5 Questões para todos os investidores
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Há 5 questões que deverá colocar para avaliar se o seu portfólio está a ser construído da forma certa. Mas de que respostas necessita?

Apesar do que muitas empresas de Wall Street e consultores possam sugerir, não é preciso estar constantemente a encher o seu portefólio com uma catrefada de fundos e ETFs para navegar nos mercados financeiros globais hoje em dia. De facto, um portefólio assim até pode provocar mais estragos do que benefícios. Veja como pode estar a diversificar um portefólio ou simplesmente a agravá-lo.

Não é preciso fazer-se muito para colher os benefícios da diversificação. Segundo a Morningstar, nos últimos 20 anos até ao final de junho por exemplo, uma composição de 55% de ações norte-americanas, 10% de ações de países estrangeiros desenvolvidos, 5% de ações de mercados emergentes e 30% de obrigações norte-americanas obteve uns 8,7% anualizados e perderam aproximadamente 27% no “crash” de 2008. Se nesse portefólio incluísse ainda obrigações internacionais, REITs, commodities e fundos de cobertura, teria retornado 8,6% e perdido cerca de 25% em 2008. Basicamente, é um esforço para nada.

Noutros períodos, os resultados poderiam ser diferentes. Mas a questão é que assim que possui uma mistura diversificada de fundos de baixo custo ou ETFs que incluem ações norte-americanas e obrigações e ações estrangeiras, devia pensar muito bem antes de começar mais investimentos.

Infelizmente, parece que muitos investidores não se conseguem conter em acrescentar mais investimentos sempre que surge o “próximo grande êxito”. Como é que se pode distinguir se o seu portefólio está a ser um exemplo de diversificação prudente ou imprudente? Responda a estas cinco questões:

1. Precisa dos cinco dedos das duas mãos para contar os seus investimentos?

Não existe nenhum número “correto” oficial de investimentos que deve ter. No entanto, assim que ultrapassa os cinco ou seis, é possível que tenha muitas sobreposições ou que se esteja a aventurar por investimentos obscuros que não precise. A verdade é que pode conseguir quase toda a diversificação interna e estrangeira que precisa com apenas três fundos de índice: um índice de bolsa de valores norte-americano, um índice de mercado de obrigações norte-americano e um fundo de ações internacional. Pode verificar se sofre de “sobreposição de investimentos” – isto é, se possui os mesmos títulos várias vezes em diversos investimentos – indo à ferramenta Portfolio Manager na Caixa de Ferramentas da Reforma do RealDealRetirement.

2. Possui investimentos que não compreende na íntegra?

Não estou a falar de ter uma vaga compreensão como por exemplo “Ah, sim, é um ETF alavancado que proporciona duas vezes o retorno do S&P 500” ou “tenho uma renda variável que dá 7% garantidos por ano”. Estou a falar de saber exatamente como é que esse rendimento alavancado é calculado (que tem grandes implicações no que será rentabilizado) e em que é que essa garantia de 7% é aplicada. Se não souber como é que um investimento realmente funciona, então nunca vai saber se realmente precisa dele.

3. Consegue explicar exatamente porque é que comprou cada investimento que possui?

Respostas como porque foi mencionado num programa de investimentos da TV por cabo ou porque apareceu nalguma publicação de Top 10 não são aceitáveis. Além de ter de saber como é que um investimento funciona, também precisa de saber qual o papel que esse investimento tem no seu portefólio e como precisamente melhora o seu desempenho. Idealmente, também deve ser capaz de quantificar o benefício que recebe por possuí-lo citando pesquisas ou apontando números de desempenho que realcem as trocas entre risco e retorno.

4. Tem investimentos que nunca tocou depois de os ter comprado?

Se estiver a seguir uma estratégia de investimento de longo prazo, então a composição de ativos no seu portefólio – 50% de ações de empresas grandes, 10% de pequenas, 40% em obrigações, o que quer que seja – deve refletir os seus objetivos de investimentos e de tolerância ao risco. Como cada investimento dá retornos diferentes, deve reequilibrar periodicamente o portefólio para restaurar as suas proporções adequadas. Para isso, venda algumas ações de empresas vencedoras e utilize os rendimentos resultantes para cultivar algumas mais em atraso e/ou coloque novos capitais em investimentos que originaram poucos retornos. No entanto, se tem investimentos dos quais nunca retirou ou acrescentou dinheiro, isso sugere que esses investimentos não fazem parte desse processo de reequilíbrio e por isso não são bem uma parte integral da sua estratégia de investimento.

5. Acrescenta regularmente novos investimentos ao seu portefólio?

Se sim, então muito provavelmente está a agravá-lo. Assim que cria um portefólio bem equilibrado, o seu trabalho de investimento está feito. É claro que tem de o ir controlando e reequilibrando, e talvez rejeitar alguns insucessos ocasionais e substituí-los por novas versões do mesmo investimento (uma situação que pode muito bem evitar se se ficar pelos fundos de índices). Contudo, não tem de estar constantemente a acrescentar novas classes de ativos só porque as empresas de investimento continuam a chamar a atenção para eles. Aliás, se o fizer, é muito mais provável que acabe com uma mistura desajeitada de investimentos difícil de gerir do que com um portefólio mais simples que estabelece um equilíbrio mais eficiente entre o risco e o retorno.

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