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A IBM tem tido um percurso irregular nos últimos tempos, tendo dificuldades em manter um nível de inovação equivalente aos seus competidores. Porém, há sinais de que a empresa pode estar agora no rumo certo.

Quando o assunto é a IBM, eu não estou a dizer que gosto do panorama geral das estratégias empresariais da companhia. Mas, eu consigo ver uma transição empresarial a tomar forma. Em vez de se concentrar em objetivos de lucros a longo prazo estabelecidos pelo seu antecessor, o CEO Ginni Rometty em outubro de 2014 finalmente começou do zero – concentrando os esforços da IBM nas necessidades básicas dos clientes: cloud, telecomunicações, redes sociais e arquivos de dados – entregues por uma via segura.

O que correu mal?

Em alguns aspetos, eu acredito que Rometty estava destinada a falhar quando a coroa passou para ela vinda de Sam Palmisano em Janeiro de 2012.

Voltando a 2010, sobre a tutela de Palmisano, a IBM concentrou-se em recomprar ações e a desvalorizar a tecnologia cloud insistindo que os clientes-tipo da IBM não estavam de todo interessados na grande mudança da big cloud.

Palmisano fez a leitura errada da maior parte dos sinais. Recordem que a maior parte dos gigantes das clouds fizeram as suas apostas há anos atrás:

  • Salesforce.com (NYSE:CRM) foi lançada em 1999 e fez IPO em 2004.
  • Amazon.com (NASDAQ:AMZN) lançado pela Amazon Web Services em 2006.
  • Workday (NYSE:WDAY) foi fundado em 2005, oficialmente lançado em 2006 e em outubro de 2012 fez IPO.
  • Steve Ballmer disse que a Microsoft em 2010 (NASDAQ:MSFT) estava a fazer uma aposta total na computação em nuvem que abriu o caminho para o rápido crescimento atual da Azur e do Office 365 serviço cloud.

As primeiras apostas em cloud pela IBM falharam o alvo, deixando a companhia demasiado dependente de formas tradicionais de hardware, software e consultorias de TI. Os rendimentos, por 11 consecutivos semestres foram estáveis ou em queda.

Todavia, o mandato de Rometty como CEO teve três momentos cruciais até agora:

  • A compra do SoftLayer a meio de 2013. Apesar do atraso, finalmente a IBM possuía uma plataforma de sistema cloud credível.
  • A parceria com a Apple a meio de 2014 (NASDAQ:AAPL). Apesar do atraso, esta prestes a abrir mais oportunidades de aplicação para telecomunicações.
  • A decisão a Outubro de 2014 de adquirir ações a $20 apontado para 2015. Atrasado, mas finalmente foi tratado o grande tema que ninguém queria tratar.

Algum dia, eu espero que a IBM já não esteja “atrasada.” Mas, apesar de tudo a companhia finalmente “voltou ao jogo.”

O Início

Eu pensei em comprar ações da IBM, durante cada comunicado oficial da empresa. Eu nunca o fiz até ao início de janeiro de 2015. A razão? Eu fiquei, finalmente, convencido que o negócio cloud da IBM – construído sobre o modelo da SoftLayer – é repetível e pode ser expandido a nível mundial.

De certa forma, eu ainda estou, de um pouco, receoso com os anúncios sobre os rendimentos da cloud da IBM que incluem dois pontos-chave revelados em janeiro de 2015:

  • Os rendimentos da cloud no valor de $7 mil milhões para 2014, são um pouco vagos na melhor das hipóteses, pois incluem as vendas de hardware e software tradicional para ambientes híbridos.
  • A cloud proporciona um serviço de rendimentos de $3 mil milhões para 2014 – um número muito importante, tendo em conta que basicamente ofusca as ondas SaaS, IaaS e PaaS.

Mais Construções, Mais Clouds

Para encontrarmos o verdadeiro ímpeto do negócio cloud da IBM, temos que ver o percurso da companhia em relação aos seus centros de dados para cloud, incluindo os recém-abertos em localizações como a Alemanha, Japão e Mexico.

Cada vez que a IBM abre um novo centro de dados, cria mais uma forma de rendimentos repetíveis, expansíveis e recorrentes numa nova parte do mundo. Isto é bom para a IBM. E bom para todos aqueles CIOs que desejam a cloud, que o antigo CEO Palmisano muito subestimou em 2010.

Temos que admitir, o negócio da cloud não cresceu o suficiente para derrubar as vendas tradicionais da IBM relativamente a hardware, este que voltou a cair no quarto trimestre de 2014. Mas a determinado ponto, vamos começar a ver os CIOs a normalizar os seus gastos pela cloud e em TI local. Não tenho certeza quanto aos ganhos conjuntos vão significar para a IBM, mas eu sei que a companhia está pronta com os serviços da SoftLayer, o mais recente mainframe Z13 e uma lista completa de ofertas de software – disponível – no local ou por demanda.

A entrada da Apple

Oh, e não podemos esquecer aqueles serviços empresariais relacionados com a Apple.

Quando foi anunciada a parceria da IBM com a Apple a meio de 2014 algumas pessoas assumiram de forma errada que a IBM iria, somente, prestar serviços e apoio aos iPads e iPhones na empresa.

Mas com um intervalo de meses, as duas companhias anunciaram uma nova etapa. O primeiro movimento envolveu as apps da IBM mobile para iOS em dezembro de 2014. E em janeiro de 2015 o CEO da Apple Tim Cook disse que perto de 100 apps adicionais estavam a caminho.

A Longo Prazo

As minhas ações da IBM caíram 2.8% desde que as comprei em 2015. Mas eu estou a encarar a situação a longo prazo, e eu tipicamente mantenho ações que compro por pelo menos dois anos.

Eu vou aguardar pelos ganhos (o saldo de momento: 2.8%) e observar Rometty a acelerar os esforços da companhia nos sectores da cloud, telecomunicações, redes sociais e arquivos de dados.

Eu dispensei relatórios errados sobre o estado da IBM em semanas recentes e prefiro concentrar-me nos comunicados oficiais da empresa nos assuntos em questão.

E cada vez que a IBM abre um novo centro de dados em cloud, eu continuo convencido que Rometty finalmente está a levar a companhia na direção certa.

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