No ano passado, não possuir uma ação da Apple Inc. era um erro mais terrível. Este ano, essa distinção vai para a Amazon.
No ano passado, não possuir uma ação da Apple Inc. (NASDAQ: AAPL) era o erro mais terrível que um gestor de fundos de investimentos americano podia cometer. Este ano, essa distinção vai para a Amazon.com Inc. (NASDAQ: AMZN).
Registando uma subida de 67% em 2015, a retalhista online foi a que mais contribuiu para atenuar as perdas no índice Standard & Poors 500 este ano. A ascensão da Amazon foi ajudada não só pela má sorte da Apple, mas também pelo seu estatuto de porto seguro numa altura em que os investidores não querem ter nada a ver com mercados emergentes. A empresa, que recebe 57% do seu rendimento da América do Norte, está menos exposta ao crescimento global que os seus colegas.
“Os investidores mais nervosos estão a tentar mudar o capital que investiram na Apple, e por falta de novas ideias, estão todos a ir para a Amazon”, disse Hugh Grieves, um gestor de fundos no Milton Group natural de Londres, que gere o fundo U.S. Opportunities da empresa. “Também há a questão da sensação dos gestores de fundos com o S&P 500 como referência têm, como se devessem possuir estas ações ou ficam em risco de um desempenho fraco crónico.”
Em cinco dos últimos seis anos, enquanto o sucesso do S&P 500 mais que duplicou, a Apple classificou-se como a que mais contribuiu para o índice. Atualmente desistiu da maioria dos seus ganhos de 2015 e os produtores de energia Exxon Mobil Corp. e Chevron Corp. sofreram quedas, contribuindo 18% para as perdas do S&P 500. Foi o que fez a medida de referência um dos piores intervenientes de entre 24 mercados de ações este ano.
De entre os fundos que regulam o seu desempenho em relação ao S&P 500 e gerem pelo menos $500 milhões em ativos, esses que pesam mais que a Amazon – ou seja, possuem mais da ação do que os 1,1% de constituição no índice – perderam uma média de 2,2% este ano. Segundo os preenchimentos regulamentares compilados pela Bloomberg, esse valor é comparável à descida de 4,5% dos fundos com menor participação.
Os ganhos nas ações tornaram-nos caros em comparação aos seus rivais da internet com uma mega capitalização, que são negociados a 71 vezes mais os seus rendimentos estimados. Mesmo assim, mais de 80% dos analistas entrevistados pela Bloomberg têm uma taxa de compra. Depois de publicar um rendimento trimestral surpresa em julho, a Amazon teve um pico de 24% nesse mês, enquanto o S&P 500 aumentou 2%.
Em contrapartida, a Apple, no meio da sua preocupação crescente com a procura do iPhone na China, sofreu uma queda de 15% em relação à sua subida de 20% em julho. Está previsto que o lucro da empresa vai aumentar 42% este ano e 7% em 2016. Os analistas preveem que os rendimentos da Amazon vão triplicar este ano. Quanto às vendas em 2016, preveem que aumentem 19% - quase quatro vezes mais do que o ritmo da Apple.
Os vários emails e mensagens de voz enviados com o intuito de receber comentários sobre o assunto aos serviços de imprensa da Amazon e da Apple não receberam resposta por partes das duas empresas.
O diretor executivo da Apple Tim Cook vai apresentar novos modelos do iPhone na quarta-feira em São Francisco. Apesar dos seus outros produtos e serviços, a empresa nunca esteve tão dependente do smartphone para conseguir lucro como agora. Várias pessoas por dentro do assunto dizem que a empresa também poderá apresentar um iPad com um ecrã maior e uma atualização na Apple TV.
“Em França temos um ditado que é assim: “Les arbres ne montent pas au ciel””, que significa que as árvores não chegam ao céu, disse Jacques Porta, um gestor de fundos na Ofi Gestion Privee em Paris. “Depois de um desempenho fenomenal, foi difícil para a Apple manter essa tendência. A Amazon está menos dependente das preocupações do crescimento global, no entanto, têm de continuar a mostrar aos investidores que vão manter o aumento dos lucros.”