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Há quem lhe chame a Pérola do Oriente. Por outro lado, há também quem lhe chame a Prostituta do Oriente. Deixe-se seduzir por Xangai e dê-lhe o nome que quiser.

Xangai tem a sedutora reputação de ser a mais deslumbrante cidade asiática, como uma Paris do oriente, mas essa é uma denominação um pouco ambígua. Após a Guerra do Ópio, em 1842, os ingleses, os franceses e os americanos dividiram a cidade – na altura uma vila piscatória – e cada um colonizou o seu respetivo distrito. Na década de 1940 o Japão ocupou a maior parte de Xangai. Seguiu-se a Revolução Cultural e um declínio da presença estrangeira – que não se alterou até aos anos 90, altura em que o governo voltou a abrir-se ao investimento estrangeiro e o mesmo chegou, em massa.

Xangai é hoje a cidade mais opulenta da China. Reuniram-se na cidade, nos anos mais recentes, marcas de luxo que revitalizaram todo o encanto que permaneceu dormente durante décadas. Considere tudo isso – a sua história turbulenta e o seu atual lugar no palco mundial – e torna-se difícil denominá-la a Paris do Oriente. É um cocktail de culturas com a sua própria ambiciosa metrópole. Descubra como saborear o passado, e o presente em constante mudança, de Xangai.

A art déco e a época de jazz em Xangai

Durante os anos 20 e 30 a cidade enriqueceu e formou-se um submundo cosmopolita. Jazz, pistas de corrida e toda a variedade de vícios noturnos atraiu foliões de todo o lado. Esses dias já passaram mas a arquitetura art déco da época permanece.

A mais impressionante joia poderá ser o Xangai 1933 (Shajing 10): construído para ser um matadouro o edifício de betão com quatro andares parece um desenho de Escher tornado real (é hoje um centro de eventos criativos).

Visite o Rockbund Art Museum (Huqium 20, Huangpu) tanto para admirar o seu exterior – o edifício foi outrora a casa da Real Sociedade Asiática e foi remodelada pelo arquiteto David Chipperfield – como as suas exposições de arte contemporânea.

O Metropole Hotel (Jiangxi 180) construído à imagem do estilo art déco parisiense e dos arranha-céus americanos como o Chrysler Building, em 1931, exigiu a invenção de uma nova e mais leve forma de betão para que os 14 andares não afundassem nos solos pantanosos de Xangai.

O Peace Hotel (Nanjing 20) – onde Charlie Chaplin festejou em tempos – reabriu após uma renovação de três anos. Tome um Martini no Jazz Bar mas limite-se a um (ou dois).

O magnífico Waldorf Hotel (Zhongshan Dong Yi Lu 2, perto de Guangdong Lu, em Huangpu – em tempos um clube de cavalheiros) fica perto, tem um lendário bar com 34 metros de comprimento e ainda serve o seu cocktail de assinatura, Waldorf – uma mistura do velho mundo com uísque, absinto e vermute.

O átrio do Xangai 1933

Preservação comum

Os traços da Revolução Cultural não estão hoje visíveis de forma óbvia em Xangai, onde arranha-céus simbolizam o sucesso capitalista da cidade, contudo alguns locais preservaram de forma cuidadosa relíquias dessa época. A antiga residência de Mao Zedong (Anyi 63, Jing’an) reabriu recentemente como museu onde os visitantes podem ver onde é que o primeiro líder com 26 anos lia Carl Marx. Ironicamente, a casa situa-se agora no centro de um enorme centro comercial. Para jantar vá ao restaurante concebido por Shigeru Ban, inspirado nas residências nas proximidades. A atual residência Calypso (Jing An Kerry Centre Piazza, Yan’na 1218) é uma estrutura modesta, de um andar, que é um oásis no meio de todo o vidro e aço no horizonte ao seu redor.

As ruas da moderna Xangai refletem muitas culturas

Xangai hoje

Xangai é hoje um paraíso para fazer compras mas alguma da melhor oferta pode ser encontrada longe dos destaques europeus: siga para o mercado dos Jardins e Bazar Yu Yuan (Anren St 218, Huangpu) e para a rua Nanjing para comprar bens e lembranças locais. Para um pouco de Paris-em-Xangai siga para as avenidas arborizadas na área de concessão francesa. O bairro correspondeu à província francesa de 1849 a 1946 e a sua elegância permaneceu. Siga para a rua Yandand, para passar por cafés e lojas, em direção ao parque Fuxing – concebido à imagem dos famosos parques de Paris.

Xangai é a metrópole mais próxima das principais indústrias de pesca de pérolas logo clientes mais exigentes devem ir à Xangai Pearl City (Hongmei Lu 3721), um bazar de fornecedores de pérolas. Por último, dê uma folga à sua carteira e passeie pelas sinuosas ruas, jardins e templos do distrito de Huangpu, conhecido como a cidade velha de Xangai. Absorva tudo: novos desenvolvimentos ameaçam o antigo bairro e alguns jardins e edifícios já foram demolidos.

A imersão na complexa e coalescente cultura de Xangai é uma memorável experiência, que se torna num marco na vida de qualquer pessoa. Caso queira obter tal experiência, pode obter bilhetes de avião baratos aqui.

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