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O poderoso fundo está a transicionar de um portefólio baseado em empresas petrolíferas para um portefólio de energias limpas.

Há um pouco mais de um ano atrás o fundo de investimentos Rockefeller Brothers Fund surpreendeu o mundo: um fundo baseado no capital conseguido com o petróleo, anunciou que deixaria de investir no combustível fóssil. No seu portefólio de $850 milhões não teria mais petróleo, gás, carvão ou areias betuminosas.

Após um ano este passo parece ser bem pensado. Desde então o preço de petróleo caiu de $90 para $45 — o preço de petróleo preto era tão baixo apenas nos tempos de recessão.

As ações das grandes empresas energéticas caíram — em 2015, este setor do mercado de ações apresentou os resultados muito piores do habitual. O movimento contra as mudanças climáticas está a ampliar-se. A fundação Rockefeller já nāo está sozinha nesta posição. Stephen Heintz, o presidente da fundação, disse:

“Conseguimos mostrar o que é possível fazer sem prejudicar os resultados do portefólio”.

O fundo faz aquilo que querem os investidores: supera os índices de referência, embora o conselho de diretores admita que ainda é cedo para tirar as conclusões.

A decisão de desinvestimento nas mudanças climáticas foi tomada do ponto de vista moral. Heintz comentou:

“Por um lado lutávamos contra as mudanças climáticas através de subvenções, e por outro investíamos nas empresas que as provocam.”

Mas os membros do conselho de diretores vêem nisso razões económicas. Heintz disse:

“O fim da economia baseada no combustível fóssil está cada vez mais visível.”

Ele lembra-nos da Shell que desistiu do projeto das perfurações no Ártico no qual foi investido muito dinheiro, porque o projeto deixou de ser lucrativo.

Desinvestir nos setores poluentes leva tempo

Porém, os desinvestimenos das áreas que influenciam no clima não é uma coisa fácil. Mas há outras fundações e universidades que querem seguir o exemplo do fundo. Heintz aconselha-lhes a preparar-se para uma “viagem”.

O portefólio de investimentos do fundo de Rockefeller não é muito grande e compõe cerca de 800 milhões de dólares. Os fundadores sabiam que este projeto levaria pelo menos uns três anos.

No primeiro ano conseguiram desfazer-se da maioria das empresas relacionadas com o combustível fóssil, tais como Exxon Mobil (NYSE: XOM) e Chevron (NYSE: CVX).

Heintz disse que o objetivo da fundação é tirar do portefólio todos os tipos de combustível fóssil, incluindo gás. Ao mesmo tempo, os funcionários ainda vão analisar os resultados, e se o lucro estiver sob ameaça, o plano será alterado.

Ele assinalou que no início de 2014, as ações das empresas relacionadas com combustíveis fósseis, faziam 7% do portofólio do fundo. Hoje são menos de 4%.

A maior parte do dinheiro investido na “energia velha” foi realocado na energia “nova”, com base nos conselhos da consultoria Perella Weinberg. A isso pode ser chamado um método de investimento da luta contra as mudanças climáticas.

Fundos de cobertura e o seu capital privado

O mais difícil foi encontrar fundos de cobertura e gerentes de investimentos que correspondessem às exigências. Eles não estão acostumados às solicitações especiais.

Por exemplo, se o fundo retirasse o seu dinheiro dos fundos privados de investimento até ao fim do período de bloqueio da venda das ações, teria perdido muito dinheiro.

Mas Heintz ficou surpreendido num bom sentido com o facto de muitos gerentes aceitarem trabalhar com a fundação. Até recebeu uma chamada de um gerente do fundo de instraestrutura do Brasil que leu um artigo sobre a nova política da fundação Rockefeller num jornal brasileiro de 2014. O gerente disse que está a desenvolver um fundo sem os investimentos em combustíveis fósseis. Heintz disse: “Tais decisões estão a enviar um sinal ao mercado.”

Até Wall Street presta atenção

Esta tendência é confirmada também por outros grandes investidores, incluindo em Wall Street. Jessica Matthews, a diretora executiva da Cambridge Associates, empresa da consultoria das universidades e fundos de caridade, disse:

“Esta amanhã acabei de receber uma carta de um gerente do fundo de cobertura que está a tentar avaliar a procura de reinvestimento de dinheiro relacionado com os combustíveis fósseis, em outros ativos.”

Muitos clientes de Matthews pedem um serviço assim por razões ecológicas, sociais ou de negócios. Ela diz aos clientes que a saída completa de tais ativos pode levar até cinco anos: “Não é possível apertar um botão e já está”.

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