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De vez em quando é bom dar um passo atrás e fazer um balanço das coisas

Pedimos a alguns dos melhores stock pickers de Wall Street que nos ajudassem a ter uma melhor ideia do que está acontecendo. Que empresas deverão ter um bom desempenho no próximo ano – e quais se encontrarão na situação oposta?

Colocamos as seguintes questões:

  • Qual a sua ação de eleição?
  • Que ação acha que irá ter pior desempenho?
  • Qual a maior tendência na indústria que segue?
  • O que é que todo mundo anda ignorando?

As suas respostas criam um retrato de diversos setores e o seu conselho poderá ser útil. Continue lendo para saber que ações integram a lista.

Phil Cusick – Serviços de telecomunicações / Cabo e satélite

Empresa: JPMorgan

A comprar: Charter (NASDAQ: CHTR)

A vender: Intelsat (NYSE: I)

O mais importante a reter: “Com o vídeo para o consumidor se movendo de ser agendado pela distribuidora (programação televisiva) para a qualquer hora e em qualquer lugar na internet, a dinâmica muda de forma maciça.”

“As empresas de infraestruturas de banda larga, wireless e wireline (fibra, torres, centros de dados, empresas por cabo) estão sendo procuradas enquanto as tradicionais formas de distribuição (como satélite mas também empresas de telecomunicações baseadas no cobre) se encontram em risco.”

O que todo mundo ignora: “Na Charter, embora seja uma ação popular, penso que as pessoas estão mais focadas em potenciais riscos de integração de curto prazo do que nas sinergias, escala e procura empresarial e individual no longo prazo.”

“Achamos que a empresa irá manter a sua anunciada alavancagem mínima de 4x, o que significa que poderá retornar capital no quarto trimestre de 2016 ou início de 2017.”

Jeff de Graaf – Análise técnica

Empresa: Renaissance Macro Research

A comprar: Ouro (COMEX: GOLD) e metais preciosos

A vender: Bancos

O mais importante a reter: “Acreditamos que se instalou uma espécie de ‘inércia institucional’ com fé na política de banco central versus senso comum econômico. O tradicional mecanismo bancário está enfraquecido. As guerras cambiais são inevitáveis (e favoráveis para o ouro).”

“Enquanto as políticas têm favorecido o investimento passivo versus ativo, acreditamos que as pessoas se devem afastar do passivo em direção ao ativo com o índice de retorno a estagnar.”

O que todo mundo ignora: “Enquanto a maior parte do mundo tem sido levada a acreditar que o ouro é uma ‘relíquia bárbara’ relembramos duas questões. Se é esse o caso, então deverá estar disposto a dá-lo por nada (embora ninguém o faça) e o ouro nunca (NUNCA) se encontrou inadimplente na história do mundo e no seu uso.”

Joe Greff – Jogos e Alojamento

Empresa: JPMorgan

A comprar: MGP Growth Properties (NYSE: MGP)

A vender: N/A

O mais importante a reter: “A MGP (ainda) possui um atraente risco-recompensa no atual ambiente de baixo crescimento (PIB dos EUA) e (ainda) baixas taxas de juro dado o seu rendimento seguro, potencial crescimento de rendimento em 2017 (e adiante) e potencial crescimento proveniente da recente aquisição da Borgata, gerando um (ainda) atraente dividendo e rendimento de dividendo.”

O que todo mundo ignora: “O atual rendimento de dividendo é de cerca de 5% (…) então consideramos que poderá haver apoio a este nível. A maioria dos preços-alvo do lado da venda paira perto de níveis atuais e esperamos valorização quanto à maioria.”

Toni Sacconaghi – Hardware para TI e Produção eletrônica

Empresa: Bernstein

A comprar: Hewlett Packard Enterprise (NYSE: HPQ) e Apple (NASDAQ: AAPL)

A vender (desempenho de mercado): IBM

O mais importante a reter: “O quão depressa irá a nuvem prejudicar a oportunidade de mercado para fornecedores tradicionais – e poderão os mesmos migrar os seus negócios depressa o suficiente para crescer daqui para a frente?”

O que todo mundo ignora: “As ações de tecnologia não são apenas sobre crescimento – historicamente, as ações de tecnologia mais e menos caras têm superado o mercado – tudo no meio tem tido desempenho inferior. Assim, recomendamos que os investidores mantenham uma abordagem barbell.”

Stacy Rasgon – Semicondutores

Empresa: Bernstein

A comprar: NXP Semiconductors (NASDAQ: NXPI)

A vender: Advanced Micro Devices (NASDAQ: AMD)

O mais importante a reter: “Maturação. O crescimento está abrandando, o tradicional veículo do valor (Lei de Moore) está se tornando cada vez mais difícil de implementar, a consolidação baseada na escala está se tornando a norma e o retorno está se tornando valorizado – sendo que tudo sugere um ambiente de investimento muito diferente em relação ao histórico.”

O que todo mundo ignora: “Muitas empresas e investidores esperam que a Internet das Coisas leve a indústria a crescer. Acreditamos que será provável que aumente gradualmente do que de forma revolucionária, dada a alta fragmentação, casos de uso não comprovados, modelos de negócio e valor agregado que se encontra muitas vezes ‘acima’ dos semicondutores (com a captura de valor a seguir para outros participantes da cadeia de valor).”

Steven Alexopoulos – Bancos de pequena e média capitalização

Empresa: JPMorgan

A comprar: First Republic (NYSE: FRC), SVB Financial (NASDAQ: SIVB) e Webster

“Cada banco tem um modelo de negócio diferenciado que acreditamos ser subestimado pelo mercado.”

A vender: New York Community (NYSE: NYCB)

“(…) Dado que a empresa tem 49 bilhões de dólares em ativos e deverá ser o próximo banco a atravessar o nível de ativos de 50 bilhões de dólares, o que irá tornar o NYCB um banco ‘demasiado grande para falhar’. Isto irá resultar num aumento significativo dos custos de regulação e controlo.”

O mais importante a reter: “À medida que o ciclo econômico atinge um estágio mais maduro, não é demasiado cedo para começar a migrar em direção a balanços de menor risco.”

O que todo mundo ignora: “Com a regulação de Dodd Frank causando o ajuste mais significativo nos modelos de negócio ao longo dos últimos 100 anos, verifica-se uma tremenda ‘jump ball’ para crescimento orgânico de bancos de pequena e média capitalização. Deteremos as empresas com modelos de negócio diferenciados que estão tirando vantagem total da situação, com os maiores bancos nos EUA a continuarem calibrando para o novo ambiente.”

Tycho Peterson – Ferramentas de ciências da vida e diagnóstico

Empresa: JPMorgan

A comprar: Agilent (NYSE: A)

“(…) Dada a descomunal exposição a fortes tendências farmacêuticas e um histórico de melhoria da margem subjacente.”

A vender: Myriad Genetics (NASDAQ: MYGN)

O mais importante a reter: “Tem-se verificado negociação defensiva do grupo de ferramentas de ciências da vida no último ano, com o negócio estável, geralmente rentável e a evitar muitos ventos contrários na área da saúde (preço dos medicamentos, decisões da FDA, etc.) enquanto a consolidação da indústria deverá continuar.”

“Enquanto os fundamentos se encontram estáveis, as valorizações estão próximas de níveis de pico (24 vezes o preço/lucro em média) então o maior risco será ao redor de fluxos de recursos. Para a área de diagnóstico somos mais cautelosos à luz da rápida evolução da paisagem de reembolso e contínua pressão sobre os preços.”

O que todo mundo*ignora:* “A oportunidade de longo prazo ao redor da medicina personalizada. Ainda estamos no início mas será um tema dominante ao nível dos cuidados de saúde ao longo da próxima década e a Illumina, pioneira no setor, é a melhor forma de entrar na tendência. Embora a ação se tenha mantido volátil ainda é a melhor história de crescimento do nosso universo.”

Tien Tsin Huang – Pagamentos, processadores e serviços de TI

Empresa: JPMorgan

A comprar: FleetCor (NYSE: FLT), FIS (NYSE: FIS) e Visa (NYSE: V)

“As três beneficiam de negócios estáveis com margens com alto potencial de crescimento e poder de ganhos graças a aquisições.”

A vender: Western Union (NYSE: WU)

“(…) Dadas as perspetivas de crescimento abaixo da média para a líder de primeira linha em termos de preço na competitiva área da transferência de fundos. A empresa também se encontra exposta à pressão macro de nações produtoras de petróleo e mercados em desenvolvimento em geral, onde as tendências de migração estão mudando.”

O mais importante a reter: “A maior questão no setor é a mudança para o digital, forçando as empresas com legado a adaptarem-se rapidamente e a unirem os seus negócios para competirem com, ou tornarem-se parceiras de, puros jogadores digitais. Um exemplo é a recente parceria da Visa com a PayPal.”

O que todo mundo ignora: “A mudança no mundo dos pagamentos move-se lentamente pois o comportamento do consumidor é difícil de alterar (quando se trata de dinheiro) e existe uma grande inércia na atualização de infraestruturas. A transição para os chip-cards nos EUA e relativamente lenta adoção de pagamentos móveis nas lojas ilustram este ponto.”

Gregory Badishkanian – Lazer e restauração

Empresa: Citigroup (NYSE: C)

A comprar: Norwegian Cruise Line Holdings (NASDAQ: NCLH)

A vender: N/A

O mais importante a reter: “A procura de cruzeiros e tendências de preço nas Caraíbas, Europa e China.”

O que todo mundo ignora: “As ações das linhas de cruzeiros (incluindo da Norwegian) estão baratas. As tendências nas Caraíbas são fortes e a China oferece uma oportunidade de crescimento [no longo prazo], apesar de potencial volatilidade [no curto prazo].”

Michael Webber – Transporte

Empresa: Wells Fargo (NYSE: WFC)

A comprar: Marine Gp e Marine MLP

A vender: Kirby Corporation (NYSE: KEX)

O mais importante a reter: “O rendimento da Marine MLP estabilizou nos níveis atuais (cerca de 11% nos últimos três meses), permanecendo surpreendentemente resistente mesmo no meio de grandes eventos de movimentação do mercado (como o Brexit).”

O que todo mundo ignora: “Acreditamos que o mercado se encontra no meio de outro leg down.”

Jimmy Bhullar – Seguros de vida

Empresa: JPMorgan (NYSE: JPM)

A comprar: Prudential Financial (NYSE: PRUN)

“Dada a significativa superação da ação este ano sentimos que a PRU oferece a melhor relação risco-recompensa.”

A vender: Principal Financial Group (NYSE: PFG) e Voya Financial (NYSE: VOYA)

“A nossa posição negativa quanto à PFG reflete ventos contrários para o mercado de aposentadorias, incluindo declínio de taxas – com os baby boomers se aposentando. Com a VOYA, as perspetivas para as tendências são cautelosas e estamos preocupados com a baixa ROE da empresa.”

O mais importante a reter: “A principal área de foco entre os investidores tem sido as baixas taxas de juro. As ações de empresas de seguros de vida têm sido negociadas a uma extremamente elevada correlação com as taxas.”

O que todo mundo ignora: “Embora as taxas de juro baixas sejam um grande vento contrário, a indústria encara outros desafios em que os investidores não se parecem focar tanto, como estimado baixo ROE e fraco crescimento orgânico na maioria das linhas de produtos.”

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