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Apesar de ter sido vítima de ataques informáticos, fuga de informações e ameaças contra salas de cinema devido ao lançamento do seu polémico filme “The Interview”, a Sony volta a valorizar-se. Perceba como.

A Sony está a aguentar-se bastante bem apesar do grande ataque informático que sofreu o ano passado. Aparentemente os hackers da Coreia do Norte não são um adversário à altura da PlayStation 4, do iPhone da Apple e da Abenomics. As ações da Sony (SNE) subiram mais de 40% acima do seu mínimo documentado em dezembro no seguimento do ataque.

Isto foi quando todos falavam de fuga de informações e das ameaças contra salas de cinema devido ao plano da Sony para o lançamento de "The Interview" – a comédia controversa sobre um plano para assassinar o governador norte-coreano Kim Jong-un. No entanto a Sony disse aos seus investidores em fevereiro que o custo associado com a pirataria foi de uns meros $15 milhões no seu último trimestre. A empresa divulgou oficialmente esses resultados trimestrais na terça-feira. O capital da Sony cresceu quase 4% na terça e outros 5% na quarta.

As vendas em geral subiram 6.5% comparativamente ao passado ano. O único ponto significativo mas fraco foi a unidade Pictures da empresa, que inclui os estúdios de filme e televisão. Os rendimentos desceram quase 8%.

Uma brincadeira com números

A PS4 e o iPhone 6 levaram a um grande rendimento. Ainda assim, é um erro focarmo-nos demasiado na indústria do cinema. As duas unidades maiores da Sony estão a ter um sucesso bastante melhor.

O ramo de videojogos da Sony declarou um aumento de vendas de 17% no seu mais recente trimestre. Isto deve-se maioritariamente ao sucesso da consola de jogos PlayStation 4 da empresa.

Depois temos o negócio de equipamentos da empresa, que relatou um pico de quase 40% em rendimento. A razão? Este ramo inclui os sensores de imagem da Sony – chips vendidos aos criadores de dispositivos móveis.

Um grande cliente neste mercado é a Apple (AAPL, Tech30), que utiliza os sensores de imagem da câmara da Sony para o iPhone 6. Fazer parte da cadeia de fornecedores da Apple é bastante lucrativo hoje em dia.

E poderão vir ainda tempos melhores para a unidade de Hollywood da Sony. Afinal "The Interview" acabou por se tornar num sucesso financeiro fenomenal.

Parabéns para Hollywood?

A empresa concordou inicialmente tirar o filme de Seth Rogen/James Franco dos cinemas porque os proprietários disseram que estavam preocupados com a segurança e não o exibiriam. Mas a Sony lançou-o eventualmente em formato digital e num pequeno grupo de cinemas.

A Sony anunciou no final de janeiro que o filme rendeu mais de $40 milhões através de downloads e streams por pedido. Fez também cerca de $6 milhões em bilheteira no tempo limitado em que esteve em exibição nos cinemas.

O recente negócio da empresa de deixar a Marvel, que é propriedade da Disney, utilizar o Spider-Man nos próximos filmes Marvel pode também afetar gravemente a Sony que aparenta estar prestes a lançar a franchise novamente. (Por razões complicadas, a Sony tem os direitos associados a Peter Parker e o seu alter ego que anda de teia em teia apesar da Disney ter adquirido a Marvel.)

A Sony parece também preparada para ganhar com os direitos para stream digital de Seinfeld. De acordo com relatórios recentes, o estúdio televisivo da Sony está interessado em vender os direitos de "Seinfeld" num negócio que poderá atingir $500,000 em cada episódio – um total de mais de $100 milhões. A Amazon (AMZN, Tech30), a Yahoo (YHOO, Tech30) e a Hulu – o site de streams pertencente à Disney (DIS), Fox (FOXF) e Comcast (CMCSA) – são referidos como licitadores. Mas não a Netflix (NFLX, Tech30).

É tudo acerca do iene?

A Sony pode também agradecer ao primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe pelo rendimento das suas ações. As suas políticas, apelidadas de Abenomics, levaram a um grande pico nas ações japonesas. A Nikkei subiu 12% este ano. O iene enfraqueceu, o que ajudou os exportadores japoneses como a Sony a tornarem-se mais lucrativos no estrangeiro.

O banco central do Japão está também a fazer todos os possíveis para apoiar a economia com um programa de compra de títulos semelhante ao abrandamento quantitativo de que a Reserva Federal usufruiu até ao ano passado... e que o Banco Central Europeu está agora a empregar.

Enquanto o iene continuar a perder terreno relativamente ao dólar, o regresso pós-pirataria da Sony deve permanecer intacto. Talvez seja até altura de começar a pensar numa sequela para "The Interview"?

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