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Os mercados de ações norte-americanos têm batido recordes nos últimos anos. Porém, com o fim do programa de flexibilização quantitativa da Reserva Federal avizinham-se tempos de mudança. Quais serão as novas tendências dos mercados americanos?

Durante a era de esteróides do beisebol, parecia que havia recordes de “home runs” batidos a toda a hora. Isso é o que o mercado "bull" de ações tem sentido nos últimos anos. O S&P 500 comemorou um recorde incrível de 98 fechos em alta durante 2013 e 2014, de acordo com o índice S&P de Dow Jones. E na semana passada, a Nasdaq conseguiu um fecho em alta como visto pela última vez em Março de 2000. Mas os recordes de Wall Street poderão em breve ser mais difíceis de encontrar à medida que os "esteróides" induzidos pela Reserva Federal são retirados.

As taxas de juros extremamente baixas e a flexibilização quantitativa fornecidos pela Reserva Federal tornaram as ações muito atraentes. O QE (quantitative easing) terminou o ano passado e parece que as taxas de juros vão começar a subir ainda mais este ano. Além do mais, a economia dos EUA tropeçou no final de 2014 e no início de 2015. Isso causou mossa nos lucros das empresas e nas ações.

"É mais difícil de obter home runs em Outubro porque está mais frio e o ar é mais pesado. Este não é claramente o solstício de verão para a recuperação do mercado acionário", disse David Kelly, estrategista-chefe global da JPMorgan Funds.

Observando a reserva federal: quer o aumento da taxa de juro venha em Junho, Setembro ou mais tarde, ele vem. A Fed termina uma reunião de dois dias na quarta-feira, quando se espera que reconheça a recente desaceleração na economia dos EUA e dê sinal de que as taxas de juros podem subir ainda este ano.

Isso está a forçar os investidores a ter um olhar mais sóbrio sobre as ações – e alguns não gostam do que vêem.

Dan Greenhaus, estrategista-chefe global da BTIG, disse numa nota de pesquisa.

"Continuamos menos otimistas e menos convencidos da sustentabilidade das subidas já que há uma mudança iminente na política monetária".

Os lucros empresariais fortes necessitam de voltar: o crescimento dos lucros fica quase parado durante o quarto trimestre devido à desaceleração da economia, ao dólar dos EUA mais forte e aos preços decrescidos do petróleo. Isso por sua vez fez com que as ações pareçam cada vez menos um bom negócio. O rácio adiantado do preço-lucro do S&P 500 é de cerca de 17,5, de acordo com a S&P Capital IQ. O que não é astronomicamente alto, mas também não é um preço que encontraria no Wal-Mart (WMT). "As ações ainda parecem melhor do que títulos, mas é muito agreste dizer que as ações parecem baratas", disse Russ Koesterich, estrategista-chefe de investimentos da BlackRock. Os ganhos futuros no mercado de ações terão de ser conduzidos pelo crescimento dos lucros, disse Koesterich. E para as empresas acelerarem o crescimento dos lucros, terão de gerar receitas mais fortes. Isso requer que a economia recupere de um primeiro trimestre sombrio. Os investidores vão obter um vislumbre de onde a economia dos EUA está na quarta-feira, quando o governo divulgar a sua primeira observação do produto interno bruto.

Os EUA podem ficar para trás: Enquanto esperam que a economia dos EUA retome o crescimento, as acções internacionais podem continuar a superar a sua performance. Onde? Koesterich está a aconselhar os clientes a dar uma olhadela a ações na Europa ressurgente, na Índia em rápido crescimento, e no Japão, onde as ações atingiram a maior alta em 15 anos, na semana passada. Claro, nada disso significa que as pessoas devam deixar as ações americanas. Apesar de um potencial aumento da taxa da Fed, são susceptíveis de vir mais recordes, apenas a um ritmo mais lento do que no início do mercado bull.

"Seria altamente incomum que uma subida crescente das taxas de juro conduzisse a um mercado 'bear'", disse Koesterich.

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