Investir em uma ICO poderá não ser tão linear como parece
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15 de Novembro de 2017

Investir no mundo das ICO (Oferta Inicial de Moeda na sigla original) poderá não ser tão linear como parece

Ao analisar os 65 maiores tokens digitais decorrentes de ICO – maiores em termos de capitalização de mercado – a empresa Token Report concluiu que 75% apresentam probabilidade média-elevada de serem regulados como títulos. Entre outros fatores a empresa considerou se os respetivos emissores avançaram declarações públicas ao redor de potenciais ganhos para os investidores e geraram produtos reais.

Tal torna as coisas um pouco diferentes para as start-ups que procuram angariar fundos através desta manobra alternativa e para os investidores que procuram se envolver na próxima grande coisa. A Securities and Exchange Commission (SEC) dos EUA advertiu este verão que se os tokens surgirem como títulos – como ações ou obrigações – terão de estar registrados junto da mesma. O incumprimento poderá conduzir à devolução dos fundos aos investidores e à aplicação de multas às start-ups.

Para determinar se um token corresponde a um título a SEC aplica o teste Howey. De acordo com o mesmo um token pode ser classificado como título se a sua aquisição se tratar de investimento em dinheiro em uma empresa comum com expectativa de lucro.

A maioria das ICO afirma estar isenta de regulamentação uma vez que as moedas emitidas surgem como tokens de utilidade – parte crítica da gestão da empresa – e não como títulos. Porém, tal poderá não ser tão linear.

Como solução as start-ups podem se proteger limitando a venda de tokens a investidores credenciados e fornecendo mais informação nos seus White Papers – como ao redor de conflitos de interesse, salários envolvidos e potenciais fatores de risco – de acordo com Robert Heim, antigo colaborador da SEC.

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Podem também recorrer à abordagem Simple Agreement for Future Tokens (SAFT) que oferece a emissão de opções para a compra de tokens em vez dos tokens em si. Porém, tal pode colocar as start-ups sob a supervisão da Commodity Futures Trading Commission – embora muitas acreditem que os tokens se encaixem na definição de moeda virtual (que a comissão não planeja regular).

No final, o maior fator que poderá prejudicar as start-ups será o fato de os compradores de tokens investirem com a expectativa de lucro, de acordo com Lex Sokolin, diretor global da estratégia de fintech na Autonomous Research:

“As motivações do investidor são importantes. Se os tokens forem comprados como investimento especulativo e se as empresas os estiverem emitindo sabendo que são considerados como investimento pelos compradores, tal cria expectativa de lucro.”

Fonte: Bloomberg

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