Apresentamos-lhe o prognóstico para a evolução do setor tecnológico ao longo de 2016. Que empresas do setor merecerão o seu investimento?
Na sexta-feira, o mercado de ações norte-americano não conseguiu manter as suas posições e fechou as negociações em negativo. Talvez a maior conquista do dia seja o facto de as empresas tecnológicas conseguirem evitar uma grande queda. Segundo os resultados da sexta-feira, as ações da Apple (NASDAQ: AAPL) e Microsoft (NASDAQ: MSFT) ficaram um pouco mais caras, porém a semana foi bastante desagradável para as mesmas.
No Nasdaq prevalecem as empresas tecnológicas, por isso o índice abriu o ano de uma maneira pior que o Dow ou S&P 500. Na primeira semana, o índice perdeu mais de 7%. Atualmente o Nasdaq está 10% abaixo do seu pico das últimas 52 semanas (e do seu máximo histórico) e encontra-se em correção. Por isso o pior para o setor tecnológico talvez esteja por acontecer.
Os títulos de muitas empresas tecnológicas populares continuam a ser negociados em valores mais altos do que o valor real das empresas. Por exemplo, as ações da Amazon (NASDAQ: AMZN) ficaram 10% mais baratas, e o seu custo ainda é 110 vezes maior do que o lucro previsto para 2016. As notícias sobre os planos da expansão global ajudaram as ações da Netflix (NASDAQ: NFLX), porém o seu preço é 440 vezes maior do que lucro previsto para este ano.
Alguns investidores temem que o ano de 2000 se repita e a bolha tecnológica estoire. A última vez em que uma queda abrupta do Nasdaq ocorreu nos primeiros dias do ano foi há 16 anos atrás. Naquela época o índice perdeu mais de 8%. Claro que depois disso as ações restabeleceram as suas posições e até março atingiram novos níveis máximos - antes de cairem com um estrondo. Vamos esperar que esta situação não se repita neste ano.
Os investidores interessados nas empresas do mercado dos dispositivos móveis têm várias razões para se preocuparem. Na semana passada, as ações da Apple caíram 8%. Pela primeira vez desde agosto, as ações da empresa ficaram $100 mais baratas, os investidores estão preocupados com o abrandamento da procura de iPhones, especialmente na China. Foram também divulgadas notícias de que a empresa pretende cortar a produção dos smartphones.
A Apple recusou-se a comentar a situação, porém há algumas evidências de que o iPhone 6s pode não se tornar tão popular como o esperado. Na quinta-feira, os fabricantes dos componentes para os produtos da Apple — a Cirrus Logic e Qorvo — avisaram que as vendas no próximo trimestre serão mais fracas do que fora previsto.
Na sexta-feira, o maior inimigo da Apple, a Samsung, publicou uma previsão bastante fria quanto ao seu futuro lucro. Os smartphones da linha Galaxy são concorrentes diretos do iPhone. Mas a Apple também é um grande cliente da Samsung — o gigante da Coreia do Sul produz chips de memória para a empresa norte-americana. Por isso, as notícias más da Samsung revelam a procura enfraquecida no mercado mundial de smartphones.
A queda das empresas tecnológicas diz-nos muita coisa se tomarmos em conta que muitas destas revelaram os seus produtos mais novos na exposição CES que ocorre em Las Vegas. Na semana passada, as ações de muitos participantes da CES ficaram significativamente mais baratas. Por exemplo, a GoPro (NASDAQ: GPRO) e Garmin (NASDAQ: GRMN) perderam 10% cada uma, enquanto a Fitbit caiu um quarto — o relógio inteligente Blaze da produção da empresa dececionou Wall Street.
Não se pode afirmar que este ano venha a ser um ano sombrio para o setor tecnológico. Porém, parece que os investidores têm que tomar mais cuidado ao escolher uma empresa e não esperar pelo crescimento do setor em geral. Como sempre, é tudo uma questão do lucro que as empresas conseguem.
Nos próximos dois anos o crescimento do lucro da Apple pode desacelerar definitavemente. A empresa terá que convencer Wall Street de que existem novos produtos únicos que são capazes de atrair consumidores e aumentar vendas e lucros para que as ações da Apple subam novamente.
Por outro lado, os peritos esperam um crescimento do lucro da Alphabet (NASDAQ: GOOG) de 20% neste ano. No caso do Facebook (NASDAQ: FB) as previsões são ainda mais audazes — espera-se que o lucro da rede global cresca 30% em 2016.
Geralmente, os investidores preferem investir nos líderes do mercado do setor tecnológico, que tenham um grande lucro no momento. É provável que em 2016 as preferências deles não mudem.