Seca no Brasil tem causado alvoroço no mercado do café
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A melhor parte de acordar poderá se tornar mais cara

As regiões do Brasil afetadas por seca no ano passado parecem ser alvo das mesmas condições este ano. Não houve chuva significativa ao longo de quase um mês no estado de Espírito Santo, a principal região produtora da variedade robusta.

Os preços para o robusta estão próximos de recordes de quatro anos em Londres, com preocupações de que a oferta venha a despencar – o que tem vindo impulsionando os grãos de arábica, ricos em aroma, com os futuros experienciando o maior avanço de 2017 no Bloomberg Commodity Index.

Na semana passada, por exemplo, fundos de cobertura aumentaram suas apostas numa recuperação – pela primeira vez em dois meses.

De acordo com Harish Sundaresh, gerente de carteiras de investimento e analista de matérias-primas em Boston:

“Há muitas razões para se ser otimista. (...) Estamos começando o ano com muito pouco inventário e os principais centros de produção, Brasil e Vietnã, terão menores colheitas.”

A colheita de robusta no Brasil, o principal produtor e exportador de café a nível mundial, encolheu para mínimos de uma década no ano passado. Os futuros experienciaram um ganho anual de 40% – enquanto o arábica subiu 8,2%.

Além dos problemas de oferta, chuvas prolongadas têm prejudicado a qualidade das colheitas no Vietnã e se espera também menor colheita na Indonésia. Com o robusta se tornando mais difícil de encontrar, mais produtores estão usando grãos de arábica, impulsionando os seus preços.

Entretanto, com o aumento da procura por arábica, os estoques monitorizados pela ICE em Londres despencaram ao longo de 13 trimestres consecutivos – a maior queda desde que se iniciou o registro de dados em 1995 – se encontrando próximos dos valores mais baixos desde 2000.

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