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O “setor” dos smartphones - nomeadamente dos smartphones premium - está bastante forte. Veja os exemplos da Apple, Samsung, Huawei e ZTR.

O relatório de ganhos da Samsung divulgado na quinta-feira veio mostrar que há uma tendência surpreendente no mercado global de smartphones. Embora se pensasse que a competição estava a afetar os produtores - levando-os a baixar os preços para aumentarem o volume de vendas - a realidade é que o setor está bastante forte.

É verdade que o recente lançamento da última versão de produtos da Samsung fez as vendas subirem no primeiro trimestre. No entanto, o triplo das vendas no primeiro mês do Galaxy S7 (em comparação com o S6 no ano passado) provavelmente reflete a procura renovada de dispositivos premium - que se distinguem das muitas opções de smartphones de nível baixo e médio.

Um dos exemplos mais marcantes é o Huawei. A grande popularidade de modelos, tal como o P8, levou a que o preço médio dos telemóveis da empresa chinesa subissem 17% no ano passado, de acordo com a IDC. O volume de vendas aumentou 45% e o setor premium constitui a maior parte do total.

O preço médio de vendas da Apple (NASDAQ: AAPL) aumentou mais de 7% em 2015, segundo a IDC, com o seu volume de fornecimentos total a aumentar 20%. Outra grande empresa que lucrou com as vendas de smartphones exageradamente caros foi a ZTR, com um aumento de preço de 5,8% e um aumento de 20% no volume de vendas.

De acordo com uma pesquisa da Counterpoint, verificou-se maior aumento do volume de vendas dos smartphones de nível mais elevado. Entretanto, os smartphones mais simples também aumentaram este indicador - enquanto os dispositivos "médios" apresentaram resultados fracos.

Dado o lucro dos modelos mais baratos, seria errado desistir dos preços baixos como estratégia de marketing. Ainda assim, a dinâmica preço-procura para os smartphones sugere que grandes volumes de vendas proporcionados por descontos podem não resultar no aumento de lucro (e cortam, certamente, o lucro por dispositivo). Seja uma startup de Pequim, seja uma gigante sediada em Cupertino, o objetivo final deve ser aumentar vendas e não a participação no mercado.

A experiência do ano passado da Apple, Huawei e ZTR sugere que os smartphones podem, de facto, ser um bem de Giffen - um produto cuja procura aumenta com a subida de preços. Se realmente for o caso, a velha teoria de que a diminuição de preços é o único método para incentivar a procura tem de ser revista.

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