 38 pontos base este ano para 442, depois de ter subido 77 pontos base em 2014, de acordo com o que revela um índice da JP Morgan Chase & Co. O spread não aumentou durante três anos consecutivos desde pelo menos 1997.

Os bilhetes do Tesouro em moeda local deram um prejuízo de 2,1% em termos de dólares norte-americanos para 2015, depois de terem ganho 3,8% em 2014, de acordo com um indicador da Bloomberg. As Treasuries subira 0,7%, bem abaixo dos 6,2% de 2014.

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