Para onde irá o dólar?
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Depois de uma impressionante subida no princípio do ano o dólar caiu 7% face ao euro só em Abril. Agora não há um consenso sobre se a moeda voltará a valorizar em breve. Qual será o valor da moeda num futuro próximo?

O dólar tem caído ultimamente na sequência de uma série de eventos de tirar o fôlego.

Desde meados de Abril, o dólar caiu 7% em relação ao euro e 6% em relação à libra britânica, movendo-se de volta para os níveis vistos pela última vez por volta de Janeiro.

O dólar teve o seu aumento mais rápido em 40 anos na segunda metade de 2014 e início de 2015.

Mas agora, depois de um ataque claro de fraqueza, os estrategistas de câmbio estão divididos sobre se a moeda vai subir novamente.

Aqui estão os principais fatores por trás do declínio

1. Economia mais fraca que o esperado

Os traders empurraram o dólar para baixo depois de uma série de lançamentos económicos decepcionantes terem levantado dúvidas sobre se a Reserva Federal dos EUA vai aumentar as taxas de juros ainda este ano, como esperado anteriormente.

"Se continuarmos a ver dados económicos fracos, então pode haver uma subida das taxas para 2015", disse Kathleen Brooks, diretora de pesquisa da FOREX.com. "A tendência de baixa (do dólar) parece bastante enraizada."

Mas outros acham que uma recuperação do dólar pode estar ao virar da esquina.

"Embora os mercados cambiais continuem desapontados com os dados económicos dos EUA e, portanto, reduzam o viés do dólar forte, a maioria dos economistas ainda acredita que a Reserva vai aumentar em Setembro", disse Boris Schlossberg, diretor de estratégia FX na BK Asset Management. Se vier aí um aumento da taxa em Setembro, "o dólar pode fazer uma recuperação relativamente rápida", disse ele.

Shahab Jalinoos, chefe de estratégia global de FX na Credit Suisse, prevê que o recente obstáculo seja temporário.

"A recente pausa [do dólar] encaixa-se no padrão de mercados bull anteriores", disse ele num relatório de pesquisa. "Dado o quão longe e rápido o dólar correu, já se estava à espera de uma consolidação."

Jalinoos disse que a retração média depois de uma grande corrida do dólar é de 6% e tem a duração de cerca de dois meses, em média.

2. Força na Europa

Os estrategistas de mercado, em Janeiro, falavam sem parar sobre as preocupações económicas da Europa de fraqueza e deflação. O euro caiu drasticamente quando o dólar estava em altas, mas agora a tendência foi invertida, porque a zona euro teve um desempenho melhor do que o esperado e as preocupações de deflação recuaram. Especialista cambial da Citi, Steven Englander explicou que tem mais que ver com a força do euro agora e menos com a fraqueza do dólar.

Além disso, os rendimentos de títulos na Europa recuperaram recentemente.

"A história dos rendimentos tem sido (...) uma força subjacente chave (por trás do euro), dada a reversão que vimos nos rendimentos europeus e em especial na Alemanha", disse Simon Smith, economista-chefe da FxPro.

Mas Jalinoos da Credit Suisse acha que o euro vai cair outra vez na segunda metade do ano.

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