Procter & Gamble
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Apesar de o mercado provavelmente retomar em breve o seu percurso ascendente, há ações de determinadas empresas que definitivamente não devem fazer parte do seu portefólio de investimentos.

O mercado tem estado recentemente a dar chicotadas aos investidores, e a posição de um portefólio pode mudar várias vezes durante um dia normal de bolsa. Vemos atualmente bastantes oportunidades de negócio, e é provável que, a longo prazo, o mercado estabilize e retome a sua caminhada ascendente.

Mas há um grupo de grandes empresas que não vão dar frutos e não são, definitivamente, pechinchas – até mesmo à medida que perdem 10%, 20%, 30% ou até mais.

Algumas destas mega companhias poderão já estar no seu portfólio, e, se for esse o caso, eu não me agarraria necessariamente às suas perdas. Mas antes de ir à caça de pechinchas em grandes empresas que julga estarem em saldos, compreenda bem as razões pelas quais algumas destas companhias estão em território tão negativo.

Eis cinco mega corporações que têm sido espancadas por uma boa razão, e que provavelmente vão sofrer para recuperar até mesmo depois do mercado voltar a estabilizar.

1. Wal-Mart Stores – 29% abaixo do máximo de 52 semanas

Exceto durante um pico no final de 2014, as ações da gigante de retalho Wal-Mart têm tido um mau desempenho desde meados de 2012, em grande parte devido ao facto de que os consumidores norte-americanos afastaram-se desta cadeia de lojas.

Além disso, o fortalecimento do dólar norte-americano continua a tirar valor às operações no estrangeiro; considere que os ganhos do segundo trimestre situaram-se nos 1,08 dólares por ação, contra os 1,21 dólares do mesmo período do ano passado e bem abaixo dos 1,12 dólares esperados por Wall Street.

Um muito falado aumento dos salários dos empregados da Wal-Mart (NYSE: WMT) rendeu à empresa uma boa publicidade, mas também absorveu algumas margens. E, num último sinal de desespero, a Wal-Mart começou a sua campanha de compras de Natal no final de Agosto – obviamente porque mais um trimestre fraco seria brutal para a companhia.

A Wal-Mart está em grande queda após o seu recorde de janeiro por uma razão, e o mais provável é as coisas piorarem antes de melhorarem.

2. Chevron – 39% abaixo do máximo de 52 semanas

Os investidores da Chevron (NYSE: CVX) têm estado a “lamber as feridas” durante todo o ano, incluindo uma queda a pique em agosto.

A narrativa nas ações de petróleo, incluindo a Chevron, não tem variado muito: o dólar é persistentemente forte e tem segurado o preço das matérias-primas, a fraca procura global continua a ser um problema, e elevada oferta deverá persistir a curto e médio prazo.

Há uma razão para Wall Street estar a prever uma queda de 38% nas receitas da Chevron deste ano, seguida por uma linha plana em 2016. É verdade que a Chevron tem estado a tomar medidas para cortar nos custos e melhorar a produção, mas não é suficiente para contrariar o brutal panorama petrolífero.

Se quiser poderá tentar arriscar na Chevron, mas tenha em mente os últimos 12 meses antes de se convencer que uma ação não pode descer mais baixo.

3. Caterpillar – 32% abaixo do máximo de 52 semanas

A Caterpillar tem sido dinheiro parado desde 2011, graças ao esmagamento das matérias-primas que brutalizou o seu segmento de equipamento mineiro. E com o abrandamento na China, um mercado fulcral, a fraqueza nas ações da Caterpillar (NYSE: CAT) tem continuado.

Esta combinação dos preços das matérias e a desacelaração na China é ainda piorada pelo forte desempenho do dólar, que está a prejudicar os lucros desta multinacional que apenas regista cerca de 40% das suas receitas na América do Norte.

E as perspetivas para o futuro também são sombrias, após a Caterpillar ter falhado as previsões das receitas para julho e ter sido forçada a cortar nas suas referências de vendas para o ano inteiro.

A Caterpillar tem vindo há vários anos a ter um desempenho aquém das expectativas, com as ações a caírem desde 2011 até mesmo quando o S&P 500 registou uma impressionante subida de 65%. E há poucas razões para esperar uma mudança neste cenário – na verdade, as quebras recentes mostram que a tendência é decididamente para continuar a descer.

4. Procter & Gamble — 25% abaixo do máximo de 52 semanas

Outra empresa em queda livre em 2015 é a gigante Procter & Gamble (NYSE: PG). As ações continuam em baixa cerca de 25% desde o início do ano, e mais de 10% em queda nos últimos 24 meses, enquanto o S&P cresceu 20%.

Tal como outros nomes desta lista, o forte desempenho do dólar é um dos culpados. Mas o problema fundamental é um negócio sem crescimento – a P&G produziu receitas em queda durante sete trimestres consecutivos e está a caminhar para uma quebra de 9% nas vendas no ano fiscal de 2016.

Um analista da Morgan Stanley apontou recentemente que um investidor ativo ou até uma rutura no valor de mercado poderiam trazer ganhos para os acionistas, mas isto não é exatamente um voto de confiança. Não nos vamos esquecer que esta é a mesma empresa que há alguns anos atrás decidiu ir buscar o seu antigo presidente A.G. Lafley – o mesmo cujo legado é a construção da pesada empresa que é a P&G atualmente, através de aquisições como a da Gillette por 54 mil milhões de dólares em 2005.

Lafley acabou por ser dispensado novamente, mas os investidores não deverão esperar uma nova abordagem pelo seu sucessor David Taylor, que tem estado na empresa desde 1980.

Em resultado, até mesmo um dividendo de 3,8% não é suficiente para convencer os investidores de que a Procter & Gamble é melhor que as alternativas neste mercado.

5. Intel – 23% abaixo do máximo de 52 semanas

A Intel (NYSE: INTC) tem sido punida pelo aumento do setor móvel e pelo declínio do PC, mas os problemas neste gigante tecnológico são muito mais complicados.

Desde logo, a empresa perdeu muita transparência nos seus relatórios ao fundir o grupo de PC com o grupo de telemóvel e comunicações. A história mostra um segmento altamente lucrativo das vendas dos chips de PC contra as perdas operacionais de quase mil milhões de dólares do grupo de comunicações móveis, mas pelo menos permitia aos investidores perceberem o estado de cada grupo. Nesta nova estrutura, é possível que um bom desempenho no negócio de computadores esconda o declínio no setor móvel, agora que estão agrupados no mesmo segmento operativo.

Claro que se for esse o objetivo, terá de haver um grande crescimento no mercado de PC – algo que a Intel não está agora a ver. As receitas deverão descer ligeiramente em 2015, segundo as previsões, e espera-se que aumentem apenas alguns pontos percentuais no ano fiscal de 2016.

Os otimistas adoram apontar para o índice preço-lucro abaixo de 13 e para os 26 mil milhões de dólares em dinheiro e investimento registados no livro de contabilidade da Intel. Mas os caçadores de pechinchas já recolheram os seus dividendos quando a Intel subiu de 25 dólares para mais de 35 dólares em apenas alguns meses, e dada a caminhada descendente atual da empresa, é mais difícil encontrar potencial nesta proposta.

Há sempre a hipótese de que a Intel consiga compreender o mercado móvel e reinventar-se nos próximos anos. Mas essa foi a esperança que nos foi alimentada em 2013 quando Brian Krzanich tomou posse como presidente da empresa, e a história nunca se concretizou. Por isso, para o futuro mais próximo, parece que vamos ter mais do mesmo da parte da Intel.

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