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A Coreia do Sul tem uma das mais elevadas taxas de suicídio no mundo e esta é uma medida posta em prática para prevenir o suicídio.

O altamente competitivo mercado laboral da Coreia do Sul reflete a elevada exigência a que os cidadãos nacionais são sujeitos desde crianças. O culminar do percurso escolar, note-se, acontece com um exame que determina que universidade frequentará cada aluno: se uma instituição reputada, uma universidade menos prestigiada ou se, simplesmente, fica afastado do ensino superior.

Nesse momento decisivo os pais rezam num templo budista pelos bons resultados dos filhos e, em virtude da enorme pressão sobre os estudantes, o número de suicídios entre os jovens sobe exponencialmente.

Mas a pressão não alivia ao longo da vida e, chegados ao mercado de trabalho, os sul-coreanos mantêm os elevados níveis de stress: é prática comum tentar sempre ser o primeiro a chegar ao emprego e sair apenas quando o chefe se vai embora. No ano passado, o governo de Seul tentou, segundo a BBC, implementar uma hora de intervalo a meio do dia para que os trabalhadores pudessem fazer uma sesta, ainda que o extra obrigasse os funcionários a entrar uma hora mais cedo ou a sair uma hora mais tarde. A prática acabou por ser ignorada e a cultura de trabalho manteve-se a mesma, tal como os elevados números de suicídio.

É por isso que alguns empregadores aderiram às sessões fúnebres: Jeong Yong-mun dirige o Centro de Cura Hyowon - que era antes uma agência funerária - e oferece aos participantes a experiência de se deitaram num caixão, que depois é fechado por uma figura vestida de negro e com um chapéu alto. Representa o anjo da morte, que vai enclausurar os trabalhadores - enviados pelos patrões - obrigando-os a refletir sobre a sua vida durante os momentos em que ficam fechados nas urnas.

Park Chun-woong, o presidente de uma empresa de recursos humanos, explicou à BBC o que o motivou a aos seus funcionários que participassem nesta experiência algo macabra.

"A nossa empresa sempre encorajou os funcionários a alterarem as maneiras antigas de pensar, mas era difícil fazer alguma diferença real", referiu. "Pensei que entrar num caixão iria ser uma experiência de tal modo chocante que iria limpar-lhes a mente para um começar de novo ao nível das atitudes".

Nestas sessões, antes de entrarem no caixão, os funcionários são obrigados a ver vídeos de pessoas que lutam contra a adversidade, como o doente de cancro que aproveita os últimos dias de vida ou alguém que nasceu sem membros e aprende a nadar, conta a BBC. Tudo isto deve ser aceite como uma parte natural da vida e tem como objetivo ajudar os trabalhadores a relativizar os seus próprios problemas.

Apesar de, na Coreia do Sul, ser difícil arrancar uma crítica a um trabalhador, aqueles que se disponibilizaram a falar à estação britânica tecem elogios à sessão: "Depois da experiência no caixão, percebi que devia tentar um novo estilo de vida", disse Cho Yong-tae. "Percebi que cometi muitos erros. Espero entusiasmar-me mais com o trabalho que faço e passar mais tempo com a minha família", concluiu.

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