Elon Musk anunciou recentemente que a Tesla (NASDAQ: TSLA) irá continuar pública (ou seja, uma empresa de capital aberto), pouco tempo depois de ter tweetado que estava considerando tornar a empresa de carros elétricos privada (isto é, uma empresa de capital fechado). O diretor executivo da empresa citou várias razões para a manutenção da empresa como pública, se destacando a seguinte:
Se a empresa se tornar privada o investidor comum não terá uma oportunidade real de vir a possuir ações da mesma.
E tem razão. Os reguladores financeiros estadunidenses restringem a posse de ações de start-ups e de outras empresas privadas aos chamados «investidores acreditados» — considerados «abastados» o suficiente para serem capazes de lidar com os riscos associados à posse de ações não negociadas em mercados tradicionais (públicos) — ou seja, apostas com menor liquidez.
Existe, porém, um tipo de investimento que o investidor comum pode deter — independentemente do quão abastado, ou não, é: as criptomoedas. A Securities and Exchange Commission dos EUA não proíbe a aquisição de Bitcoin (Bitcoin) e de outras criptomoedas a título individual — em grande parte porque não o consegue fazer, devido à estrutura descentralizada das blockchains por detrás das criptomoedas.
No entanto, as criptomoedas estão longe de serem consideradas uma forma responsável de investir e diversificar. São várias as histórias de indivíduos que perderam todas as suas economias com investimentos em criptomoedas.
Ainda assim, é inevitável pensar que poderão um dia oferecer o caminho que Musk procura. Haydar Haba da Andra Capital sugeriu recentemente, por exemplo, a criação da «Tesla Coin». Porém, ainda existe um grande obstáculo nesse caminho. Haba e outros empreendedores que oferecem security tokens também os restringem a investidores acreditados — para se manterem em uma posição favorável em relação à SEC.
Um exemplo: Slava Rubin, cofundador e diretor executivo da Indiegogo, explicou que a sua empresa apenas vende security tokens, atualmente apoiados em imobiliário, a investidores capazes de provar o seu estatuto de acreditados através de processo de verificação. Porém, crê que a «tokenização» poderá abrir «uma nova classe de alvos a mais pessoas» da mesma forma que a Bitcoin o fez com investidores em todo o mundo.
Contudo, ao contrário da Bitcoin os security tokens são apoiados por ativos tangíveis com valor estabelecido no mundo real, o que os torna potencialmente mais seguros para o investidor comum. Talvez um dia a SEC permita que todo o mundo detenha participação «tokenizada» de empresas — sejam elas públicas ou privadas.