No âmbito do projeto especial em colaboração com a Corretora Prime EXANTE o analista da agência de rating RusRating e colunista do Insider.pro, Evgueniy Slavnov, explica o que deve saber para gerir o seu dinheiro de forma eficaz.
É sempre difícil dar dicas concretas quanto à gestão das finanças pessoais pois as pessoas têm diferentes objetivos, rendimentos e despesas. Uma dica boa para um milionário será inútil para alguém que mal tem dinheiro para coisas básicas, e vice-versa. No entanto, independentemente dos seus rendimentos e objetivos, existem cinco ideias básicas que deve entender para gerir as suas finanças de forma eficaz.
1. Risco não significa algo "mau"
Para a esmagadora maioria das pessoas esta palavra tem uma conotação negativa: todos somos ensinados, desde crianças, a não arriscar em vão, a não investir em ativos arriscados, a comprar de forma segura, etc. Além disso, evitamos riscos na vida pessoal: quantas vezes hesitou em dizer o que pensava em voz alta?
Ao mesmo tempo, os riscos estão diretamente relacionados com os lucros. É impossível ganhar muito sem arriscar. Se tem receio de perder o seu status quo e não está disposto a mudar a sua vida – nada irá mudar.
Experimente arriscar mais (razoavelmente, claro): na carreira, nas relações, nos investimentos. Claro que nem todas as suas decisões o levarão ao sucesso mas terá mais oportunidades de mudar a sua vida para melhor se assumir riscos bem calculados.
Enfim, como se sabe, quem não arrisca não petisca. Tal não significa que deva levar todo o seu dinheiro, digamos, ao casino. As extremidades não são boas e a vontade de evitar quaisquer riscos não é exceção.
2. Preço baixo não significa valor baixo
Um dia estava a tratar da otimização de processos de negócios numa empresa pequena. Estava a discutir com o proprietário – mini-oligarca – variantes de resolução de um problema. Tínhamos duas opções: contratar um funcionário caro altamente qualificado ou recorrer à externalização, o que sairia mais barato (mas claro que seria um especialista menos experiente que, além de tudo, estaria menos interessado no bem-estar da empresa).
O mini-oligarca disse apenas uma coisa: "Preço baixo não significa valor baixo". Com o tempo, decisões erradas, erros e mau planeamento acumulam-se e crescem como uma bola de neve, podendo resultar em despesas maiores do que se tivesse optado pela hipótese mais cara. Tal não significa que seja preciso pagar sempre mais – porém, às vezes é uma boa decisão em termos económicos.
Outro exemplo: um amigo meu decidiu comprar um carro usado e encontrou uma opção por 200 mil rublos (cerca de 2.700 euros) abaixo do preço de mercado – e ficou feliz por ter poupado dinheiro. Porém, no ano seguinte gastou quase 500 mil rublos (cerca de 6.800 euros) em arranjos.
3. O único conselho sobre finanças pessoais que ouvi de oligarcas
Conheci diversos milionários que criaram o seu património líquido a partir de várias fontes. Apesar de se tratarem de pessoas totalmente diferentes, surpreendeu-me a sua unanimidade em termos de dicas quanto à gestão de finanças pessoais.
Não me convenciam a gastar menos e não contavam segredos ao estilo "17 Formas de poupar". No entanto, davam-me todos a mesma dica:
"Se quiser algo pense como poderá ganhar o suficiente para o comprar."
Claro que é necessário gastar menos do que recebe, porém não se pode aceitar a situação atual como uma constante. Se quiser alguma coisa – pense em como pode obtê-la! Precisa de mais dinheiro? Acredite, não é tão difícil como parece.
Pare de pensar na sua situação financeira como se fosse algo que não pode mudar. Afinal de contas, o vencedor não é quem gasta menos, é quem ganha mais.
4. Pode ser quem quiser – se se esforçar
Na infância ouvimos que podemos ser quem quisermos quando crescermos. No entanto, os adultos esquecem-se de dizer que só é possível se estivermos dispostos a fazer sacrifícios.
O mundo não lhe deve nada – e se você quiser atingir alguma coisa, terá de sacrificar alguns outros interesses. Ou seja, é necessário saber definir prioridades entre as necessidades a curto prazo e os objetivos a longo prazo.
5. Se não entende algo o melhor será não se envolver
Parece simples e é pura verdade. Se você pretende fazer alguma coisa deve primeiro entender como funciona.
Em muitas áreas da nossa vida tudo se resolve graças à nossa bagagem intelectual. O conhecimento é facilmente transformado em vários bónus agradáveis, tais como dinheiro, reconhecimento social ou economização de tempo. Tal é especialmente certo na área das finanças na qual o conhecimento é força.
Quanto mais entender a estrutura do mundo, mais fácil será transformar este conhecimento em recursos para atingir as suas metas.
Deve entender um assunto antes de se envolver no mesmo.
Pretende pedir um empréstimo? Estude atentamente o contrato e as suas condições. Quer investir no mercado de ações? Entenda a estrutura do mercado em vez de investir seguindo as dicas de analistas desconhecidos. Oferecem-lhe a participação num esquema extremamente lucrativo mas não consegue entender como se cria o lucro? Não participe nessas pirâmides financeiras.