10 Ações a comprar caso Donald Trump se torne presidente dos EUA

Hillary Clinton domina nas sondagens — mas muito pode acontecer em três meses

Os republicanos nomearam Donald Trump como o seu candidato presidencial esta terça-feira à noite – reforçando as suas esperanças de manter a democrata Hillary Clinton fora da Casa Branca.

As sondagens avançadas até agora mostram que o mais provável é que Trump perca para Hillary Clinton – no entanto, muito pode acontecer em três meses.

Com isso como pano de fundo, uma presidência de Donald Trump será certamente diferente de uma presidência Clinton – para a economia, pequenas empresas e, claro, para as grandes empresas listadas na bolsa.

Segue-se uma análise das melhores ações a comprar caso Trump desafie as probabilidades e acabe eleito presidente dos Estados Unidos em novembro.

Dizer que os últimos anos foram um desafio para a indústria do carvão é um eufemismo. Foram horríveis.

Os preços do carvão térmico caíram de 80 dólares a tonelada no início de 2011 para 40 dólares a tonelada nos dias de hoje, na esteira de legislação ambiental e colapso dos preços do gás natural – uma alternativa ao carvão. A Patriot Coal Corporation (OTC: PATAQ) e a Arch Coal Inc (OTC: ACIIQ) são apenas duas das empresas mineiras que foram forçadas a declarar falência.

Donald Trump é fã e apoiante do carvão – nomeadamente porque cria postos de trabalho. Embora o seu apoio ao carvão (e carvão limpo em particular) ainda não se tenha traduzido numa política específica, se se vier a provar sério a Consol Energy Inc. (NYSE: CNX) é uma das poucas empresas numa posição fiscal forte o suficiente para capitalizar com o ressurgimento do carvão.

Não é um grande segredo que o Affordable Care Act (Obamacare) não tem sido o benefício, para as seguradoras, que prometia ser. Na verdade, Mark Bertolini, CEO da Aetna (NYSE: AET), comentou no início deste ano:

“Continuamos preocupados com a estabilidade geral” – depois de considerar ser difícil alcançar lucro com o Obamacare.

Trump prometeu revogar e substituir o Affordable Care Act se eleito.

Embora seja provável que Trump não veja o quão difícil será uma manobra dessas – já para não mencionar “perturbador” – não há como negar que qualquer outra alternativa seria bem recebida pelas seguradoras e pelos consumidores.

Tal coloca a Aetna, uma das seguradoras de saúde em melhor estado, em condições de prosperar num ambiente com leis mais relaxadas.

Por que razão uma marca de mobiliário doméstico de gama superior poderá beneficiar de Trump na Casa Branca?

Porque Donald Trump afirmou que pretende reduzir os impostos sobre o rendimento.

Embora a quantidade absoluta de poupança fiscal viesse a beneficiar os contribuintes mais ricos (o que já levou a muitas críticas), o maior benefício relativo seria sentido pela classe média, mais propensa a realmente mudar os seus hábitos de consumo caso passasse a ter acesso a maior rendimento.

Assim, em vez de fazerem compras no Ikea, uma ampla faixa de contribuintes de rendimento médio poderá aceder a uma marca como a Ethan Allen (NYSE: ETH); os super ricos não deverão alterar os seus hábitos de consumo mesmo que acabem a pagar uma fatura fiscal menor do que a atual.

Donald Trump não esconde o seu desgosto quanto ao facto da China ter desvalorizado artificialmente a sua moeda como forma de incentivo à exportação e correspondente entrada de dinheiro estrangeiro.

Se esse tipo de mentalidade se transformar numa espécie de guerra de moeda, o ouro e instrumentos relacionados, como o ETF SPDR Gold Trust (NYSE: GLD), poderão tornar-se abrigos da tempestade.

Não é apenas a perspetiva incerta da moeda que poderá tornar a GLD uma das melhores ações a comprar sob uma presidência Trump. Trump está mais do que disposto a imprimir dinheiro para pagar as contas do país, o que levará o valor do dólar a cair. Um dólar mais fraco conduz, inerentemente, a uma valorização do ouro.

A maioria dos investidores nunca ouviu falar do The GEO Group Inc. (NYSE: GEO) Tal não significa que não mereça um lugar numa lista de ações a comprar caso Donald Trump faça o juramento presidencial em janeiro.

O The GEO Group é um REIT – Real Estate Investment Trust – que gere centros de correção e detenção, mais conhecidos como prisões. São uma parte significativa da disputa de 2016 na medida em que Hillary Clinton e Donald Trump têm posições diametralmente opostas quanto a quem deve gerir as prisões do país. Clinton afirmou:

“Devemos terminar com as prisões privadas e com os centros de detenção privados.”

Trump, por outro lado, sente que o país ficará melhor sem estar envolvido na gestão das prisões. Avançou, em abril:

“Penso que podemos fazer várias privatizações e as prisões privadas parecem funcionar muito melhor.”

Qualquer investidor que tenha mantido atenção quanto à Alcoa Inc (NYSE: AA) saberá que não são apenas os preços baratos do alumínio a surgirem como o principal problema da icónica fornecedora de alumínio. Tem sido o alumínio incrivelmente barato a ser enviado da China para os EUA, considerando que na China as empresas não têm de lidar com custos operacionais.

Foram reveladas tarifas que poderão levar o alumínio low-cost a deixar de ser importado para o país mas até agora a medida ainda não foi apoiada o suficiente para se tornar lei. Trump, no entanto, poderá ter mais meios para colocar essas medidas em vigor.

E não se deixe enganar... Trump pretende impor uma tarifa acentuada para equilibrar o jogo da Alcoa. Sem o benefício fiscal do metal importado os utilizadores de alumínio nos EUA irão começar a comprar alumínio fornecido por empresas norte-americanas.

Por alguma razão a maioria dos especialistas defende que, caso Trump venha a tornar-se presidente, sejam compradas ações da Smith & Wesson Holding Corp (NASDAQ: SWHC) (armas de fogo).

No entanto, em alternativa poderá considerar-se a Sturm, Ruger & Company (NYSE: RGR). Donald Trump é um grande defensor da Segunda Emenda, que dá aos cidadãos dos EUA o direito de porte de arma.

É um pouco contraintuitivo. Se Trump tornar ainda mais fácil a compra de armas, os consumidores não sentirão a necessidade urgente de adquirir uma. É proibitivamente difícil para muitos comprar uma arma agora e muitos detentores de armas temem que Clinton venha a confiscá-las. Por que razão comprar uma?

Esse receio não existirá com Trump.

A ideia da construção de um muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México é uma piada ao nível da logística.

No entanto, os planos de Trump para reacender a economia norte-americana são muito mais sérios e plausíveis. E não é segredo que adora construir coisas. Tem afinidade pela ideia – e pela criação de postos de trabalho – e é provável que apoie quaisquer iniciativas que envolvam a construção e reparação de infraestruturas.

Tal coloca o nome da Granite Construction Inc. (NYSE: GRA) em qualquer lista de ações a comprar caso Trump seja eleito.

Bónus: caso o muro entre o México e EUA venha a ser construído, a Granite Construction já detém uma relação e história com o governo federal.

Trump poderá ter entrado em contradição mais do que uma vez e em mais do que uma questão, mas há uma questão sobre a qual isso nunca se verificou: é um grande fã de um exército maior e melhor.

Comentou, em março:

“Vou construir um exército muito mais forte do que o atual. Vai ser tão forte que ninguém se irá meter connosco. Mas sabem que mais? Podemos fazê-lo por muito menos.”

E em abril detalhou:

“As nossas Forças Armadas ativas encolheram de 2 milhões em 1991 para cerca de 1,3 milhões hoje. A Marinha encolheu de mais de 500 navios para 272 navios durante o mesmo período de tempo. A Força Aérea é 1/3 mais pequena do que em 1991. Os pilotos estão a pilotar B-52 em missões de combate hoje em dia. Esses aviões são mais velhos que todos nesta sala.”

Uma participação no ETF iShares Dow Jones US Aerospace & Defense (NYSE: ITA) poderá fazer sentido.

Por último mas não menos importante: acrescente a Apple (NASDAQ: AAPL) à sua lista de ações a comprar caso Donald Trump se torne presidente.

Está interessado em conceder à empresa uma muito necessária pausa.

Apesar da Apple ter muitos fãs, seguidores e ideias de crescimento, tem também um problema: 200 mil milhões de dólares “presos” no estrangeiro. Caso a Apple pretenda levá-los para os EUA, irá ver o governo impor uma taxa de 40% sobre o montante.

Trump poderá tornar mais fácil o ato de levar os fundos para os EUA, injetando-os na economia doméstica. Como? Uma oferta única para repatriar esse dinheiro do exterior a uma taxa incrivelmente baixa. O acesso a essa liquidez poderá ser o que a empresa de tecnologia precisa. Poderá realizar aquisições, pagando-as em dinheiro.