Fotos: como vivem as pessoas comuns na Coreia do Norte?
6 de Abril de 2017
Um fotógrafo captou fotografias sombrias da vida na Coreia do Norte com o seu celular. Conheça o resultado final.
Ainda se sabe muito pouco sobre o país.
O governo da Coreia do Norte é conhecidamente secreto. Ao entrar no país, os visitantes são instruídos quanto ao que podem e não podem fotografar – e os agentes dos serviços de fronteiras inspecionam regularmente os seus celulares e outros dispositivos digitais (como câmaras, tablets e cartões de memória) em busca de conteúdo proibido.
Estas restrições levaram Xiaolu Chu, fotógrafo da Getty, a viajar de comboio pelo país em agosto de 2015, documentando a vida diária através da lente do seu celular. Chu avançou ao Business Insider que era demasiado arriscado utilizar uma câmara de topo na medida em que os locais poderiam o denunciar à polícia.
Embora algumas das fotografias tenham sido apagadas pela polícia, Chu partilhou as restantes. Dê uma olhada. Conheça a vida na secreta Coreia do Norte.
Chu tomou o caminho mais longo para visitar a Coreia do Norte.
A maioria dos turistas chineses entra de comboio no país através de Sinuiju – ou de avião através de Pyongyang. Chu, por sua vez, viajou até à Rússia para poder entrar por Tumangang, no norte.
A viagem de comboio de Tumangang até Pyongyang – a capital da Coreia do Norte – dura um dia. Foi cancelada devido a uma disputa entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul.
“Felizmente tivemos um dia inteiro para sair e tirar algumas fotos na vila.” – Afirmou Chu.
Viu dezenas de pessoas vivendo em pobreza extrema. Muitos imploravam por dinheiro.
“Quase não há pessoas gordas na Coreia do Norte, toda a gente parece bastante magra.” – Afirmou.
Muitos dos edifícios residenciais estão decrépitos, precisando de reparações.
Quando mais tarde voltou para a estação de comboios reparou em retratos de antigos líderes do país.
À noite, estes “santuários” eram as únicas estruturas iluminadas na aldeia. Os restantes edifícios permaneciam na escuridão.
No dia seguinte embarcou para a capital do país.
Um agente a bordo do comboio verificou o seu tablet para garantir que não estava habilitado para GPS – o governo bloqueia todo o tipo de sinais como medida de segurança.
O agente também verificou o seu computador portátil e câmara DSLR. Chu avançou que o mesmo não tinha qualquer dificuldade manuseando os dispositivos, com exceção do MacBook.
O comboio continuou, dando a Chu vislumbres da vida cotidiana. Este rapaz colhia espigas de milho.
Muitas pessoas se deslocavam de bicicleta.
Algumas cenas eram curiosas. Crianças mergulhando no rio, de tarde.
De cada vez que o comboio parava numa estação, havia lembranças dolorosas das pobres condições de vida no país. Este pequeno rapaz pedia dinheiro numa estação em Hamhung.
Soldados do Exército do Povo Coreano descansando.
De cada vez que saía do comboio Chu tirava fotos com o celular. “A DSLR é demasiado óbvia para tirar fotos, as pessoas das vilas eram extremamente vigilantes.” – Afirmou.
Diversos locais o reportaram à polícia. “Um polícia e um soldado nos pararam e viram os nossos celulares. Escondi a maioria das fotografias [mas] algumas foram apagadas.” – Acrescentou.
A agência de turismo encoraja os visitantes a tirar fotografias de grupos de estudantes. Estas crianças ensaiam para a celebração dos 70 anos do Partido dos Trabalhadores da Coreia.
As fotografias de protestos anti-América são também bem acolhidas. Estes estudantes marchavam contra a Coreia do Sul e os EUA.
Chu acabou por chegar à estação ferroviária de Pyongyang.
O Business Insider lhe perguntou se tinha receio de publicar as fotografias da sua viagem.
“Não, absolutamente nenhum.” – Afirmou.