A realidade não é como um simulador de trading

Você pode muito bem ser um craque em simuladores de trading e estar cheio de vontade de começar a negociar a sério. Porém, a realidade oferece desafios bem diferentes dos simuladores. Está preparado?

"Eu disse algo semelhante a uma pessoa… eles sorriram do quão ingénuo eu era e disseram-me a diferença mais importante entre simulação e negócios reais.

Eu sei que está sentado em frente ao seu ecrã e consegue ver quando acontece ripping ou tanking, rapidamente executa o seu pedido e sente que tem um dom para isto e que a Wall Street o vai venerar quando o descobrir.

Mas a realidade é que todos conseguem ver quando estamos prestes a ter um rip ou tank. O seu pedido não vai ser atendido quando isto acontecer. Se colocar uma oferta quando esta prestes a fazer rip, não vai ter sucesso porque não existem vendedores a vender na oferta estipulada. Se tentar atingir o seu preço ideal, o seu pedido vai ficar em linha de espera atrás de todos aqueles que o viram antes de si e vai acabar por ter de executar a compra em alta.

Depois há outras alturas em que a oferta e procura não se alteram, mas o volume de trocas a ocorrer é chocante, como quando a Worldcom explodiu em 2002. Parecia que podia simplesmente comprar e vender ações todo o dia, mas aqui está a parte interessante, quando tinha razão, teria de esperar imenso tempo (mais de 45 minutos) para a sua oferta ser aceite porque havia uma linha de espera tão grande de procuras à frente da sua, logo apenas valeria a pena se estivesse a comprar uma grande quantidade de ações. Mas aí o mercado ficaria contra si num espaço de um segundo, a sua oferta seria aceite, ficaria numa posição de poder, e o preço estaria contra si deixando-o a ponderar se deveria tentar esperar uma hora para conseguir uma oferta razoável e arriscar mais sofrimento, ou se deveria perder ainda mais vendendo em sessão.

Em suma, existe algo mais do que estar certo sobre o movimento dos preços, tem que ser mais rápido do que todos os outros e até agora provavelmente não provou que o é. A não ser que tenha estado a trocar posições a longo prazo (ao longo de horas), o mais provável é que tenha caído na mesma ilusão que eu. Não digo que não deveria ir em frente, mas tenha noção que não validou as suas habilidades ao nível que acha e que ainda tem uma quantia significativa de conhecimentos a ganhar antes de poder faze-lo com sucesso consistentemente."

"Deixe-me começar com uma analogia.

Trocas simuladas são como jogar um jogo de vídeo onde guia um carro numa pista. Está a ganhar todas as corridas confortavelmente com o seu volante da X-Box, a vida é bela MAS…

No dia seguinte alguém senta-o num carro de corrida. Agora que o barulho do motor é real, se tiver um acidente, ficará severamente ferido ou morto e os seus nervos e cérebro reagem de acordo com isto. Agora o seu carro simulado não é danificado mas o carro real para o qual trabalhou tão arduamente, que paga as suas refeições e a sua renda.

Ok, chega de analogias, certamente entendem o que quero dizer. Pode ter tido um bom ponto de partida com vitórias consistentes mas há alguns fatores que simplesmente não temos em conta. São as suas vitórias resultado de riscos imprudentes? Está exaustivamente em mais trocas do que a sua conta bancária permitiria? Está a investir quantias razoáveis para ganhar dinheiro?

No entanto, não estou a tentar dissuadi-lo. Todos começam por algum lado e faço votos que o seu treino de trocas de ações lhe ensinou lições que pode usar no futuro. Aconselho-o a ter precaução, como outros referiram anteriormente comece pequeno, limite rapidamente os prejuízos e analise sempre os seus negócios. Se perder e não aprender nada, perdeu verdadeiramente.

Quando estiver a negociar dinheiro verdadeiro, irá descobrir coisas sobre o seu carater de que nunca antes tinha noção. Ganância, correr riscos, nervos, apostar compulsivamente, ser lógico, ser ilógico, agir impulsivamente, a sua capacidade de lidar com grandes quantidades de stress, a sua forma de lidar com adrenalina, a sua habilidade de justificar a horrível situação em que se encontra e convencer-se que é boa. A lista continua.

Tenha cuidado e não arrisque mais dinheiro do que pode dispensar."