Fazer investimentos sem um único risco é coisa que não existe. Porém nós indicamos-lhe 7 estratégias essenciais que lhe permitirão manter o risco em níveis aceitáveis, e ao minimizar as perdas aumentar os seus rendimentos.
A suposta rendibilidade das obrigações do Tesouro a dez anos livres de riscos são apenas uns patéticos 1,9%. A inflação vai acabar por consumi-los num abrir e fechar de olhos. No entanto, existe uma coisa chamada investimentos de baixo risco e elevados rendimentos. É pouco convencional, mas existe.
Há uns anos atrás li o livro de Mohnish Pabrai “The Dhando Investor” que explica numa escrita muito fácil de se ler o conceito de risco e outros conceitos básicos sobre investimentos. Uma das ideias principais do livro é que o investimento de baixo risco pode originar rendimentos mais elevados.
Contudo, o que normalmente se pensa é que quanto mais elevado for o risco maior será o rendimento. Mas só se estivermos a falar de ganhos imediatos ou de curto prazo. Já no caso do investimento em valor, é preciso recuar e ponderar no cenário a longo prazo.
O eterno período de manutenção de Buffett é um excelente exemplo de um investimento de baixo risco e rendimentos GIGANTES. Quando iniciou a sua colaboração e parceria com a Berkshire não correu riscos. Os seus investimentos em ações como a Coca-Cola (NYSE: Coca-Cola Company [KO]) ou a Wells Fargo (NYSE: Wells Fargo & Company [WFC]) basearam-se no mínimo de risco possível e em deixar as empresas subjacentes gerarem os elevados rendimentos para si.
Os gurus financeiros ensinam-no a focar-se nos investimentos de baixo risco
No seu livro Pabrai ensina o leitor a “colher os frutos mais fáceis de se alcançar”. Os investimentos nos quais o risco de baixa está protegido.
Tal como Monish Pabrai diz:
"Se sair cara, ganho; se sair coroa não perco muito!"
Seth Klarman também aborda o mesmo tópico no seu livro Margin of Safety, salientando a importância de se reduzir o risco num investimento pois o seu lado ascendente acabará por compensar.
Phil Town até escreveu um livro dedicado à regra de Buffet:
"Regra n.º1: Não perca dinheiro.
Regra n.º2: Não se esqueça da regra n.º1."
Há pouco tempo atrás Buffet escreveu um artigo intitulado The Superinvestors of Graham and Doddsville (Os Superinvestidores de Graham e Doddsville), no qual discutia as estratégias de investimento em valor de Benjamin Graham, Warren Buffet e da sua aliança “The Superinvestors of Graham and Doddsville”, mostrando que é de facto possível manter um risco reduzido nos investimentos enquanto se produz rendimentos impressionantes.
Aqui ficam então as 7 principais estratégias para diminuir o risco e aumentar os rendimentos
1. Concentre-se numa empresa já existente – Tenha em consideração empresas com um extenso histórico de operações que possa analisar. É muito menos arriscado do que tentar adivinhar qual é a empresa startup do momento ou a tendência mais em voga.
2. Compre empresas simples ligadas a indústrias com uma taxa de variação bastante lenta – Buffet afirma que “vemos as variações como o inimigo dos investimentos… por isso procuramos a ausência de variações. Afinal, não gostamos de perder dinheiro. O capitalismo é implacável. Por isso, procuramos produtos banais que toda a gente precise”.
3. Compre empresas em dificuldades de indústrias em dificuldades – Não espere fazer uma boa venda. Faça com que o preço de compra seja tão atraente que até a venda mais medíocre lhe traga bons resultados.
4. Compre uma empresa com fosso – a chave para se fazer investimentos não é avaliar o quanto uma indústria irá afetar a sociedade, ou quanto irá crescer, mas sim determinar a vantagem competitiva de uma determinada empresa e, acima de tudo, a durabilidade dessa vantagem. Os produtos e serviços que têm um fosso largo e sustentável à sua volta são os que trazem mais rendimentos aos investidores.
5. Aposte cerradamente quando as probabilidades estão esmagadoramente a seu favor – Se o mercado lhe está a oferecer uma probabilidade de 10 para 1 a seu favor em relação a uma empresa em específico, apostaria noutra coisa qualquer ou apostaria fortemente nessa, tentando fazê-lo mais do que uma vez?
6. Compre empresas com grandes descontos em relação ao seu valor intrínseco subjacente – minimize o risco de baixa antes de ver o potencial ganho. Se fosse comprar um ativo com um desconto acentuado em relação ao seu valor intrínseco, mesmo que o futuro fosse completamente diferente e pior, as probabilidades de perda de capital seriam mais baixas. Ben Graham chamou a atenção pela primeira vez para este conceito ao afirmar que
… a função da margem de segurança é, essencialmente, tornar desnecessária fazer-se uma estimativa precisa do futuro.
7. Procurar empresas ou negócios de baixo risco e com elevadas incertezas – Esta é uma grande combinação, pois produz depreciações severas nos preços das empresas. Veja novamente a “bolha” das tecnologias. Se tivesse comprado grandes empresas como a Adobe (NASDAQ: Adobe Systems [ADBE]), a Apple (NASDAQ: APPL) e a Cisco (NASDAQ: Cisco Systems [CSCO]) a estes preços depreciados, tenho a certeza de que estaria neste momento nas suas sete quintas com os seus milhões.
Na verdade sabemos que o risco não equivale a volatilidade, mas devido à tendência de sermos consumidos pelos preços das ações, caímos na armadilha de ignorar estes 7 princípios essenciais.
Não há nada de arrasador na lista apresentada, no entanto, é surpreendente como tão poucas coisas dela são aplicadas quando se fazem investimentos.