Internet das Coisas, a ligação de aparelhos e dispositivos eletrônicos do dia a dia à internet
Estima-se que a Internet das Coisas (IoT na sigla inglesa) venha a valer 7,1 trilhões de dólares em 2020, de acordo com a IDC – e venha a incluir cerca de 50 bilhões de dispositivos nessa altura.
Os investidores que procuram ações da Internet das Coisas agora têm muito por onde escolher – mas a Amazon, NXP Semiconductors e Alphabet merecem séria consideração. Seguem-se as razões.
A tranquila aposta da Amazon na Internet das Coisas
Não, não perdeu o barco da Amazon (NASDAQ: Amazon.com [AMZN]). Sim, a ação parece cara a 190 vezes os lucros agora. No entanto, ignorar a Amazon como investimento na IoT poderá ser um erro por algumas razões.
Em primeiro lugar, a computação na nuvem já é uma parte da Internet das Coisas – e está crescendo. Quanto mais dispositivos IoT se encontrarem disponíveis e conectados, mais dados irão criar – e quantos mais dados criarem, mais as empresas irão precisar de software de análise para perceber o que os dados estão dizendo. Isto deverá conduzir a mais armazenamento na nuvem.
A Amazon já está dominando no mundo da computação na nuvem. A empresa alcançou lucro de 2,88 bilhões de dólares pelo seu Amazon Web Services (AWS) no segundo trimestre de 2016, um aumento de 58% frente ao ano anterior – e a Re/code escreveu no início deste ano que a AWS está a caminho de se tornar um negócio de 10 bilhões de dólares por ano.
No entanto, a Amazon não está apenas oferecendo serviços para o mercado de computação na nuvem. Está também se focando na IoT, especialmente com a sua plataforma AWS. A AWS permite que as empresas criem aplicativos para dispositivos da Internet das Coisas, levando a que os mesmos se conectem naturalmente à Amazon Web Services.
O sucesso da AWS não significa exatamente que a Internet das Coisas associada à mesma venha a ser uma vencedora. No entanto, a Amazon está integrando a sua plataforma focada na IoT nos seus outros serviços AWS. À medida que forem surgindo mais dispositivos IoT, os usuários irão realizar a transição entre os dois.
Em segundo lugar, a Amazon já está conquistando o mercado com o seu altifalante Echo, alimentado pela sua assistente virtual Alexa.
A Amazon disponibilizou a Alexa a programadores terceiros – e já pode encomendar uma pizza ou chamar um Uber com ela. Pode até mesmo interagir com alguns veículos Mercedes e termóstatos Nest para ajustar a temperatura à medida que se aproxima de casa.
Por último, a Amazon integrou o seu Dash Replenishment Service (DRS) em aparelhos como máquinas de lavar Whirlpool para que estas possam encomendar automaticamente detergente a partir do site da Amazon. Poderá parecer um recurso exagerado por agora mas no futuro próximo muitos dos nossos pedidos online serão realizados automaticamente – nomeadamente por parte dos eletrodomésticos.
A grande aposta da NXP nos carros autônomos
A NXP (NASDAQ: NXP Semiconductors [NXPI]) produz semicondutores para uma variedade de dispositivos móveis e empresas de automóveis – e entretanto deu dois grandes passos no espaço da condução autônoma (que faz parte da Internet das Coisas), que poderão mostrar-se benéficos para os investidores.
A empresa comprou a Freescale Semiconductors no início deste ano, colocando-se no setor com cerca de 14,5% do mercado de chips. Os clientes combinados de ambas as empresas tornam agora a NXP a maior fornecedora de chips para fabricantes de carros.
Os carros autônomos requerem grande quantidade de capacidade de processamento e irão exigir que diversos componentes diferentes trabalhem em conjunto. A posição da NXP na área de semicondutores para automóveis neste momento torna-a a candidata perfeita para ajudar a alimentar tecnologias para automóveis autônomos no futuro.
Além disso, a NXP revelou a sua própria tecnologia para carros autônomos no mês passado, que torna mais fácil para as fabricantes levarem os seus próprios carros para o mercado. O sistema BlueBox vem com sensores, radar e semicondutores da NXP.
É um grande passo para a NXP no segmento de carros autônomos e surge no momento em que as fabricantes de carros procuram formas baratas de levar os carros semi-autônomos às massas.
A abrangente aposta da Alphabet na Internet das Coisas
Poderá parecer cliché listar uma das maiores empresas de tecnologia do mundo como uma boa aposta ao nível da Internet das Coisas – mas faz todo o sentido.
A receita da Alphabet (NASDAQ: Alphabet Class A [GOOGL]) aumentou 21% frente ao ano passado no seu mais recente trimestre e o seu rendimento líquido supera os 70 bilhões de dólares. É impressionante por si só mas além disso a Alphabet está reinvestindo o seu lucro, da publicidade online, em diversos novos projetos – e muitos incluem iniciativas focadas na Internet das Coisas.
O Google Car da empresa é provavelmente o seu mais conhecido projeto de IoT. A Google já conduziu muitos quilômetros com os seus carros autônomos e realizou recentemente uma parceria com a Fiat Chrysler para testar o seu software em 100 minivans Pacifica.
A Google já está realizando grandes avanços em dispositivos IoT também. A sua empresa Nest já teve a sua quota-parte de problemas mas ainda é uma marca forte com o seu termóstato inteligente e câmaras de segurança.
Da mesma forma, a Google anunciou recentemente o seu novo altofalante inteligente, chamado Home, com Assistente da Google. Assim que o dispositivo se encontrar à venda no final deste ano a Google terá o concorrente do Echo – com apoio do motor de busca da Google.
Além disso, os grandes projetos da Alphabet incluem iniciativas focadas em IoT como o uso de nanopartículas para encontrar doenças no sangue e enviar sinais para dispositivos utilizáveis com essas conclusões.
A Alphabet está certa de que terá alguns incidentes na área ao longo do caminho. No entanto, a sua disponibilidade financeira e projetos diversificados deverão ser suficientes para manter a empresa na vanguarda da Internet das Coisas.
Existem muitas outras ações relacionadas com a Internet das Coisas onde investir – mas estas empresas já estão realizando grandes movimentos e estão bem posicionadas para maior crescimento. O enorme potencial da Internet das Coisas não deve ser esquecido pelos investidores – e a Amazon, Alphabet e NXP Semiconductors devem integrar a sua pré-seleção.