Amazon: atrás da estratégia do YouTube
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Por quanto tempo continuará o YouTube a ser o gigante do vídeo na internet?

Jeff Bezos, CEO da Amazon (NASDAQ: AMZN), está habituado a enturmar com estrelas de Hollywood graças ao serviço de streaming de vídeo da sua empresa. Em breve poderemos começar a vê-lo com PewDiePie e Hank Green.

Com quem?

Poderão não aparecer nas capas das revistas mas PewDiePie e Green têm programas imensamente populares no YouTube.

Algumas destas estrelas do YouTube estão a fazer milhões de dólares por ano com a sua popularidade no serviço de vídeo da Google (NASDAQ: GOOGL). Tal como as agências de talentos de Hollywood, a indústria das redes multicanais – como a Fullscreen e a Maker Studios – surgiu para representar as estrelas do YouTube e para vender anúncios nos seus programas de vídeo online.

Agora Bezos quer que os novos profissionais dos media criem vídeos para a Amazon – no entanto os seus objetivos são um pouco confusos.

Não é a primeira empresa que procura quem faça vídeos profissionais para o YouTube. O Facebook (NASDAQ: FB) tem tentado pegar nas estrelas do YouTube – para que façam programação exclusiva para a rede social. O mesmo se passou com o Vessel, um serviço de vídeo de subscrição que prometeu às estrelas do YouTube melhores termos quanto à partilha de receitas e maior controlo sobre os programas. O Vine, do Twitter (NYSE: TWTR), o Snapchat e outras aplicações móveis estão também a atrair profissionais do vídeo online que possam atrair multidões e ajudar os serviços a alcançar mais fundos com a publicidade associada – das mesmas grandes empresas que compram anúncios na televisão.

O novo programa da Amazon está literalmente em busca da estratégia do YouTube – no entanto, com termos mais flexíveis e melhores condições, que indivíduos como Hank Green têm vindo a pedir à Google. De acordo com a empresa, aqueles que participam no Amazon Video Direct podem vender ou alugar os seus vídeos na internet a clientes Amazon ou escolher fazer vídeos que poderão disponibilizar gratuitamente – partilhando os fundos da publicidade e de outras fontes com a Amazon.

A Amazon também está a oferecer – a tipos como PewDiePie – 1 milhão de dólares de recompensa mensal “tendo por base os minutos transmitidos.” Algumas das estrelas do YouTube fugiram para outros serviços, incluindo o Vessel, numa tentativa de receber maior receita publicitária e de obter maior controlo sobre como e quando os vídeos são distribuídos.

Tentar tornar-se mais como o YouTube não sairá barato. A Amazon está a gastar cada vez mais – dos fundos das suas vendas – em custos com “tecnologia e conteúdo”, o que inclui pessoal e serviços informáticos dedicados a “novos e existentes produtos e serviços” bem como às suas operações de computação na nuvem. As despesas da Amazon com tecnologia e conteúdo subiram para 11,7% das suas vendas líquidas em 2015, de 8,8% dois anos antes.

Tal como com outras iniciativas da Amazon, o “porquê” por detrás da caça furtiva ao YouTube não é claro. É óbvio porque é que o YouTube, Facebook e Snapchat procuram estrelas que descobriram as fórmulas certas para o vídeo na internet. Esses serviços lucram enormemente com a venda de anúncios e as estrelas dos vídeos online têm atraído milhões de pessoas – particularmente jovens, que ignoram a televisão e outros veículos tradicionais de publicidade.

O anúncio da Amazon deve ter resultado numa troca de e-mails na sede da Google. O YouTube é o gigante do vídeo na internet mas o Facebook e agora a Amazon são rivais formidáveis. Mesmo que a Amazon não se una às novas estrelas por muito tempo, mais competição em termos de vídeo na internet levará o YouTube a ter de fazer mais e pagar mais para manter o sucesso. Como de costume para a Amazon: não tem de ganhar para tornar a vida difícil aos seus concorrentes.

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