A mais importante refeição do dia: bastante acessível para uns, muito pouco acessível para outros
Os moradores de Abu Dhabi, Osaka e Zurique ganham o suficiente em menos de cinco minutos para comprar a primeira refeição do dia, de acordo com o Bloomberg Global City Breakfast Index. Já em Accra, no Gana, é necessária quase uma hora de trabalho – enquanto que para os habitantes de Caracas, onde a inflação está em subida vertiginosa, são necessárias quase nove horas.
Apesar dos gastos com o café da manhã surgirem como pensamento secundário em economias mais ricas, preços proibitivos têm conduzido a desnutrição e tumultos em países mais pobres – incluindo protestos que envolveram mais de uma dúzia de nações do Oriente Médio e Norte de África em 2010 e 2011.
O índice da Bloomberg calcula o custo médio de um café da manhã típico – um copo de leite, um ovo, duas fatias de pão e uma peça de fruta – e a acessibilidade ao mesmo em 129 centros financeiros regionais e globais. A classificação se baseia nos preços de mercado dos últimos 12-18 meses registrados na Numbeo.com, uma base de dados online com estatísticas nacionais – e de cidades.
O índice revela grandes disparidades ao nível da acessibilidade. Um café da manhã custa pouco mais que 1% do salário de um dia para indivíduos nas cidades de Zurique e Genebra na Suíça – enquanto os ucranianos em Kiev têm de desembolsar cerca de 6% do seu salário diário. Em Osaka, no Japão, o custo corresponde a menos de 1%, em comparação com 12% em Hanói, no Vietnã. A disparidade é maior na América Latina: de 2,4% em Monterrey, no México, a 111% em Caracas, capital da Venezuela.
A ampla disparidade em termos de acessibilidade também reflete diversas forças de mercado – bem como forças reguladoras – desde subsídios alimentares em locais como o Cairo, no Egito, que tem o café da manhã mais barato – 0,35 dólares – a preços mais elevados em pequenos mercados que tendem a importar, incluindo Hamilton, nas Bermudas, onde um café da manhã ronda os 3,48 dólares.