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Estamos cada vez mais concentrados na abundante informação que nos chega através do telemóvel. Infelizmente, tal faz com que não nos apercebamos da beleza que nos rodeia. Nós damos-lhe dicas para que consiga deixar de olhar para o seu dispositivo de 5 em 5 segundos.

Crianças com idades inferiores a oito anos dedicam 2 horas do seu dia aos ecrãs, os pré-adolescentes e os adolescentes (com idades compreendidas entre os 8 e os 18 anos), uma média de 7.5 horas, enquanto os adultos despendem 8.5 do seu dia.

De acordo com a empresa de capital de risco Kleiner Perkins Caufield & Byers, temos tendência para olhar para o telemóvel 150 vezes por dia. Numa pesquisa internacional realizada pela revista Times, uma em cada quatro pessoas olha para o telemóvel "a cada 30 minutos, e uma em cinco a cada 10 minutos".

A WYNC, a maior estação de rádio pública da América, descobriu que a criatividade está a diminuir devido ao tédio, e ao tempo em que desperdiçamos as nossas ideias a fazer scroll e a tocar no visor. Existem alguns serviços que utilizamos no telemóvel que são mais viciantes do que o álcool ou cigarros, e que nos fazem sentir mal quando os usamos.

Mas não seja demasiado severo consigo mesmo, é difícil tirar os olhos de cima. As apps não só são intencionalmente viciosas – como aquilo a que eu chamo da nossa vida digital, também precisam da nossa atenção. As actualizações para o software têm de ser descarregadas e instaladas (só no ultimo ano o Chrome teve oito versões de actualização diferentes, enquanto o itunes teve nove), é necessário redefinir palavras-chave (não se esqueça de o fazer a cada 30 dias) e verificar as notificações (os utilizadores activos do Quora recebem entre 150 a 500 por dia).

E o principal de tudo isto, é que apesar de serem fabricados com micro precisão por robôs especializados, esses maravilhosos botões e contornos metálicos de design industrial, são péssimos no mundo real: mesmo quando se pensa que as pessoas do Reino Unido e do EUA trocam em média de smartphones todos os 22 meses e ainda assim, um em cada quatro iPhones, acaba com o visor partido.

Um bom conselho:

Vamos deixá-lo guardado e seguro. Pare de mexer no seu telemóvel a todos os cinco minutos.

Há truques psicológicos que são mais efetivos do que as promessas de não mexer no telemóvel. Por exemplo, mantenha o telemóvel na mala, em vez de o ter no bolso, assim reduz as vezes que o utiliza. Não o tenha consigo no quarto, assim não cai na tentação durante a noite. Quanto aos serviços como o f.lux e o Twilight, pode alterar a definição da cor, diminuindo a intensidade, para que o efeito do ecrã não interfira com o seu sono.

Mas também podemos tornar a tecnologia brilhante, sem depender das telas

Temos tendência para nos concentrarmos naquilo que conseguimos ver, mas e o material escondido? Os processadores, sensores, rádios e outros componentes internos do nosso smartphone – fizeram melhorias exponenciais na tecnologia que permitiram uma nova era da computação: um futuro sem visores. Em vez de dependerem de um antigo paradigma da interface gráfica do utilizador, inalterada deste os finais da década 1970, os nossos poderosos computadores podem fazer muito mais autonomamente, e assim pararem de nos aborrecer com pedidos e notificações.

Deixe os seus telemóveis fazerem o trabalho por si. A nova tecnologia pode resgatar os ecrãs zombies: a app Unroll.me pode listar automaticamente os emails publicitários que recebe e de seguida digeri-los, para poupar o seu tempo na gestão do seu e-mail. O Dropbox Carousel pode fazer automaticamente um backup das suas fotografias e remove-las do seu telefone para poupar espaço, e a Tripit sincroniza automaticamente a sua agenda pessoal com os seus voos, para que não tenha de introduzir as datas manualmente.

Mas para que comece a ver o verdadeiro potencial do mundo sem telas, agarre na aplicação IFTTT (ou até mesmo uma app similar como a LIFTTT), e comece por criar gatilhos – como por exemplo, deixando a localização GPS do seu trabalho – pode criar métodos que tomam medidas automáticas – como enviar uma mensagem à minha mulher a dizer que estou a caminho de casa, sem nunca tirar o telemóvel do bolso.

Se tiver um Android, pode fazer mais ajustes com as aplicações como o Trigger (que foi descarregado mais de 1 milhão de vezes), que pode correr várias tarefas a partir de uma mistura de gatilhos. Até permite extensões do arquivo NFC, para que possa usar uma ligação rádio, em vez ter de dar 20 toques para enviar uma simples sms.

Enquanto este tipo de serviços piratas estão disponíveis para acções mais simples do dia-a-dia, outros são sistemas mais complexos que compreendem as suas necessidades e começam a resolver os seus problemas automaticamente. As câmeras de vigilância instaladas no estádio da NBA, agora podem estudar os movimentos dos jogadores, e alertar os médicos de serviço quando alguém está possivelmente magoado, ferido ou cansado.

Os visores dos smartphones têm-nos absorvido de uma forma horrível, mas se os utilizarmos como os pequenos computadores que são, pode começar a sua jornada em direção àquilo a que eu espero que um dia se transforme num mundo sem telas. Já pode parar de olhar para o seu telefone.

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