Apple faz revelações de última hora

A empresa está pronta a dar que falar nesta Primavera. Acaba de anunciar a data de lançamento do Apple Watch, um novo laptop, a nova época de Game of Thrones na Apple TV e mais uma série de surpresas.

Após vários meses de atenção mediática, a Apple anuncia finalmente a data para o lançamento do smartwatch: 24 de abril.

Os relógios são um dos empreendimentos mais arriscados da marca Apple desde há alguns anos, e ou vão ter um papel crucial na transformação do smartwatch nos novos smartphones ou vão ser enviados para o mesmo painel do Dick Tracy. São uma tentativa de conjugar moda e tecnologia, com braceletes personalizáveis; diversos modelos feitos de aço, alumínio e ouro; e com preços que variam dos centenas aos milhares de dólares.

Além disso, estes relógios transportam a computação pessoal a novos níveis, por vezes até assustadores. Ou, como afirmou Tim Cook “o Apple Watch é o dispositivo mais pessoal que já criámos. Ele não está apenas consigo, está dentro de si”.

Para além do relógio, a Apple também desvendou algumas das revelações com mais rumores. Embora o MacBook Air e o MacBook Pro ainda sejam comercializados, existe um novo modelo de 12 polegadas apenas conhecido por MacBook. É extremamente fino e leve e exclui-se praticamente de tudo o que não seja um ecrã, um rato ou um teclado.

Houve ainda uma revelação surpresa relacionada com o HBO: no próximo mês, será possível finalmente assistir ao Game of Thrones sem uma assinatura dos serviços por cabo. Este não foi necessariamente o maior evento da Apple, mas foi sem dúvida um dos mais gratificantes – uma oportunidade para a empresa apresentar de uma vez por todas alguns dos seus novos hardwares mais significativos.

Tal como ficámos a saber no ano passado, o Apple Watch terá três modelos: o modelo desportivo (o Sport), o Apple Watch e o Apple Watch Edition. O modelo desportivo é o mais barato, chegando aos $349 (321 euros) para o modelo com 38mm e $399 (367 euros) para o de 42mm. As caixas serão de alumínio anodizado. O Apple Watch é de aço inoxidável e os preços variam de $549 (505 euros) para os modelos com 38 mm e $599 (uns 552 euros) para os modelos com 42mm, no entanto, podem chegar aos $1.099 (1012 euros) dependendo da bracelete. Por fim, o Apple Watch Edition, a versão em ouro de 18 quilates, tem um impressionante preço inicial de $10.000 (9208 euros). As pré-vendas começam no dia 10 de abril e os relógios estarão disponíveis ao público no dia 24 de abril.

Vários programadores terceiros da Apple tiveram acesso às ferramentas WatchKit desde novembro, e hoje a Apple evidenciou as aplicações para relógio que vão tornar a interação com o mundo real mais fácil – “chamar” o carro a partir do Uber, verificar voos com o Passbook e abrir garagens com o Alarm.com. Na primeira apresentação do Apple Watch, a empresa salientou o controlo da saúde e do fitness, contudo, as ambições da Apple recuaram um pouco. A versão que foi apresentada pode controlar os níveis de atividade do seu utilizador e enviar um relatório em cada final da semana.

Também apresentaram várias aplicações mediáticas, incluindo a Shazam e o Instagram, se bem que é bastante incerto como uma pessoa pode aceder a uma plataforma como o Instagram num ecrã tão pequeno.

O smartwatch não é nada sem uma bateria à altura – afinal, o relógio é para estar no seu pulso, não na dock. No entanto, a Apple promete que isso não vai ser um problema com o Apple Watch, pois é suposto ter uma capacidade de 18 horas. É muito menos do que os produtos com potencia muito baixa como os Pebble, a não vai necessariamente superar um equipamento Android Wear, mas já não é mau.

Uma das maiores surpresas do evento foi o preço do relógio de ouro, o Apple Watch Edition, cujo preço inicial é de $10.000. Este preço não era nada esperado no evento. Representa uma investida séria no mercado luxo, e vai estar disponível em lojas em stock limitado numa mesa com um design especial.

O sistema de saúde e fitness da Apple inclui agora o Reserachkit, uma estrutura criada para colaborar na investigação médica. O kit inclui várias aplicações orientadas para diferentes doenças, tais como a Parkinson e o cancro da mama, tornando basicamente o iPhone numa ferramenta de diagnóstico. Os utilizadores poderão fazer testes e responder a inquéritos e assim facilitar a sua contratação por parte de investigadores parra realização de ensaios clínicos. Com a permissão dos utilizadores, o Researchkit pode aceder a dados medidos por aplicações de terceiros sobre o seu peso, a pressão sanguínea e os níveis de glicémia.

Já era possível obter alguns destes dados com o Healthkit, mas agora, os parceiros da Apple (a Universidade de Oxford e o Hospital Mount Sinai) terão acesso aos dados. A Apple garantiu que só terá acesso a esses dados caso o utilizador os partilhe. Já estão disponíveis cinco aplicações, mas o Researchkit só vai ser lançado no próximo mês como uma plataforma de fonte aberta.

Depois de algumas pequenas atualizações, o MacBook Air vai ter a tão esperada atualização, e vai ser das grandes. O nome do novo dispositivo Retina de 908 gramas e 12 polegadas é apenas MacBook, e segundo rumores, é diferente de qualquer outro PC. O corpo do dispositivo vai ser maior do que o teclado – cujo design também foi alterado com teclas mais fundas – e o novo rato terá resposta táctil e um melhor apoio de gestos. Todas as entradas foram virtualmente retiradas, exceto um conetor USB-C versátil e um conetor para auscultadores de 3,5 mm padrão. Este MacBook já não tem ventoinha e a Apple promete nove horas de navegação na net numa única carga.

Ah! E já mencionámos que agora tem as opções “cinzento espacial” e dourado?

Tal como acontece com muitos produtos antigos da Apple, o Air e o MacBook Pro não vão desaparecer do mercado – ambos receberam atualizações e vão estar disponíveis agora. Entretanto, o MacBook vai ser lançado no dia 10 de abril e o seu preço vai rondar os $1299 ou mais.

O novo MacBook de 12 polegadas vai descartar várias entradas do MacBook Air de 13 polegadas a favor de um único conetor USB Tipo-C. O USB Tipo-C, uma conexão pequena e reversível começou a dar os primeiros passos este ano nos telemóveis e nos tablets. Esta simplificação nas conexões de entrada não é nenhuma surpresa, pois descobriu-se em janeiro que a Apple tinha contratado 18 engenheiros para trabalhar na conexão USB Tipo-C. Essencialmente, é preciso utilizar conexões sem fios para trocar ficheiros em vez de ligar acessórios USB ou pens USB no novo pc, apesar de a Apple vender um cabo especial que se reparte num carregador e entradas de dados.

A Apple está a ajudar a HBO a tornar-se independente da HBO Now, um streaming service independente que foi hoje anunciado. O CEO da HBO Richard Plepler descreveu o novo serviço que está para ser lançado no início de abril, com a Apple como parceiro exclusivo. “Tudo o que precisa”, disse o CEO Tim Cook, “é uma conexão de banda larga e um dispositivo da Apple”. A HBO também vai ter um canal na Apple TV. Vai custar $14,99 por mês, e os primeiros assinantes terão o primeiro mês gratuito. O preço da Apple Tv desceu para $69 (79 euros).

Tim Cook apregoou o progresso do CarPlay durante o evento, referindo que iria chegar a 40 novos modelos de carros este ano, e que “todos os principais” fabricantes de automóveis o adotaram.

Embora o nível de compromisso possa variar entre os fabricantes – a Toyota, por exemplo, ainda não indicou nenhuma data de lançamento. O CarPlay é o concorrente do Google Android Auto, pois ambos tornam a utilização das funcionalidades do telemóvel mais fácil enquanto se está a conduzir.