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Saiba em que países os mercados de ações estão a ter ganhos mais impressionantes no presente ano.

Argentina

Ganhos do 1º semestre de 2015: 37%

É uma ótima altura para se ser um investidor na Argentina. O surto de ações na Argentina deve-se ao otimismo dos investidores em relação às eleições presidenciais que vão ocorrer em outubro deste ano, que se espera que tragam um governo mais orientado para o mercado.

Mas desengane-se quem pensa que este sucesso dos mercados em Buenos Aires seja fruto de uma economia saudável. Embora esta tenha dado ultimamente novos sinais de vida, a Argentina ainda se encontra em incumprimento da sua dívida. Já teve anos com uma inflação de dois dígitos e a sua moeda perdeu bastante valor.

A Argentina tem sido afastada do investimento estrangeiro porque o seu governo liderado por Cristina Fernandez de Kirchener se recusa a pagar a um grupo de fundos de cobertura americanos que detêm a sua dívida.

Existem alguns sinais que demonstram que a economia está a ir por um bom caminho. A confiança dos consumidores tem vindo a aumentar e o governo chegou mesmo a vender algumas novas obrigações esta primavera – um sinal de confiança no futuro por parte dos investidores. Os investidores têm esperança de que o novo presidente resolva o problema com os fundos de cobertura e volte a abrir a Argentina ao investimento estrangeiro.

Hungria

Ganhos do 1º semestre de 2015: 30,7%

A Hungria apostou na “Orbanomia” e essa aposta tem dado os seus frutos. O seu primeiro-ministro, Viktor Orban, gerou muitas críticas pelas suas propostas insólitas de impostos (incluindo um imposto sobre a Internet, que mais tarde foi cancelado) e reformas económicas. Os críticos disseram que iriam criar um desastre económico.

No entanto, Orban pode bem vir a ser o último a rir. Depois de vários anos com uma economia ou a decrescer ou com um crescimento medíocre, em 2014 a Hungria registou uma economia com um crescimento muito mais rápido do que a maioria das outras economias da UE. Esta trajetória também está a ajudar o mercado de ações da Hungria. Este ano já recuperou 30%, ficando mesmo atrás da Argentina.

A política Orbanómica incluiu o cancelamento de algumas dívidas hipotecárias expressas em francos suíços – e devidas a bancos suíços. Os suíços não ficaram muito agradados com a ideia. Contudo, tendo em conta a rápida ascensão do franco no início deste ano, a política possivelmente salvou a população húngara de um sofrimento financeiro.

Além disso, o sentimento dos consumidores tem vindo a fortalecer-se recentemente na Hungria, provavelmente devido ao relativamente recente perdão de dívida.

Jamaica

Ganhos do 1º semestre de 2015: 28,5%

Este ano na Jamaica, as ações estão quase tão quentes como o sol da ilha.

Tal como a Argentina, a Jamaica também não conseguiu cumprir recentemente com a prestação da sua dívida. O seu incumprimento de $9 mil milhões de 2013 foi bastante menor que o incumprimento da Argentina, no entanto a crise financeira atingiu fortemente a população da ilha. A economia jamaicana, maioritariamente proveniente da agricultura e do turismo, contraiu três vezes, entre 2009 e 2012. Contudo, nos últimos dois anos a Jamaica conseguiu obter um crescimento económico modesto, e segundo as projeções do Fundo Monetário Internacional, prevê-se que este ano assinale o seu melhor ano de crescimento em quase uma década.

As vibrações económicas positivas na Jamaica este ano estão a valorizar as suas ações.

Dinamarca

Ganhos do 1º semestre de 2015: 27,8%

A Dinamarca assinala o clássico sucesso europeu este ano. As suas ações estão em alta porque a moeda do país – a coroa – tem vindo a desvalorizar-se nos últimos anos, o que torna mais fácil para as empresas dinamarquesas vender os seus produtos no estrangeiro.

O plano de estímulo económico do Banco Central Europeu também injetou dinheiro na economia do país e colocou as taxas de juros a zeros. Essa combinação é um bom augúrio para os mercados europeus, pois cria um ambiente de “dinheiro fácil” no qual as ações tendem a prosperar.

Embora a Dinamarca não faça parte da zona euro, é muito útil quando os seus vizinhos e parceiros comerciais próximos se estão a sair bem.

O mercado da Dinamarca está quase 28% em alta este ano, sendo um dos melhores na Europa. Apesar do drama da dívida grega, muitos outros mercados europeus estão a prosperar. O índice DAX alemão teve um crescimento de 9% este ano, enquanto o índice CAC francês obteve um ganho de quase 8%.

Islândia

Ganhos do 1º semestre de 2015: 17,9%

A Islândia está de volta depois dos dias negros vividos durante a crise financeira. Prevê-se que este ano assinale o melhor ano da economia islandesa em termos de crescimento desde 2007. O desemprego está a cair e o governo do país está prestes a tomar uma importante decisão que marcaria a sua recuperação. O governo da Islândia está a planear remover os controlos de capital que impôs durante a crise. Esses controlos impediam que os investidores e a população islandesa transferissem o dinheiro para países que utilizem o euro ou a libra britânica. As pessoas eram forçadas a manter o dinheiro no país.

Até agora, essa abordagem tem obtido bons resultados para a Islândia, um país com uma população bastante diminuta A Islândia é uma história de sucesso de pós-crise financeira, e os investidores estão a mobilizar-se para o seu regresso à ribalta.

Irlanda

Ganhos do 1º semestre de 2015: 17,5%

Neste momento todos os olhares estão postos na crise grega, mas o mercado de ações irlandês revelou ser uma história com um final feliz. Este ano teve um crescimento de quase 20%.

A desvalorização do euro face ao dólar facilitou muito mais a competição das empresas irlandesas (e de outros países da Europa) com as marcas americanas. Este enfraquecimento da moeda está a impulsionar as vendas e ações das empresas por toda a zona euro, ou seja, o grupo de 19 países que utilizam essa moeda.

A Irlanda recuperou dos seus dias de resgate pelo Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu. O país teve de pagar aos seus credores $89 mil milhões de dólares (cerca de 80 mil milhões de euros) e por isso o FMI costuma referir a Irlanda como uma história de sucesso durante as negociações com a Grécia.

A Irlanda cortou no défice, reduziu as despesas públicas e pagou atempadamente aos seus credores. Também obteve o melhor crescimento económico na área do euro no ano passado e passou essa proeza para 2015.

Chamem-lhe sorte dos irlandeses ou um progresso de muito esforço, mas a verdade é que o mercado de ações da Irlanda pode muito bem vir a ser a melhor história de regresso aos mercados deste ano.

China

Ganhos do 1º semestre de 2015: 16,7%

O mercado de ações da China era um dos que estavam mais em alta em todo o mundo no ano passado. Mas este ano começou a cair.

Agora encontra-se num mercado com tendência baixista, decrescendo mais de 20% do seu pico de 12 de junho. Durante meses, começaram a surgir preocupações em relação ao aumento de valor das ações chinesas quando o crescimento económico do país encontrava-se a um nível muito mais atrás, e continua a diminuir.

A juntar-se ao estado do mercado de ações da China, o sucesso do setor imobiliário também tem vindo a diminuir, o que desencadeia um efeito mau de dominó como a diminuição de número de postos de trabalho e de atividade de construção e económica.

Alguns especialistas dizem que a economia chinesa não podia continuar a manter de uma forma realista o seu crescimento com dois dígitos. No entanto continua a crescer 7% - um valor bem melhor do que o do crescimento económico dos E.U.A.

Os consumidores chineses também não têm estado a consumir tanto como o fizeram há uns anos atrás. Esse abrandamento ajudou a provocar a queda dos preços de produtos como petróleo, açúcar e café, de forma significativa.

A pergunta é: será que o crescimento económico chinês vai manter-se nos 7% ou vai continuar a cair?

No entanto, para dar uma ideia de como o mercado de ações da China cresceu no ano passado, o principal índice de Xangai ainda se encontra 70% mais alto que o valor em que se encontrava no mês de julho do ano passado.

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