A recente “desorientação” da Apple está a deixar marcas nos mercados financeiros.
Até mesmo Laszlo Birinyi, um dos investidores mais proeminentes de Wall Street e um defensor da Apple desde o início, não sabe bem o que concluir destes eventos mais recentes.
A Apple (NASDAQ: AAPL) tinha desvalorizado mais de 100 mil milhões no fecho do mercado na passada terça-feira, em relação ao recorde estabelecido a 23 de fevereiro quando fechou a $133 por ação. A empresa fechou terça-feira a valer $114,54, mas a tentar recuperar no dia seguinte.
Sem dúvida que a Apple tem um grande peso no mercado geral, embora o S&P 500 não esteja tão longe dos seus níveis recorde. Então qual é realmente o peso da Apple nos vários setores e mercados?
Howard Silverblatt, um especialista em números dos índices S&P Dow Jones, fez as contas. Silverblatt nota que a Apple representa 3,75% do S&P 500 – “uma classificação que nem sequer a coloca no top 20 dos últimos 20 anos”. Em contraste, aponta que a International Business Machines (NYSE: IBM), representava mais de 6,37% deste índice em 1985.
A nível de setores, a Apple representa 16,2% do setor de tecnologia de informação, afirma. É uma grande fatia, mas menos impressionante que os 43% da Verizon Communication (NYSE: VZ) no setor das telecomunicações ou os 23% da Exxon Mobil (NYSE: XOM) no setor da energia.
Mas isso não quer dizer que a Apple não seja um colosso. Num plano global, a Apple representa 1,54% do S&P Global Broad Market Index, aponta Silverblatt, com a Microsoft (NASDAQ: MSFT) em segundo, a valer 0,83% e a Exxon Mobil em terceiro com 0,73%.
“A combinação entre o tamanho e oscilações de preço da Apple resulta num enorme impacto nos índices, com a única comparação a ser o impacto da IBM no início da década de 1980, quando os PC eram uma novidade e a IBM dominava o mercado”, aponta o especialista.
O impacto da Apple, tanto para o bem como para o mal, tem sido tão significativo que levou a S&P Dow Jones a criar índices da S&P 500 e da S&P 500 Information Technology Sector sem a Apple, revela Silverblatt.
Desde o fecho recorde da Apple a 23 de fevereiro, o S&P 500 fechou terça-feira a cair 0,77%, mas sem a Apple fechou a cair apenas 0,21%. O setor de tecnologia de informação está em queda 2,28% desde o máximo da Apple, mas sem esta empresa está em alta 0,72%. A longo prazo, os números revertem-se, com o S&P 500 a ficar atrás do índice global sem o contributo da Apple.
Silverblatt tem então uma regra aproximada, notando que ao nível atual - ações, oscilação e divisores - por cada dólar de oscilação da Apple, o S&P 500 move-se 0,6526 pontos para cima ou para baixo.