A empresa por detrás do aplicativo com mais de 150 milhões de usuários diários está preparando uma Oferta Pública Inicial que poderá impressionar o mercado
Mesmo que se encontre acima dos 30 já não consegue ignorar o Snapchat. A empresa por detrás da aplicação com mais de 150 milhões de usuários diários poderá, em breve, ser a maior estrela de uma oferta pública inicial (IPO na sigla original) desde que a Alibaba chegou ao mercado em 2014. A empresa-mãe do Snapchat, a Snap, está começando a preparar a sua oferta pública inicial, apontada para o primeiro trimestre de 2017. A mesma irá surgir seis anos após a empresa ter começado como ideia para um projeto de curso na Universidade de Stanford. A IPO da Snap poderá valorizar a empresa em 25 bilhões de dólares ou mais, de acordo com o avançado pelo The Wall Street Journal.
Não se sinta constrangido se não conhecer o Snapchat. O aplicativo permite que os usuários tirem fotografias ou gravem pequenos vídeos com os seus celulares e que de seguida adicionem legendas, rabiscos e outras anotações divertidas – e enviem esses “snaps” aos seus amigos. Os usuários também podem reunir os seus snippets em “Histórias” que funcionam como diários visuais do seu dia. Os snaps e as histórias não estão destinados a ser registros permanentes como as publicações do Facebook, mas antes efêmeros, desaparecendo após 24 horas.
Essa efemeridade gerou uma audiência significativa. Cerca de 235 milhões de indivíduos utilizam o Snapchat mensalmente, de acordo com o estimado pelo Bloomberg – muito aquém dos 1,71 bilhões de usuários do Facebook, de fato, mas próximo dos usuários do Twitter. Em média, os indivíduos que usam o Snapchat passam cerca de 10 minutos por dia no aplicativo, de acordo com uma análise da Cantor Fitzgerald, em comparação com 6,4 minutos ao redor do Instagram.
Para as ambições de negócios da Snap, a sua audiência encontra-se num grupo demográfico muito cobiçado. Cerca de 70% dos norte-americanos entre os 18 e os 24 anos com smartphones usam o Snapchat. Essa quase onipresença entre os mais jovens é notável na medida em que se trata de um segmento da população que não gasta tempo e dinheiro como as anteriores gerações. Apenas um em cinco millennials alguma vez comeu um Big Mac, por exemplo, e os indivíduos com menos de 35 anos têm reduzido o tempo dedicado a ver televisão.
O Snapchat tem capitalizado financeiramente lançando-se como o melhor meio para publicidade próxima dos mais jovens. Empresas como a DreamWorks e a Jim Beam compraram anúncios de vídeo que aparecem dentro de Histórias – como aquelas criadas por empresas como a BuzzFeed e Cosmopolitan e naquelas criadas ao redor de diários públicos que incluem eventos ao vivo. Cerca de um quarto das vendas de publicidade do Snapchat surge de outros tipos de conteúdo pago como “lentes”, uma característica que torna as selfies mais originais. A eMarketer estima que a receita da empresa venha a disparar para perto de 2 bilhões de dólares em 2018, de menos de 60 milhões de dólares no ano passado.
Se a Snap conseguir explorar o sucesso das suas vendas em rápida ascensão para uma valorização de mercado de 25 bilhões de dólares ou mais, então a empresa irá se juntar a um clube de elite. São menos de 250 as empresas norte-americanas com valores de mercado nesse nível ou superior. A 25 bilhões de dólares, a Snap terá aproximadamente o mesmo valor que o LinkedIn e a pioneira da tecnologia HP Inc.
E, no entanto, a Snap poderá ser uma ação bastante rica para uma debutante no mercado. Quando o Facebook entrou no mercado em 2012, as suas ações estavam cotadas a mais de 19 vezes a sua receita estimada para os 12 meses seguintes, de acordo com uma análise da Bloomberg Intelligence. A Snap com uma valorização ao redor de 25 bilhões de dólares terá um múltiplo de 25 vezes ou mais a sua receita prevista para 2017. Por outro lado, poderá ter mais espaço para aumentar a sua valorização. O Facebook alcançou 5,1 bilhões de dólares em receita no ano em que realizou a sua oferta pública inicial. Prevê-se que a Snap alcance uma receita de até bilhão de dólares em 2017, de acordo com o The Journal.
