As ações da Apple, Facebook e Under Armour poderão se mover acentuadamente ao longo dos próximos dias de negociação
As ações subiram um ponto percentual na semana passada, impulsionadas por uma forte primeira semana de divulgação de relatórios de ganhos. Com o ganho, o Dow Jones Industrial Average (INDEX:DJI) e o S&P 500 (INDEX:US500) subiram cerca de 2% até agora em 2017, depois de terem subido na ordem de dois dígitos no ano passado.
A temporada de lucros continua esta semana com centenas de empresas relatando os seus resultados quanto ao último trimestre de 2016. Alguns dos relatórios mais esperados esta semana: Under Armour (NYSE:UA), Facebook (NASDAQ:FB) e Apple (NASDAQ:AAPL).
Apple: uma questão de crescimento
As ações da Apple estão de volta a altas recorde – e o seu relatório, divulgado terça-feira, deverá mostrar que a titã de eletrônica de consumo voltou a crescimento de vendas após três trimestres consecutivos de quedas.
O segmento do iPhone representa quase dois terços das vendas – logo, os investidores estarão interessados em saber como correu o trimestre das festas ao redor do dispositivo móvel. No último relatório trimestral, as vendas unitárias de iPhones despencaram 5% e o preço médio de vendas também caiu. Essas tendências deverão melhorar – para crescimento geral este trimestre – devido a saudável procura do iPhone 7 e iPhone 7 Plus.
Outros dados que merecem ser analisados: margem bruta de lucro, que o CEO Tim Cook e a sua equipa executiva preveem que caia ligeiramente para 28% das vendas. Entretanto, a gestão sublinhou a crescente receita recorrente da Apple (NASDAQ:AAPL) nos últimos tempos, incluindo um aumento de 24% no seu segmento de serviços no último trimestre. No entanto, serão as perspetivas da empresa para o próximo trimestre que deverão atrair a maior parte da atenção dos investidores.
Facebook: terá o volume de publicidade chegado ao limite?
Os investidores não ficaram entusiasmados com o último relatório trimestral da gigante Facebook (NASDAQ:FB). Os seus resultados operacionais mostraram crescimento sólido, com a receita a aumentar 56% devido a um salto de quase 60% nas vendas de publicidade. Além disso, a sua maciça base de usuários diários ativos subiu 17% para 1,18 bilhões com a média de receita por utilizador ultrapassando a marca de 4 dólares a nível mundial.
No entanto, as ações da empresa despencaram com Wall Street preocupada com desaceleração. “Estimamos ver as taxas de crescimento da receita publicitária caindo significativamente” – avançou o executivo no início de novembro. Não é uma surpresa dado que a publicidade saltou a um ritmo de 50% ao longo dos últimos anos.
Contudo, a empresa não tem muito mais espaço para aumentar o volume de comerciais que apresenta no feed dos usuários – logo, mais ganhos poderão ser esperados de outras iniciativas que não o aumento do volume da publicidade. É por isso que o foco desta semana será provavelmente ao redor da análise da gestão quanto a tendências de publicidade considerando que o segmento tem vindo a amadurecer.
Under Armour: em busca de uma vitória
Há uma desconexão entre a Under Armour (NYSE:UA) e o preço das suas ações. O seu impressionante raio de expansão a torna uma das empresas do S&P 500 com mais rápido crescimento – no entanto, esteve entre as ações com pior desempenho do índice no ano passado. O seu relatório será divulgado amanhã, terça-feira.
A especialista em vestuário desportivo poderá resolver essa tensão postando aceleração de ganhos de vendas juntamente com rentabilidade mais firme esta semana. No entanto, Kevin Plank, CEO, e a sua equipa executiva não preveem recuperação em nenhuma área.
Na verdade, o crescimento de vendas deverá permanecer em pouco mais de 20% este trimestre – e para o futuro próximo – marcando uma desaceleração do ritmo de 30% de que desfrutou tão recentemente como no primeiro trimestre de 2016. Um abrandamento surpresa no mercado dos EUA irá equilibrar os ganhos a nível internacional – mantendo o ritmo de crescimento da Under Armour a par com os objetivos dos executivos.
O que preocupa os investidores é o facto do lucro ter caído para o seu mais baixo nível registrado com a empresa impulsionando as vendas de calçado desportivo e gastando agressivamente para defender quota de mercado nos EUA. Essas mudanças convenceram a gestão a reduzir a sua perspetiva de ganhos até 2018, mantendo otimismo quanto à indústria no longo prazo. O relatório desta semana poderá conduzir a uma grande mudança ao nível do preço das ações se alterar as amplas expectativas em qualquer direção.