A unidade de telecomunicações da Samsung tem visto a sua relevância aumentar, ao longo dos últimos anos, ao nível da receita da empresa. Irá a situação mudar?
O insucesso dos Samsung Note 7, devido a baterias danificadas, surgiu na altura em que a empresa sul-coreana começava a contar com a sua unidade de telecomunicações para quase metade da sua receita – devido ao menor crescimento das unidades de semicondutores e displays.
Como maior fabricante do mundo de smartphones, com mais de 20% da quota de mercado, a recolha total dos Note 7 dificilmente prejudicaria os números globais das expedições. No entanto, o custo relatado de 2 bilhões de dólares poderá ser mais significativo sobre os ganhos da empresa na medida em que o Note 7 é um dispositivo de alta qualidade.
Uma desvantagem do seu elevado preço de venda é que a substituição de cada unidade perdida sairá mais cara – ou resultará em uma maior quantia de receita perdida.
A Samsung cobra, atualmente, 26% a mais por smartphone do que a média do mercado. Se conseguir manter esse poder ao nível dos preços, apesar dos grandes custos com a recolha dos celulares danificados e um possível declínio ao nível da quota de mercado, então existem hipóteses de conseguir limitar as consequências negativas e até mesmo aumentar o lucro operacional.
O que poderá ser inquantificável é a perda ao nível da reputação da Samsung. Reduzir os preços para chegar aos clientes e comprar lealdade poderá ajudar a empresa a manter a quota de mercado. No entanto, tal irá resultar, certamente, em margens menores em uma altura em que aproveita maior rentabilidade do que a maioria das suas concorrentes.
Uma melhor estratégia para o longo prazo passaria por aumentar o seu foco em I&D, investir mais no controlo de qualidade e gastar mais em marketing para ganhar de volta a confiança dos consumidores.
Cada uma dessas opções irá aumentar os custos no curto e longo prazo. No entanto, até agora parece que os investidores estão dispostos a enfrentar a tempestade, acreditando que os clientes serão clementes.