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A Alibaba vai entrar no mercado de streaming de filmes, mas como se encaixará esta manobra na estratégia global da empresa?

A Alibaba (NYSE: BABA) já vende milhões de televisões por ano aos consumidores chineses. Agora ela também quer vender-lhes coisas para ver – a empresa está a lançar um serviço de streaming de filmes para os seus clientes com set-top box, daqui a dois meses.

Conhecido como Tmall Box Office, ou TBO, o serviço irá oferecer um misto de conteúdos de fora e “da casa”, bem como vídeos nacionais e estrangeiros, informou a Reuters a 14 de Junho. Cerca de 90% do conteúdo do TBO será pago, por subscrição ou por broadcast.

Um porta-voz da Alibaba disse à Quartz que o serviço será executado por meio da set-top box da Alibaba, que obtém conteúdo da Wasu Media, uma empresa de distribuição de filmes em que o fundador da Alibaba, Jack Ma, tem investido. A Alibaba não respondeu aos pedidos de informações sobre a set-top box, mas 176 mil residências compraram uma, só durante o “dia do solteiro” no ano passado (link em chinês).

"A nossa missão, a missão de todos na Alibaba, é redefinir o entretenimento doméstico", disse o chefe da Alibaba do entretenimento digital à Reuters no fim-de-semana. "O nosso objetivo é tornarmo-nos como a HBO nos Estados Unidos, ou como a Netflix nos Estados Unidos."

O acordo pode ser uma boa notícia para a Netflix (NASDAQ: NFLX), que estava recentemente em negociações com a Wasu para fazer negócios na China. Embora seja provavelmente tarde demais para uma "Netflix China", a Netflix começou recentemente a garantir os direitos de distribuição global para títulos seus e de terceiros. O próximo lançamento do TBO pode abrir caminho para a chegada da Netflix à China, como um distribuidor de conteúdo em vez de uma marca voltada para o consumidor.

A pirataria na China corta profundamente as receitas das salas de cinema e distribuidores de conteúdo semelhante. Mas o verdadeiro obstáculo para a Alibaba no mercado chinês de streaming de vídeo será o número de concorrentes que já oferecem conteúdo premium, muitas vezes gratuitamente.

Quase todos os sites de streaming tipo Youtube, na China, começaram a pagar centenas de milhões de dólares pelo direito de transmitir títulos como House of Cards ou o Walking Dead no país. Isto não só mantém a indústria de entretenimento dos EUA feliz, mas também ajuda a impulsionar o tráfego para os próprios sites, que dependem de publicidade para as suas receitas.

O mercado chinês de streaming de vídeo continua a ser extremamente fragmentado – o iResearch lista nada menos do que dez competidores sérios pelos olhinhos consumidores. A maioria destes sites oferece acesso a filmes de alto orçamento e programas de TV gratuitamente, embora alguns também tenham serviços de assinatura.

O modelo de negócio baseado na taxa inicial, do TBO, ajudará certamente a distingui-lo dos seus concorrentes, mas pode vir a tornar a competição mais difícil para a empresa.

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