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O célebre investidor dá dicas valiosas sobre investimentos, carreira e empreendedorismo.

Jim Goetz é sócio na Sequoia Capital – e havia grandes expetativas com a subida do célebre investidor ao palco, para se dirigir à multidão, no Tech Venture Conference anual da CED em Raleigh, na Carolina do Norte. Para aqueles não familiarizados com os ecossistemas da tecnologia fora de Silicon Valley, Boston e Nova Iorque: há um ecossistema empreendedor vibrante que tem vindo a produzir, discretamente, tecnologia disruptiva e a atrair empresas inovadoras para o Sudeste. E a CED é a organização membro para a maioria desses inovadores (bem como para os investidores que procuram financiar tecnologia disruptiva). A CED tem vindo a ligar empreendedores e investidores no ecossistema fluorescente do Triângulo (Durham, Raleigh e Chapel Hill) desde 1984 – sim, ao longo dos últimos 30 anos. De acordo com o seu site as empresas associadas à CED reuniram 8,5 mil milhões de dólares em conjunto. A última promessa de Silicon Valley e mais rápida a lá chegar (nuns meros 24 meses) é também outra promessa no portfólio da Sequoia Capital e uma empresa-membro da CED: Carbon 3D é uma start-up que combina ciência molecular com tecnologias de hardware e software para fazer avançar a indústria de impressão 3D. Goetz lidera o investimento da Sequoia na Carbon 3D, o que explica porque é que Goetz – o investidor que encabeçou a lista da Forbes Midas nos últimos dois anos consecutivos – fez a viagem até à Carolina do Norte. Empreendedores de risco célebres saem de Silicon Valley atrás de empresas promissoras e atrás das comunidades que produzem inovação de ponta.

O que é que pode ser aprendido com o investidor de risco de topo relativamente a retornos (WhatsApp)? Muita coisa – é a irritantemente breve resposta a essa pergunta. Desde “porque é que assumir uma abordagem sob medida para trabalhar com fundadores de start-up é uma estratégia vencedora” até “você nunca deve assumir que todas as capitais de risco são iguais” Goetz transmite a sua sabedoria calmamente – e, ao fazê-lo, revela uma versão bastante compassiva do investimento de risco. Depois dos 90 minutos em palco na conferência CED 2015 partilho convosco apenas algumas das perspetivas do incomparável Jim Goetz.

1. Não precisa de ser exibicionista

Humilde, Goetz mantém o seu foco constante nos empreendedores. Uma dica para qualquer líder em qualquer indústria: saiba quando tem o direito de reclamar os holofotes e de reconhecer o seu papel no esforço da equipa que o levou ao sucesso ou ao aplauso da indústria.

Somando à primeira perspetiva está a sabedoria de Goetz: não olhe para as capitais de risco para a próxima tendência inovadora, olhe para os empreendedores.

2. Os imigrantes conduzem os ecossistemas de empreendedorismo

A história americana continua a ser uma história de imigrantes. Mais de 50% da carteira da Sequoia está investida em imigrantes. Como Goetz notou no seu discurso, os imigrantes assumem riscos com naturalidade (deixaram o seu país de origem e superaram enormes desafios para chegar aos Estados Unidos) e a tomada de riscos está no cerne de todos os empreendedores.

A reter, de acordo com Goetz: em vez de fecharmos as nossas partes aos imigrantes há que relembrar a nossa história de energia por parte de imigrantes determinados na medida em que é a fundação da inovação e de novas oportunidades de negócio.

3. Não fuja ao primeiro sinal de uma bolha de tecnologia

Não desperdice uma boa bolha de tecnologia ou recessão fugindo – em vez disso prepara-se para dobrar a aposta ao fazer investimentos adicionais. Citando Don Valentine, fundador da Sequoia, Goetz admoestou a porção de investimento da audiência CED para ignorar as flutuações do mercado diário de ações e pensar a longo prazo. Os verdadeiros crentes (verdadeiros empreendedores) irão sobreviver e provavelmente prosperar em iminentes tempos conturbados. Com um rico menu de emergentes empresas de tecnologia por aí faça do investimento em tempos difíceis parte da sua estratégia de investimento global. E sim, Goetz acredita que uma recessão seria positiva para Silicon Valley.

4. Siga a sua paixão mas misture-a com informática

Goetz acredita apaixonadamente que aprender a codificar é equivalente a aprender inglês. A ciência da computação é a linguagem da era da informação e devia ser tão obrigatória como parte do currículo escolar como é a leitura, a escrita e a aritmética.

5. Wall Street ou Start-up?

O conselho de Goetz para licenciados: o seu primeiro trabalho devia ser numa start-up. O ambiente da start-up é onde você pode aprender e crescer como profissional sem ter de esperar que surjam oportunidades devido à reforma obrigatória de colegas, reorganização departamental ou reduções no quadro do pessoal. Mas não confunda a experiência de começar uma empresa iniciante com a experiência de trabalhar para uma (veja a lição seguinte).

6. O próximo Mark Zuckerberg?

Você não tem de começar uma empresa quando está na faculdade ou quando atinge os 30. Relativamente à altura certa para lançar a própria empresa Goetz é muito claro: comece uma empresa quando estiver pronto. Espere pelo seu próprio momento mágico de resolução de problemas e não se pressione a agarrar um.

7. O que vem primeiro, o modelo de negócio ou a tração?

Verifica-se uma obsessão, por parte das start-ups e media, com as start-ups a receberam financiamento e a responderem ao plano de negócio desde cedo – e novamente, relativamente àquilo em que os fundadores das start-ups devem estar focados, Goetz vê as coisas de forma diferente.

A sua orientação: com o mundo móvel as empresas iniciantes têm acesso a 3 mil milhões de consumidores logo os fundadores devem focar os seus esforços na obtenção de tração.

8. Deixar passar o Pinterest

Goetz não fugiu da pergunta relativamente ao historial de mulheres como parceiras de risco ou em empresas apoiadas por capital de risco em Silicon Valley (e mesmo na sua própria empresa). A falta de diversidade na tecnologia é um grande problema com o seu epicentro em Silicon Valley. De acordo com Goetz, todos nós no mundo da tecnologia (investidores, empreendedores, educadores) precisamos de fazer mais para eliminar barreiras e criar maior acesso à oportunidade. Relativamente ao Pinterest: Goetz questiona se a presença de uma mulher à mesa teria alterado a decisão da Sequoia de deixar passar essa oportunidade.

Uma saída que alimenta a missão é duas vezes mais agradável

Don Valentine renunciou investidores financeiros depois do seu primeiro financiamento, requerendo à Sequoia que encontrasse outro tipo de parceiros limitados ao reunir o financiamento seguinte (como por exemplo instituições como a Ford Foundation).

O grande contributo: obtenha o apoio dos investidores em cuja missão você acredita e que percebam o grande impacto daquilo que você faz. Quando a Sequoia devolve um investimento a uma parceria limitada sabe que está a apoiar pesquisa vital, a assegurar bolsas de estudo ou a garantir outros resultados igualmente dignos.

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