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Em vez de ser uma rede social que compete com o Facebook o Google+ vai passar a ser duas coisas separadas: Photos e Streams. Terá o Google+ algo de verdadeiramente significativo a oferecer?

No mês passado, a Google anunciou que vai mudar a sua estratégia em relação ao Google+. De certo modo, está a desistir da sua ideia de definir o Google+ como uma rede social para rivalizar com o Facebook. Em vez disso, o Google+ vai tornar-se em duas coisas separadas: o Photos e o Streams.

Esta revelação não causou muita surpresa – o Google+ não cativou propriamente as pessoas da mesma maneira que o Facebook, o Twitter ou o LinkedIn cativaram.

Tecnicamente, muitas pessoas utilizam o Google+ pois dessa forma têm acesso ao Gmail, ao Google Drive e a todas as outras aplicações da Google. No entanto, as pessoas não estão propriamente a utilizar o Google+ pela sua vertente de “rede social”.

Eis um gráfico feito pelo blogger Kevin Anderson baseado em dados compilados pelo investigador Edward Morbis. A sua investigação faz a estimativa de utilizadores ativos do Google+, que se define pelo número de pessoas que fizeram uma publicação na rede social em janeiro de 2015. Para chegar às suas conclusões que explica numa publicação que fez no Ello, Morbis analisou os sitemaps do Google+ e criou amostras dos perfis que apareciam nesses sitemaps.

Há meses que têm circulado rumores sobre a mudança de direção do Google+ por parte da Google. A Business Insider falou com alguns dos seus informadores sobre o que aconteceu com a rede social que a Google acreditava que iria mudar a forma como as pessoas partilham as suas vidas online. O Google+ foi também algo muito importante para Larry Page – uma fonte referiu que ele estava pessoalmente envolvido e que queria ter toda a empresa focada no projeto.

Um antigo funcionário da Google afirmou que o principal problema do Google+ foi a empresa tê-lo feito muito parecido com o Facebook. Outro antigo funcionário concorda, dizendo que a empresa “agiu tarde demais” e que estava apenas motivada por uma “perspetiva competitiva”.

Uma fonte referiu que poderá ter havido alguma paranoia por parte do pessoal da Google – o Facebook estava de certo modo a atacar os trabalhadores da Google. A mesma fonte disse que a equipa de produção do Google+ estava separada do resto dos funcionários da Google, talvez para evitar que se divulgassem informações sobre o produto. Por exemplo, os funcionários que estavam a desenvolver o Google+ tinham o seu próprio refeitório, o “Cloud”, e os funcionários do campus Mountain View não tinham permissão para frequentá-lo. “Durante uns tempos, houve definitivamente uma aura de medo”, disse a pessoa.

Contudo, outro antigo funcionário da Google contou que o refeitório secreto era apenas uma medida normal de segurança; existem muitos locais no campus da Google em que só os cartões de segurança de alguns funcionários é que dão acesso. A mesma pessoa também afirmou não ter sentido qualquer tipo de paranoia por parte dos “Googlers” por um ataque da autoria do Facebook.

Aqui ficam mais informações que ouvimos de antigos funcionários da Google:

  • O Google+ foi mais criado para resolver problemas dentro da empresa e não com o intuito de facilitar a conexão dos seus utilizadores a outras aplicações e a outras pessoas. A Google não tem necessidade de gerir inúmeros perfis de utilizador das suas várias aplicações e serviços. Conectar-se ao Google+ permite-lhe ligar-se aos outros produtos da Google, o que até é útil. Todavia, não lhe dá uma experiência social simples como o Facebook ou o LinkedIn dão. As pessoas tinham de pensar em quem queriam adicionar aos círculos em vez de adicionar alguém como amigo tal como acontece no Facebook, ou adicionar alguém à sua rede como acontece no LinkedIn.
  • Uma fonte também disse que a Google não foi rápida o suficiente a tornar o Google+ compatível com os dispositivos móveis. No entanto, o Facebook apercebeu-se de que passar para esse tipo de dispositivos seria um processo lento e compensou o tempo perdido – atualmente, grande parte do rendimento do Facebook provem dos dispositivos móveis e possui várias aplicações. Já o Google+ focou-se nas fotografias de alta resolução, o que era ótimo para experiências de ambiente de trabalho e de Chromebook, mas que demoravam um pouco a carregar nos dispositivos móveis.
  • Segundo esta pessoa, o Google+ era um produto “controverso” dentro da própria Google. Contudo, isso não é algo fora do comum na empresa, uma vez que é muito grande e com muitos funcionários. As pessoas têm uma opinião sobre tudo.
  • Quando Vic Gundotra, que foi quem geriu o projeto do Google+ e quem teve um papel importante na sua criação, deixou a empresa há um ano, ninguém estava à espera. Um antigo funcionário da Google disse que não houve planos de substituição. “Parecia que ainda no dia anterior estava lá e no outro já tinha sido despachado.”

Apesar do Google+ não se ter tornado numa rede social de sucesso estrondoso, não significa necessariamente que tenha falhado. A Google criou uma plataforma sólida que permitiu aos milhões de pessoas que frequentam a rede aceder de um modo fácil e direto às aplicações da empresa. E criou de facto uma ferramenta muito útil para organizar as suas fotos online.

Simplesmente não está incluída nas principais redes sociais, e nunca conseguiu chegar ao nível dos gigantes como o Facebook e o Twitter nesse aspeto.

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